TV 247
domingo, 31 de janeiro de 2021
Elites tramam novo golpe: suspeição de Moro, com Lula fora das eleições
O plano consiste em aceitar a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro, diante das provas de sua parcialidade, mas não devolver os direitos políticos ao ex-presidente Lula, mantendo o Brasil sem democracia
31 de janeiro de 2021
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula)
247 – A elite brasileira, que articulou o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, e a prisão política do ex-presidente Lula, em 2018, para usupar a presidência da República e aplicar um choque neoliberal, retirando direitos dos trabalhadores, liquidando a soberania nacional e ampliando a miséria, tem um novo projeto, que foi explicitado pela coluna política do jornal Estado de S. Paulo. O plano consiste em aceitar a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro, diante das provas de sua parcialidade, mas não devolver os direitos políticos ao ex-presidente Lula, mantendo o Brasil sem democracia.
"Ganha corpo no meio jurídico tese alternativa capaz de cravar a suspeição de Sérgio Moro, porém sem devolver os direitos políticos a Luiz Inácio Lula da Silva. No STF, por exemplo, alguns ministros entendem que, pelo fato de a condenação do ex-presidente no caso do sítio em Atibaia ter sido assinada pela juíza Gabriela Hardt, a eventual suspeição do ex-juiz da Lava Jato não anularia esse veredicto, apesar de Moro ter tocado parte do processo: Lula permaneceria barrado das eleições. O caso deve ser julgado ainda neste semestre no Supremo", aponta o texto.
"A expectativa na Segunda Turma, onde se encontra o caso, é que Kassio Nunes Marques será decisivo. Circulam três hipóteses para o voto dele: 1) acompanharia a tese alternativa; 2) votaria 100% a favor de Lula; 3) pediria vista para ganhar tempo", diz ainda a coluna", diz ainda o colunista.
Brasil 247
sábado, 30 de janeiro de 2021
Economia brasileira está na UTI, diz especialista em contas públicas
"O déficit de R$ 743 bilhões deve gerar um alerta. A economia brasileira está na UTI", afirma Gil Castello Branco, economista, fundador e secretário-geral da ONG Contas Abertas
30 de janeiro de 2021
(Foto ABr)
Sputnik – As contas do governo registraram em 2020 déficit primário recorde de R$ 743,087 bilhões – um valor que representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (28) pela Secretaria do Tesouro Nacional.
Para efeito de comparação, o déficit de 2020 é 666,5% maior que o registrado em 2019, que foi de R$ 95,065 bilhões.
"Estes números devem gerar um alerta. A economia brasileira está na UTI", afirma Gil Castello Branco, economista, fundador e secretário-geral da ONG Contas Abertas, em entrevista à Sputnik Brasil.
Tanto Castello Branco como o também economista Mauro Rochlin, professor dos cursos de MBA da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro, afirmam que o rombo das contas públicas do Brasil em 2020 é fácil de ser explicado: a pandemia, ao mesmo tempo em que demandou muitas despesas públicas, também reduziu a arrecadação tributária, em decorrência da crise.
Rochlin explica que os altos valores gastos com benefícios como o auxilio emergencial, com recursos destinados a estados e municípios e com o pagamento de complementação de salários por parte do setor publico geraram o desequilíbrio nas finanças do país. Só a Previdência, em todo o ano passado, registrou um déficit de R$ 269,8 bilhões.
"Antes da pandemia, a projeção para o ano passado de resultado orçamentário teria sido cerca de 80 a 100 bilhões. […] Acabou se registrando um número sete vezes maior", lembra Rochlin, em entrevista à Sputnik Brasil.
Especialistas alertam para o possível retorno do 'orçamento de guerra'
Ambos os economistas alertam, no entanto, que o grande risco para a economia brasileira é o que ainda está por vir. Com a pandemia voltando a registrar números tão altos quanto os do pico da primeira onda, em 2020, cresce a pressão no governo para que os mesmos benefícios e recursos sejam garantidos novamente.
"Há uma pressão muito grande para que volte o auxílio emergencial e o benefício para que as empresas possam reduzir salários proporcionalmente à jornada", destaca Castello Branco.
Caso os benefícios voltam a ser concedidos, o Brasil corre o risco de perder investimentos estrangeiros, uma vez que o governo do país não mostraria "preocupação com a responsabilidade fiscal", diz Castello Branco. Em consequência, o país perderia credibilidade nas agências de avaliação de risco de crédito e sofreria com a fuga de capital estrangeiro, o que levaria ao aumento do dólar, gerando juros, inflação e desemprego.
"Este será o resultado se nada for feito se nós agora voltarmos a conceder todos os benefícios que foram concedidos durante a pandemia, durante o orçamento de guerra", diz Castello Branco.
Brasil 247
sexta-feira, 29 de janeiro de 2021
Moro e Dallagnol, as provas da promiscuidade de Curitiba. Por Fernando Brito
Publicado por Fernando Brito
29 de janeiro de 2021
Dallagnol e Moro
Publicado originalmente no Tijolaço:
Por Fernando Brito
Os diálogos revelados ontem à noite pela revista Veja não prova apenas o que todos já sabem sobre a parcialidade de Sergio Moro nos processos movidos contra o ex-presidente Lula em razão da Operação Lava Jato.
Atesta que ele e os procuradores chefiados por Deltan Dallagnol agiam em absoluta promiscuidade, numa associação para delinquir contra o sistema judicial.
Você pode ver aqui os diálogos que a revista transcreve, todos já periciados e dados como verdadeiros.
