Nossa relação com a China vai se tornando cada vez mais complexa. E está a exigir uma mudança estratégica, já que não dá para tratar isoladamente cada questão surgida em nosso comércio ou relação política. Precisamos definir uma política geral e determinar quais são os nossos interesses convergentes e divergentes com Pequim.
Agora, em se tratando da China, não é apenas mais um concorrente nosso no mercado sul-americano e mesmo norte-americano e europeu. O país é também o principal importador de nossas matérias primas e alimentos e exportador não apenas de bens de consumo e manufaturados, mas também, de capitais.
A China já caminha para ser o primeiro exportador, também, de serviços e tecnologia com o que disputa palmo a palmo nossos mercados interno e externo. Trata-se, assim, da 2ª potência econômica e militar global - e logo mais a primeira do mundo, superando os Estados Unidos - que se contrapõe e equilibra o poder imperial e militar norte-americano, e mais do que tudo, o poder tecnológico da América.
Poder, aliás, que o Brasil não tem, já que chegou atrasado na corrida (tecnológica) do século XXI. Com a situação no ponto a que chegou, sem uma política e um projeto de desenvolvimento que piorizem nosso lugar no mundo, não teremos como definir nossa relação com a China.
Agora, mais do que políticas de defesa comercial e acesso a tecnologias, mercados e capitais, precisamos de um plano nacional de desenvolvimento econômico e militar nacional que situe, dentro dele, a China e nossos interesses convergentes e antagônicos com aquele país.
Blog do Zé Dirceu
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