quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

JAIR ABRAÇA FLÁVIO E O FILHO DIZ QUE ESTÁ SOB A PROTEÇÃO DO PRESIDENTE

Flávio Bolsonaro agarrou-se no pai e foi puxado para debaixo das asas do primeiro mandatário do país; primeiro, foi o chefe do clã Bolsonaro, numa conversa-entrevista na TV Record a chamar de "garoto" o filho de 37 anos, deputado estadual, senador eleito, que abrigou em seu gabinete um esquema de caixa 2 e uma ramificação do Escritório do Crime do Rio de Janeiro; a entrevista foi a senha (ou a autorização) para que Flávio se lançasse nos braços do pai; nesta quinta, no final da manhã, o filho postou em seu Twitter um filmete que tem uma mensagem política clara e grave: ele colocou-se sob o abrigo, sob a proteção institucional do presidente da República

24 DE JANEIRO DE 2019 

Por Mauro Lopes, do 247 - Flávio Bolsonaro agarrou-se no pai e foi puxado para debaixo das asas do primeiro mandatário do país. Parece um abraço de afogados. Primeiro, foi o chefe do clã Bolsonaro, numa conversa-entrevista na TV Record na noite desta quarta-feira (23), a chamar de "garoto" o filho de 37 anos, deputado estadual, senador eleito, que abrigou em seu gabinete um esquema de caixa 2 e uma ramificação do Escritório do Crime do Rio de Janeiro (aqui). A entrevista foi a senha (ou a autorização) para que Flávio se lançasse nos braços do pai. Nesta quinta, no final da manhã, o filho postou em seu twitter um filmete que tem uma mensagem política clara e grave: ele colocou-se sob o abrigo, sob a proteção institucional do presidente da República.

O primeiro quadro do vídeo, todo ele obviamente tingido de verde-amarelo, apresenta pai e filho abraçados com as seguintes frases como moldura: "Fala como um presidente sem deixar de ser um grande pai - 'Ao meu filho aquele abraço, fé em Deus que tudo será esclarecido'". A última frase foi uma das declarações de Jair Bolsonaro à Record, onde proclamou a inocência do "garoto". No último quadro do vídeo, novamente os dois abraçados, com uma expressão aparentemente de Flávio, dirigida ao pai: "Todo dia ele faz algo que me agrada". O significado político do post é claro: que não se metam com o garoto, pois ele está sob a proteção do pai, o presidente da República. 

A operação envolveu outro membro do clã, Eduardo Bolsonaro, que retweetou o post do irmão, indicando que estão todos juntos na manobra de proteção. Até o meio da tarde desta quinta, ainda não havia se manifestado o mais agressivo membro do clã, Carlos, o 'pitbull', como o chama o pai.

É uma jogada de altíssimo risco para o presidente. Até agora, as sinalizações que saíam da equipe do governo eram que o caso de Flávio era exclusivamente da alçada dele, o "garoto". Agora, Jair Bolsonaro puxou-o para debaixo de suas asas presidenciais, com apoio de Eduardo. O caso entrou definitivamente na alçada da Presidência da República -haverá consequências graves, pois as revelações dos esquemas do clã apenas começaram a vir a público.


Brasil 247

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