Moro orienta e combina pedidos de perícia, encomenda manifestações do MP, define o que os delatores podem ou não tratar em depoimentos, cobra a anexação de documentos, interfere nas articulações com agentes suíços e norte-americano para que estes produzam provas.
E tudo isso em apenas 10% dos 740 gigabytes de dados que registram as mensagens obtidas pelo hacker Walter Delgatti Neto e em parte divulgadas pelo The Intercept.
Os documentos foram obtidos um dia antes de tudo ser colocado sob “absoluto” segredo de Justiça, o que é incompreensível, pois não há investigações em curso que possam ser prejudicadas, não se trata de intimidades de Moro e dos procuradores, mas de diálogos relativos às suas funções públicas e é assunto, pela sua repercussão política, sobre o qual cada brasileiro tem o direito de estar informado: afinal, foi algo que levou à prisão, por 580 dias, um presidente desta república.
Por serem provas obtidas de maneira ilegal, além do mais, não se cuida de dar ao ex-juiz e aos procuradores punição por seus atos ilegais, mas tão somente fazer com que eles parem de produzir efeitos sobre terceiros, porque praticados ilegalmente e em desrespeito ao princípio constitucional de que todos possam ser julgados com imparcialidade.
Já não há mais explicações ou justificativas para que se adie o julgamento sobre a suspeição de Sergio Moro nos processos contra Lula, tanto quanto já há muitas provas de que ele mancomunou-se ao Ministério Público para conduzir um julgamento que já tinha um resultado pronto antes de começar.
É impossível que o STF se mantenha silente, do contrário, cada juiz do Brasil se sentirá livre para “combinar” resultados de processos com promotores, combinando os passos até pelo zap e transformando os autos judiciais em simples cenários destes conchavos.
E esta abjeção é a maior das corrupções, porque, além de negociar a liberdade de indivíduos, pode levar às mais tenebrosas transações, todas acobertadas pelo “sigilo” e “privacidade” a que não tem direito quem exerce função pública.
Tijolaço - Diário do Centro do Mundo - DCM
quinta-feira, 28 de janeiro de 2021
Defesa de Lula obtém as provas da parcialidade de Moro e Dallagnol na Lava Jato
Os diálogos obtidos pela defesa comprovam que o ex-juiz Sérgio Moro orientou a acusação, o que é proibido por lei, e que a equipe de Dallagnol manteve conversas clandestinas com autoridades dos Estados Unidos e da Suíça – o que também é ilegal
28 de janeiro de 2021
(Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reuters)
247 – A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tem elementos para demonstrar a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro e do procurador Deltan Dallagnol na Lava Jato. Os diálogos que fazem parte da Operação Spoofing comprovam que Moro orientou a acusação, o que é proibido por lei, e que a equipe de Dallagnol manteve conversas clandestinas com autoridades dos Estados Unidos e da Suíça – o que também é ilegal. Trechos das conversas foram publicados, nesta noite, em reportagem da revista Veja.
Segundo a defesa de Lula, “é possível desde já constatar, para além da escancarada ausência de equidistância que deveria haver entre juiz e partes, por exemplo: (i) a efetiva existência de troca de correspondência entre a “Força Tarefa da Lava Jato” e outros países que participaram, direta ou indiretamente, do Acordo de Leniência da Odebrecht, como, por exemplo, autoridades dos Estados Unidos da América e da Suíça; (ii) documentos e informações que configuram quebra da cadeia de custódia relacionados aos sistemas da Odebrecht; e (iii) a busca selvagem e a lavagem de provas pelos órgãos de persecução, com a ciência e anuência do juízo de piso”.
"Em uma das mensagens, trocadas em 16 de fevereiro de 2016 e incluídas pela defesa de Lula na ação, Moro pergunta se os procuradores têm uma 'denúncia sólida o suficiente'. Em seguida, Deltan Dallagnol informa a ele linhas gerais do que os procuradores pretendiam apresentar contra Lula", aponta a reportagem. Moro e Dallagnol também tratam do advogado Tacla Duran, que denunciou a operação, e de encontros secretos com autoridades dos Estados Unidos e da Suíça.
Brasil 247
Bolsonaro chama Mourão de "palpiteiro" e diz que se ele quiser escolher ministro, 'se candidate em 2022'
“O que nós menos precisamos é de palpiteiros no tocante à formação do meu ministério. Deixo bem claro que todos os 23 ministros sou eu que escolho e mais ninguém. Ponto final. Se alguém quiser escolher ministro, se candidate em 2022 e boa sorte em 23”, disse o presidente
28 de janeiro de 2021
(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
247 - Jair Bolsonaro não mediu palavras ao atacar seu vice, Hamilton Mourão, chamado de "palpiteiro" pelo presidente após sugestão de que o chanceler Ernesto Araújo poderia ser demitido na próxima reforma ministerial.
Bolsonaro ainda afirmou que, para escolher ministros, Mourão deve se candidatar em 2022: “O que nós menos precisamos é de palpiteiros no tocante à formação do meu ministério. Deixo bem claro que todos os 23 ministros sou eu que escolho e mais ninguém. Ponto final. Se alguém quiser escolher ministro, se candidate em 2022 e boa sorte em 23”, disse, após ser questionado em frente ao Palácio da Alvorada.
“Eu lamento que gente do próprio governo agora passe a dar palpites no tocante à troca de ministros. O governo vai indo bem, apesar dos problemas que nós temos, e estou falando da pandemia que realmente deu uma atrapalhada em quase tudo”, completou o presidente.
