Escrevi, outro dia, aqui, que o comportamento da dita Justiça em relação a Lula era apenas o exercício da maldade.
A ratificação pela Senhora (não me sinto à vontade em chamá-la de juíza) Carolina Lebbos da perversidade da Polícia Federal de Sérgio Moro e impedir Lula de ir ao enterro do seu irmão mais velho é, até para os cegos por outra razão que não seja o ódio mais estúpido, a confirmação de que estamos diante de gente governada pelo ódio mais insano.
Coisa só comparável a campos da Gestapo.
Mas há, no fundo, um sentimento maior a motivá-los: o medo.
É preciso que Lula, em nenhuma hipótese, seja visto ou ouvido.
É preciso que ele morra em vida, na escuridão do silêncio.
Não pode ser entrevistado porque influenciaria as eleições, mesmo depois de meses que a eleição ocorreu e levou ao poder um amigo da milícia.
Mas, desta vez, os limites de qualquer coisa que não provocasse nojo e vômito foram ultrapassados.
Alegar, como alegou a Senhora Lebbos que a ida de Lula ao cemitério de São Bernardo “poderia prejudicar os trabalhos humanitários realizados na região de Brumadinho” é de uma sordidez que ultrapassa todos as fronteiras do que é vergonha.
Lula submeteu-se, inocente, a toda a ferocidade com que o Judiciário o tratou.
Não lhes basta.
Lula está, como as vítimas de Brumadinho, soterrado sob a lama de um Poder Judiciário que acanalhou-se.
A lei, para os que são responsáveis por aplicá-la, é como o laudo que atestou que a barragem, como as instituições, estava funcionando perfeitamente.
O que brota dela, porém, é tão asqueroso quanto o que estamos vendo nas televisões.
Lula é um homem que não pode mais existir e não não pode ser mais visto.
Lula não pode mais existir, pela simples razão que existe.
Tijolaço
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