sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Alianças à disputa de São Paulo: uma equação nada simples

Petistas, brincando, dizem que a Argentina teve a “solução K”, ou seja, o casal Kirchner. E nós, aqui em São Paulo, temos... o problema K, de Kassab. Brincadeira à parte, o fato é que a proposta de apoio à candidatura de Fernando Haddad apresentada pelo atual prefeito Gilberto Kassab (PSD) provocou um terremoto no partido na cidade.

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Brasão da cidade de São Paulo
Primeiro, porque vem com o aval e o apoio entusiasta do presidente Lula. Segundo, porque apoio não se recusa. E, para vencer, precisamos de aliados e de mais de 50% de votos no primeiro, ou no segundo turno.

A oposição é grande, seja de setores do PT - pelo menos metade da bancada de vereadores e dos membros do conselho político, mas o principal problema vem dos movimentos sociais e setores médios, profissionais e da cultura ligados ao PT.

Isso, sem falar no silêncio da senadora e ex-prefeita Marta Suplicy e da manifesta oposição do presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, entre outros como o prefeito de Osasco, Emídio de Souza e o deputado estadual Simão Pedro, todos com muito peso na cidade, nos movimentos e no PT.

Um caminho cheio de pedras e perigos

Assim há um longo caminho a percorrer no debate e na busca de um consenso em torno de uma aliança com o PSD e o prefeito, um caminho cheio de pedras e perigos. Algumas lideranças alegam que não podemos nos aliar a Kassab, que negou e renegou todas nossas políticas públicas. Na prática, avaliam também que o PT é a terceira hipótese de aliança de Kassab. O prefeito estaria mais interessado numa aliança com o PSDB ou PMDB. Para essas lideranças petistas, deveríamos nos concentrar nas alianças com o PR, PC do B, PSB e PDT.

Acontece que esses partidos apoiam a gestão Kassab. Ao mesmo tempo, estão na base do governo Dilma, como também o PSD de Kassab. Como vemos, esta é uma equação nada simples.

Como não se pode simplesmente votar uma aliança dessa natureza – e como sempre há a hipótese de uma aliança PSD-PSDB, ou mesmo com o PMDB, como em 2008, quando o ex-governador Orestes Quércia indicou Alda Marco Antonio como vice de Kassab - é preciso muita conversa, diálogo e paciência. Também é necessário o respeito às lideranças e aos movimentos. Caso contrário, podemos perder as eleições, antes mesmo de iniciar a campanha. Não se vence com um partido dividido.

Blog do Zé Dirceu

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