Brasil 247
quarta-feira, 27 de janeiro de 2021
terça-feira, 26 de janeiro de 2021
Governo Bolsonaro gastou R$ 1 mi em alfafa, R$ 2 mi com chiclete e R$ 6,6 mi com bombom
Ítens fazem parte do rol de compras de 2020 tabulados pelo Metrópoles, que incluíram R$ 15,6 milhões em leite condensado e R$ 31,5 milhões em refrigerantes
Por Fabíola Salani 26 jan 2021
Fotos Pixabay /Montagem
Além do polêmico gasto de R$ 15.641.777,49 em leite condensado feito pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) em 2020, segundo levantamento feito pelo portal Metrópoles, outros itens chamam a atenção no carrinho de compras do Executivo do ano passado.
A lista de compras do governo Bolsonaro incluiu aquisição de R$ 1.042.974,22 em alfafa em 2020. O chiclete também fez parte da lista: foram gastos R$ 2.203.681,89 com gomas de mascar. E, para adoçar a vida dos integrantes do governo num ano difícil de pandemia, não faltou bombom. Mais precisamente, R$ 8.866.958,69 foram gastos no doce de chocolate.
A comida elaborada pelo governo Bolsonaro ao longo de 2020 também não ficou sem tempero. Os gastos com condimentos ficaram em R$ 49.995.971,95. E, como bebida, R$ 31.545.337,34 de refrigerantes.
Houve dias com pizza também, e as compras do prato somaram R$ 1.240.866,58. Batata frita não faltou: R$ 16.582.463,23 foi o valor que o governo Bolsonaro como um todo usou em batata frita embalada.
Os dados constam no Painel de Compras, do Ministério da Economia, e foram tabulados pelo (M)dados, do Metrópoles. O levantamento estimou gastos de mais de R$ 1,8 bilhão no carrinho de compras do governo no ano passado, um aumento de 20%.
Revista Forum
Governo Bolsonaro pagou R$ 9 milhões em bombons a empresa cuja sede fica em casa no Paraná
Segundo a deputada Jandira Feghali (PCdoB), entre as especificações da empresa Estela Panificadora e Confeitaria está o comércio de doces para revendedores de rua, como ambulantes
26 de janeiro de 2021
(Foto: Twitter/Jandira Feghali)
247 - A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) divulgou na noite desta terça-feira (26) que a empresa de quem o governo Jair Bolsonaro comprou R$ 9 milhões em bombons em 2020 tem como sede uma casa na cidade de Campo Largo, Paraná.
"Essa empresa vendeu em larga escala milhões de bombons pro Governo, a princípio com R$ 89 a unidade. Ou uma caixinha. Entre as especificações da empresa está o comércio de doces para revendedores de rua, como ambulantes", escreveu a deputada Jandira Feghali pelo Twitter.
Segundo dados do Ministério da Economia, no último ano, todos os órgãos do Executivo pagaram, juntos, mais de R$ 1,8 bilhão em alimentos – um aumento de 20% em relação a 2019. Entre outros gastos absurdos do governo Bolsonaro com alimentos em 2020, está a despesa de R$ 15,6 milhões com leite condensado. Em cada lata do produto, o governo pagou R$ 162. A empresa que forneceu fica no subsolo de um prédio comercial
Nesta terça-feira, os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e os deputados federais Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES) protocolaram uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo que o órgão investigue os gastos do Executivo em alimentação.
Brasil 247
segunda-feira, 25 de janeiro de 2021
CFM assume que vai manter parecer pelo tratamento precoce, que é ineficaz e perigoso
Presidente do Conselho Federal de Medicina, Mauro Luiz Britto Ribeiro, simpatizante do bolsonarismo, escreve artigo de conotação negacionista, no qual, contrariando a Anvisa, a OMS e entidades médicas e científicas de todo o mundo, afirma que o tratamento precoce de Bolsonaro pode ter "benefício" para vítimas do vírus
25 de janeiro de 2021
Jair Bolsonaro e Mauro Luiz de Britto Ribeiro (Foto: Isac Nóbrega/PR)
247 - O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Britto Ribeiro, defendeu o tratamento precoce para o combate ao coronavírus com remédios como hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina. "Existem na literatura médica dezenas de trabalhos científicos mostrando benefício com o tratamento precoce com as drogas citadas acima", diz ele em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo.
O artigo é de caráter negacionista e contraria a posição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da a Organização Mundial de Saúde (OMS) e das maiores autoridades médicas e científicas do planeta pra quem não há um “tratamento precoce” eficiente para a Covid-19.
A lista de entidades reguladoras e médicas que contradizem a posição do presidente do CFM é quase infindável.
A agência regulatória norte-americana, o FDA, elenca uma lista de medicamentos que não têm eficácia comprovada contra a Covid-19. Entre eles: fosfato de cloroquina, sulfato de hidroxicloroquina e ivermectina.
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) não recomenda tratamento precoce para Covid-19 com qualquer medicamento (cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal, dióxido de cloro).
A orientação da SBI está alinhada com as recomendações de sociedades médicas científicas e outros organismos sanitários nacionais e internacionais, como a Sociedade de Infectologia dos EUA (IDSA) e a da Europa (ESCMID), Centros Norte-Americanos de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Mas para o presidente do Conselho Federal de Medicina do Brasil que aparece na foto desta reportagem sorridente ao lado de Jair Bolsonaro, o tratamento precoce pode funcionar.
Em entrevista à TV 247, o médico Alexandre Kawassaki, um dos maiores pneumologistas do Brasil, afirmou taxativamente que "não existe tratamento precoce".
Brasil 247
domingo, 24 de janeiro de 2021
Cristovam Buarque diz que PT quer manter Bolsonaro no poder e é detonado nas redes: “golpista”
Tese do ex-senador, que apoiou o golpe contra Dilma em 2016, é de que o PT cria um “impasse” para a saída de Bolsonaro, pois precisa mantê-lo no poder “para eleger um petista em 2022”
24 de janeiro de 2021, 19:16 h Atualizado em 24 de janeiro de 2021, 19:24
24 de janeiro de 2021
Cristovam Buarque (Foto: Edmilson Rodrigues/Agência Senado)
247 - Em mais uma de suas pérolas nas redes sociais, o ex-senador Cristovam Buarque, que apoiou o golpe contra Dilma Rousseff em 2016 e desde então foi “cancelado” tanto pela esquerda quanto pela direita, disse que o PT quer manter Jair Bolsonaro na presidência da República.
A ‘tese’ foi publicada em seu Twitter: “O impasse brasileiro é que precisa do PT para tirar o Bolsonaro, mas o PT precisa manter o Bolsonaro para eleger um petista em 2022”.
Os internautas não perdoaram, o chamando de “golpista” e debochando da linha de raciocínio. “Realmente, é o PT quem não abre o processo de impeachment do bolsonaro nem cassa a chapa bolsonaro-mourão. O problema do cristóvam é que o rancor dele é tanto que o impede até de raciocinar. Felizmente, está morto politicamente”, respondeu o jornalista Ricardo Pereira.
“Lá vem o complexado”, “golpista” e “imagina o quão inteligente ele se sentiu escrevendo isso” foram outras reações. Mais um internauta, Leonardo Bocianoski de Oliveira, lembrou que Cristovam “é um dos criadores desta obra”. “Milhares de pessoas agonizando sem oxigênio, e tu precisa entender que este fardo, carregarás para sempre”, escreveu.
Brasil 247
Guaidó impediu a compra de vacinas para a Venezuela
Com o dinheiro roubado, a Venezuela poderia ter comprado vacinas contra a Covid-19 para o povo venezuelano
24 de janeiro de 2021
Ação irresponsável evidencia isolamento de Guaidó (Foto: REUTERS/Luisa Gonzalez)
Da Telesur – O presidente da Assembleia Nacional, deputado Jorge Rodríguez, acusou Juan Guaidó, bem como a anterior Assembleia Nacional (AN) de 2015-2021, de "roubar bens da Venezuela" e impedir a compra de vacinas contra a Covid-19 para o país.
Ele explicou que o governo solicitou que os recursos do Estado, mantidos no Banco da Inglaterra, fossem utilizados para a compra de doses contra o novo coronavírus, porém, Guaidó, por meio de um reconhecido escritório de advocacia, evitou essa ação.
"A compra de 3.600.000 doses contra a Covid-19 está impedida", disse Rodríguez em entrevista coletiva.
Brasil 247
sábado, 23 de janeiro de 2021
Este sábado é dia de Fora Bolsonaro em todo o Brasil. Confira os locais das manifestações
A pandemia de covid-19 escancarou o desdém do atual governo pela vida. O presidente Jair Bolsonaro ignora os perigos do novo coronavírus sistematicamente, o que favoreceu a explosão de casos e mortes no Brasil
23 de janeiro de 2021
Fora Bolsonaro na Av. Paulista (Foto: Diario Causa Operária)
Da Rede Brasil Atual – Partidos políticos, movimento sindical, movimentos sociais, e as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo articulam ao menos 87 carreatas pelo país, neste sábado (23), para exigir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. As mobilizações serão organizadas nas cinco regiões do país (confira abaixo).
As primeiras manifestações do fim de semana de atos públicos pela destituição de Bolsonaro começaram hoje, na cidade de São Luís. Ao mesmo tempo, a #ImpeachmentSalvaVidas chegou a figurar entre os temas mais comentados do dia nas redes sociais.
Motivos não faltam
A pandemia de covid-19 escancarou o desdém do atual governo pela vida. O presidente Jair Bolsonaro ignora os perigos do novo coronavírus sistematicamente, o que favoreceu a explosão de casos e mortes no Brasil. Como resultado, mais de 210 mil vítimas e 8,5 milhões de infectados. É o segundo país com mais óbitos por covid no mundo.
Além de minimizar o impacto das mortes sobre as família e “receitar” remédios ineficazes contra a covid-19 que beneficiam apenas empresas de apoiadores, também adotou uma postura contra as vacinas. O presidente estimula o negacionismo, ao atacar a ciência e seguir difundindo mentiras sobre a covid-19. Hoje mesmo, por mais uma vez, o presidente chegou a questionar a eficácia já comprovada pela ciência das vacinas CoronaVac e AstraZeneca.
:: Aprovação de Bolsonaro despenca e até movimentos de direita aderem a impeachment
Neste cenário, aliado à incompetência na logística da distribuição de testes e vacinas pelo Ministério da Saúde, está a crise econômica, que se agrava a cada dia. Bolsonaro foi contra o auxílio emergencial, conquistado pela mobilização popular junto ao Congresso e que trouxe um respiro para as famílias mais carentes do país. Agora, o programa chega ao fim sem medidas compensatórias efetivas. Além disso, empresas anunciam o fim de suas atividades no país e o desemprego segue acima dos 14 milhões.
Confira a lista dos atos deste sábado pelo impeachment de Bolsonaro
NORTE
Rio Branco – Uninorte | 15h
Manaus – Concentração: Av. do Samba (Dom Pedro) | 14h30
Belém – Av. Doca de Souza Franco | 9h
Ananindeua (PA) – Ginásio Abacatão | 9h
Ji-Paraná (PA) – Concentração Praça dos Migrantes, Av. Monte Castelo | 9h
Porto Velho – Av. Farquar em frente a Estrada de Ferro | 9h
Palmas – Estação Apinajé | 15h
Macapá – Praça Nossa Senhora de Fátima, Bairro Santa Rita | 10h
Boa Vista – Praça Germano Sampaio (rota: Ataide Teive – Praça das Águas – Parque do Rio Branco, Centro Cívico (Garimpeiro) | 15h30
NORDESTE
Maceió – Papódromo | 15h
Itabuna (BA) – Centro de Cultura Adonias Filho | 9h
Salvador – Vale da Canela | 9h
Salvador – Do CAB até o Farol da Barra | 15h
Vitória da Conquista (BA) – Bosque da Paquera | 10h
Fortaleza – Rua Dragão do Mar, 81 | 15h
Maracanaú (CE) – Praça do Banco do Brasil | 15h
São Luís – Praça Maria Aragão | 15h
João Pessoa – Concentração na Praça da Independência| 14h ( finalizando no Largo da Gameleira)
Petrolina (PE) – Orla de Petrolina | 9h30
Recife – Em frente à fabrica Tacaruna / Classic Hall (Av. Agamenon Magalhães) | 9h
Teresina – Centro Administrativo | 8h
Mossoró (RN) – Largo Igreja São João | 8h
Aracaju – Orlinha do Bairro Industrial | 8h30
Natal – IFRN da Salgado Filho | 14h30
CENTRO-OESTE
Brasília – Estacionamento da Torre de TV, Funarte | 9h
Campo Grande – Cidade do Natal | 10h
Cuiabá – Concentração na UFMT, Guarita 1, Av. Fernando Correia | 9h
SUDESTE
Espírito Santo
Cariacica – Em frente ao Estádio Kleber Andrade | 15h
Vitória – Viaduto Aracelli, Jardim Camburi | 15h
Vila Velha – Parque da Prainha | 15h
Serra – Parque da Cidade,em Laranjeiras | 15h
Encontro das Carreatas – Praça do Papa
Destino final das Carreatas – Pça. do Pedágio
Minas Gerais
Alfenas – Posto Pinheirinho | 17h
Belo Horizonte – Atrás do Colégio Pio XII – Barro Preto | 10h
Belo Horizonte – Mineirão | 16h
Contagem – Praça da Glória (em direçao ao Mineirão para encontro de carreatas) | 14h30
Belo Horizonte – Praça Afonso Arinos | 16h30
Januária – Praça Tiradentes | 08h
Juíz de Fora – Faculdade Estácio de Sá | 16h
Montes Claros – Pça Beato Francisco Coll, Maracaná | 08h
Muriaé – Augusto de Abreu, próximo à mina do Joel Abreu | 9h30
Ouro Preto – Posto Shell (próx. saída para BH) | 15h
Pedro Leopoldo – Parque de Exposições | 9h
Poços de Caldas – Trevo do Parque Pinheiros | 14h
Uberlândia – Parque do Sabiá | 9h
Belo Horizonte – Praça Afonso Arinos | 16h30
Ipatinga – Parque Ipanema, em frente à casinha do Papai Noel | 15h
Uberaba – Estádio do Uberabão | 10h
Rio de Janeiro
Baixada Fluminense – Carrefour Belford Roxo | 9h
Rio de Janeiro – Monumento à Zumbi, av. Presidente Vargas | 10h
Rio das Ostras – Concentração da Carreata – Cemitério do Âncora | 9h
Rio das Ostras -Concentração Bicicletaço – Subida da Ponte (Costazul) | 10h
Teresópolis – Praça da Escola Sakura, Ermitage (rumo à feirinha) | 9h30
São Paulo
Baixada Santista – Sambódromo na Zona Noroeste de Santos | 14h
Boiçucanga – – No Costa Sul ( rumo à Barra do Sahy) | 16h
Campinas – Balão do Laranja | 11h30
Campinas – Largo do Pará | 11h
Caraguatatuba – Em frente ao Guaruçá (rumo ao Costa Norte) | 11h30
Carapicuíba – Parque dos Paturis | 8h30
Diadema – Av. Ulisses Guimarães, 3269 – percorrendo Sto André, SBC e Mauá | 9h
Jacareí – Concentração Parque da Cidade | 9h
Mogi das Cruzes – Concentração na Avenida Cívica | 9h
Osasco e Oeste Metropolitano – Parque dos Paturis | 8h30
Presidente Prudente – Rua Júlioo Tiezzi, em frente ao galpão da Lua | 9h30
São José dos Campos – Estádio Martins Pereira | 10h
Ribeirão Preto – Estádio do Botafogo | 10h
São Sebastião – Praça da Matriz (rumo ao Topo e depois Costa Norte) | 12h
Ubatuba – Av. Capitão Felipe, Itaguá | 11h
São Paulo – Assembleia Legislativa |14h
Valinhos – Av. Joaquim Alves Corrêa/Câmara Municipal | 10h
Santo André – Av. Firestone | 9h
Tupã – Rua Estados Unidos, altura da Lajes Tamoyo | 11h
SUL
Curitiba – Praça Nossa Senhora de Salete, Centro Cívico | 15h
Guarapuavá (PR) – Fórum de Guarapuavá | 15h30
Maringá (PR) – Antigo Aeroporto | 14h30
Umuarama (PR) – Lago Aratimbó | 10h
Londrina (PR) – Em frente à Prefeitura | 10h
Pinhais (PR) – Praça da Vila Maria Antonieta | 13h
União da Vitória (PR) – Praça Coronel Amazonas | 16h
Chapecó (SC) – Av. Getúlio Vargas (Atrás do Shopping) | 16h
Florianópolis – Koxixo’s Bar, Beira Mar Norte | 16h
Gravataí (RS) – Parque dos Anjos | 9h30
Novo Hamburgo (RS) – Pista de Eventos de NH | 9h30
Osório (RS) – Lagoa do Marcelino, próx. a pista de skate | 9h
Porto Alegre – Largo Zumbi | 16h
Rio Grande (RS) – Rua São Leopoldo esquina com a Av. Rio Grande | 11h
Brasil 247
sexta-feira, 22 de janeiro de 2021
Bolsonaro cloroquina derrete: em uma semana, saltam de 34% para 45% os que consideram seu governo ruim ou péssimo
A imagem de Bolsonaro e seu governo está derretendo na pandemia. Em apenas uma semana, segundo pesquisa Ideia, o percentual de pessoas que reprovam atuação de Bolsonaro saltou oito pontos percentuais; o percentual dos que consideram o governo ruim ou péssimo saltou 11 pontos
22 de janeiro de 2021
(Foto: ABr)
247 - Uma pesquisa do Instituto Ideia divulgada nesta sexta-feira (22) pela revista Exame mostra que Bolsonaro está derretendo na opinião pública e sua ação na pandemia parece ser decisiva. Em apenas uma semana, o percentual das pessoas que reprovam a atuação de Bolsonaro saltou de 37% para 45%. Quanto ao governo, o cenário é igualmente devastador: o percentual dos que avaliam a gestão bolsonarista como ruim ou péssima subiu de 34% para 45%.
O levantamento foi realizado por telefone, em todas as regiões do país, entre os dias 18 e 21 de janeiro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos
A aprovação à performance de Bolsonaro caiu de 37% para 26%, a maior queda semanal desde o início de seu governo. Agora, está no mesmo nível de junho de 2020, um dos momentos mais críticos da pandemia. Os que consideram seu governo bom ou ótimo despencou de 38% para 27%, também em uma semana.
A pesquisa também perguntou se a crise de saúde pública em Manaus poderia influenciar a avaliação do governo. Para 60% dos entrevistados, o quadro atual na capital amazonense deve impactar o modo como analisam o trabalho do presidente. Para outros 22%, não deve fazer diferença.
Brasil 247
Em livro-bomba, Eduardo Cunha diz que golpe contra Dilma foi urdido no apartamento de Rodrigo Maia
Ex-deputado federal Eduardo Cunha relata no livro "Tchau Querida, o Diário do Impeachment”, que deverá ser lançado em abril, que o golpe que resultou no impeachment de Dilma Rousseff foi tramado no apartamento de Rodrigo Maia, no Rio, e contou com o apoio do PSDB
22 de janeiro de 2021
(Foto: Divulgação)
247 - O ex-deputado federal Eduardo Cunha, condenado a 14 anos e seis meses de prisão no âmbito da Lava Jato, relata no livro “Tchau Querida, o Diário do Impeachment”, que deverá ser lançado em abril, que o golpe parlamentar de 2016 que resultou no impeachment da então presidente Dilma Rousseff, foi tramado no apartamento do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e contou com o apoio do PSDB. De acordo com a coluna Radar, da revista Veja, Cunha relata, ainda, que o primeiro pedido de afastamento foi feito pelo então deputado Jair Bolsonaro.
Segundo Cunha, a reunião que resultou na trama que desaguou no afastamento da presidente Dilma Rousseff teria sido realizada no apartamento do Rodrigo Maia, no Rio de Janeiro. Além deles, os deputados Carlos Sampaio, à época líder do PSDB na Câmara, e Bruno Araújo, atual presidente nacional da legenda tucana, teriam participado do encontro.
Na obra, Cunha também diz que o deputado baleia Rossi (MDB-SP), que atualmente é o candidato de Maia e conta com o apoio do PT na disputa pela presidência da Câmara, também teria atuado nas articulações do impeachment. Michel Temer, então vice-presidente, também terá tido um papel fundamental no processo.
Segundo o ex-parlamentar, Temer “simplesmente quis e disputou a Presidência de forma indireta”. “Foi, sim, o militante mais atuante. Sem ele, não teria havido impeachment”, assegura.
Sobre a participação de Jair Bolsonaro, ele afirma que “o primeiro pedido de impeachment coube ao então deputado (…), em função das denúncias de corrupção na Petrobras. Eu rejeitei o seu pedido. De todos os pedidos por mim rejeitados, Bolsonaro foi o único que recorreu”.
Brasil 247
Lula: já está provado que a Lava Jato serviu aos Estados Unidos (vídeo)
De acordo com o ex-presidente, "os Estados Unidos estavam preocupados com a linha e o procedimento de uma certa independência, de uma certa aliança com a China, Índia e Rússia". "A Lava Jato construiu benefícios para os Estados Unidos e prejuízos para o povo brasileiro", disse
21 de janeiro de 2021
Ex-presidente Lula e procuradores da Lava Jato em Curitiba (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Divulgação/MPF-PR)
247 - O ex-presidente Lula afirma que tem certeza da influência dos Estados Unidos no golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff em 2016. A declaração foi feita em entrevista ao jornalista Brian Mier para o documentário "Desmantelando o Brasil: Agenda neoliberal de Bolsonaro", que será lançado no sábado (24) pelo canal Redfish. O trecho com a entrevista de Lula foi divulgado nesta quinta-feira (veja abaixo).
Para Lula, os norte-americanos se preocuparam com a proximidade das relações do Brasil com a Índia, China e Rússia durante os governos petistas. Como instrumento estadunidense, a Lava Jato, segundo o ex-presidente, agiu para beneficiar os EUA e destruir o Brasil.
"Os Estados Unidos estavam preocupados com a linha e o procedimento de uma certa independência, de uma certa aliança com a China, de uma certa aliança com a Índia, de uma certa aliança com a União Soviética [Rússia]. Acho que isso preocupou os Estados Unidos. Hoje está mais que provado que a Lava Jato foi feita e construiu grandes benefícios para os Estados Unidos e grandes prejuízos para o povo brasileiro".
Perguntado sobre os impactos da pandemia de Covid-19 no país, Lula disse que a crise causada pelo vírus mostrou a necessidade e a importância de se ter um Estado forte, que lute pelo desenvolvimento de seu povo e por sua saúde. "O coronavírus está mostrando que nós precisamos de Estado forte. O Estado forte vai cuidar da saúde, o Estado forte vai cuidar e pensar no desenvolvimento, o Estado forte vai decidir qual é a área do país que deve crescer e se desenvolver. Isso é possível quando o Estado tiver soberania nacional sobre seu território, total soberania sobre sua riqueza, total soberania sobre os bens produzidos nesse país, e nós não temos isso. Lamentavelmente estamos perdendo. O Brasil tem um presidente que bate continência para a bandeira americana".
Mais uma vez, Lula se disse animado para brigar pela democracia no Brasil e no mundo. "Eu sonhei no tempo em que eu era presidente da República que a gente estava construindo um mundo mais justo, um mundo mais solidário, um mundo mais humanizado. Eu percebo que agora nós estamos perdendo. O ser humano está deixando de ser humano e está virando algoritmo. Por isso que eu tenho 74 anos de idade e digo sempre: estou com uma energia de 30, com muita força para brigar e vou brigar porque a democracia é necessária no Brasil, na América Latina e no mundo todo".
quinta-feira, 21 de janeiro de 2021
quarta-feira, 20 de janeiro de 2021
Os militares, seus crimes e a tentação autoritária
"Os militares, na medida em que sustentam e participam do comando do governo, até mesmo (e com escandalosa inépcia) na administração da saúde (onde pontifica a estultice de um general da ativa), estão solidários com todos os seus erros e crimes, inclusive os de lesa-pátria", diz o colunista Roberto Amaral
20 de janeiro de 2021
Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno (ministro do GSI) e militares (Foto: Fernando Frazão - Agência Brasil)
O general comandante do exército não gostou do artigo “Na pandemia, exército volta a matar brasileiros”, de Luiz Fernando Viana, (Época. 17.1.2021) e mandou o general chefe do centro de comunicação social do exército responder à revista. O subordinado cumpre à risca o mandato do chefe, e, no melhor (embora canhestro) estilo do velho e expurgado florianismo, ou lembrando os tempos do grotesco marechal Hermes da Fonseca, mais que defender a corporação, supostamente injuriada, desanca o jornalista acusado de blasfêmia e tenta intimidar a revista, ou seja, investe contra a liberdade de imprensa: “(...) o Exército Brasileiro exige imediata e explícita retratação dessa publicação, de modo a que a Revista Época afaste qualquer desconfiança de cumplicidade com a conduta repugnante do autor e de haver-se transformado em mero panfleto tendencioso e inconsequente”. O segundo general, por força do hábito, certamente, se expressa como se estivesse dando ordem a um subordinado. Ora, senhor, não existe "imediata retratação" na democracia: o general comandante que busque na Justiça uma possível reparação, nos termos da lei, como qualquer cidadão pode buscar. Agora, conjecturemos. E se a revista não for acometida de medo e pusilanimidade, que farão os dois generais? Se tal é a pena que pesa como espada de Dâmocles sobre o periódico, que estará reservado ao articulista? Fosse nos idos do Estado Novo, ditadura imposta ao país pelas tropas do ministro da guerra, general Eurico Gaspar Dutra, os militares fechariam a revista e o coronel Filinto Muller prenderia o jornalista nas enxovias do DOPS no Rio de Janeiro. Nos idos da ditadura de 1964, os fardados cassariam os direitos políticos do articulista e o confinariam em Fernando de Noronha, como fizeram com Hélio Fernandes. Mas que fazer agora, quando o regime ainda é o democrático e constitucional? Ameaçam a livre expressão de pensamento, princípio das democracias ocidentais incorporado à nossa ordem constitucional como direito fundamental desde o primeiro texto republicano. Renunciam ao direito de resposta, que implica a contestação do articulado, e ingressam no campo fácil das ameaças e da intimidação, artifício aliás muito cômodo, embora cediço, para quem pode usar a espada como último argumento.
Em síntese: além de arrogantes, os dois generais atentam contra a Constituição o que constitui crime, pelo qual devem ser representados pelo Ministério Público.
Mas o texto dos generais, ademais de não responder ao artigo indigitado, repito, encerra uma série de imprecisões, ou inverdades, que, de tanto serem repetidas, tomam foros de verdade. Comento algumas delas. Não é certo, por exemplo, que devemos nossa unidade territorial aos militares. A expansão é obra de mamelucos, negros escravizados, índios, e da ação genocida de bandeirantes saídos de São Paulo, mas saídos também da Bahia, de Pernambuco, do Maranhão, do Pará e do Amazonas. Segue-se o povoamento do sertão, obra do povo, a que se reporta Capistrano de Abreu. A integridade territorial, por outro lado, foi obra de nordestinos, na colônia, e de gaúchos na colônia e no império em guerras que consumiram milhares de vidas. No Império foi obra da Regência, confirmada e consolidada na república pela diplomacia do Barão do Rio Branco.
É verdade que nossos soldados foram para os campos da Itália, já ao final da guerra (1944), combater as tropas do Eixo, mas é igualmente verdade que fomos à guerra contra a insistente resistência dos generais Eurico Gaspar Dutra, Ministro do Exército, e do todo poderoso general Góes Monteiro, chefe do estado maior da força, como está fartamente documentado. Aliás, na reunião do ministério (27 de janeiro de 1942) que decidiu pela beligerância, a proposta foi apresentada pelo civil Getúlio Vargas, contra o parecer do ministro da Guerra.
De outra parte, há certas e incômodas verdades que os generais não comentam, como a “guerra do Desterro”(1894) e o “ajuste de contas” do sanguinário coronel Moreira César, como não têm uma só palavra sobre o covarde massacre dos beatos de Antônio Conselheiro, para proteger os interesses dos latifundiários da Bahia. Ainda na República, em 1937, lembro o bombardeio do Caldeirão, no Ceará, contra os camponeses do beato Lourenço, evento esquecido à direta e à esquerda. Não sei se a marinha registra com orgulho a Revolta da Chibata, de 1916.
Estamos falando em fatos recentes, republicanos. Mas não foi diverso o papel do exército no império, sufocando, à custa de muito sangue, as tentativas de independência e republicanismo que caracterizaram, por exemplo a Confederação do Equador (1824), esmagada, como a Revolução Praieira (1849), com a mesma fúria que antes se abatera sobre a Revolução pernambucana de 1817 e que terminou com o fuzilamento do Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo, que passou à história como Frei Caneca e hoje é pranteado como santo e herói.
O articulista da Época a ele não se refere, mas a historiografia séria desqualifica qualquer entusiasmo cívico diante de nosso papel na guerra do Paraguai.
Os militares sustentaram, até a exaustão, em nome dos grandes proprietários, dois impérios, cujas bases radicavam no escravismo e na estagnação, uma das raízes do atraso de hoje. Preferiram, sempre, um país tacanho, de analfabetos e mal alimentados, de deserdados da terra, a tocar nos privilégios da classe dominante, sejam os velhos latifundiários do Império, sejam os grandes fazendeiros da primeira república, seja o empresariado rentista, improdutivo, de nossos dias.
O progresso é visto como ameaça, pois pode desestabilizar o statu quo do mando secular.
E os militares brasileiros, a quem a nação deve outros serviços, jamais se notabilizaram na defesa da democracia. Na República a golpearam insistentemente desde as ditaduras dos marechais Deodoro da Fonseca (1889-1891) e Floriano Peixoto (1891-1894) até hoje. Vide o golpe de 1937, arquitetado por Góes Monteiro e operado por Eurico Dutra; o golpe de 1954 operado pelas três forças e que teve no general Juarez Távora um de seus comandantes, a tentativa de golpe contra as eleições de 1955 (que teve entre seus líderes o general Canrobert Pereira da Costa e o brigadeiro Eduardo Gomes); a intentona de 1961, encabeçada pelos três ministros militares e o chefe do estado maior do exército, general Cordeiro de Farias; o golpe de 1964, que nos legou 20 anos de ditadura, com seu rol de cassações de direitos políticos, prisões, torturas e assassinatos, muitos levados a cabo em dependências militares, como o assassinato de Mário Alves Alves de Souza Vieira, no quartel da polícia do exército no Rio de Janeiro, e de Stuart Angel, na base aérea do Galeão.
Sempre na defesa da ordem (pleiteada por todos os privilegiados), dos interesses da grande propriedade da terra, da burguesia e do capital internacional, contra a emergência dos interesses populares, travando o processo histórico.
O fato é este: até hoje não se fizeram as reformas necessárias para transformar a nação em país soberano, como a reforma agrária pedida desde o primeiro império por José Bonifácio. Aliás, por defender “reformas de base” um presidente da República foi deposto e implantada, pelos militares, uma ditadura, pesadelo que ainda nos assombra.
As democracias não falecem por doença congênita. Jovens ou maduras elas são assassinadas, e só há uma arma capaz de atingi-las mortalmente: a espada, seja empunhada por uma sedição, seja por um golpe de Estado. No Brasil e no mundo o golpe de Estado é a forma que as forças dominantes dispõem para chegar ao poder evitando os percalços de eleições. Ele ou é dado diretamente pelas forças armadas, ou é levado a cabo com seu assentimento cúmplice. Mas em qualquer hipótese nenhum golpe de Estado se sustenta sem o poder militar. No Brasil ele foi agente de todos os golpes de Estado levados a cabo com sucesso. E foi ele que abriu caminho para a aventura do capitão insidioso, e hoje lhe dá proteção. Os militares, portanto, na medida em que sustentam e participam do comando do governo, até mesmo (e com escandalosa inépcia) na administração da saúde (onde pontifica a estultice de um general da ativa), estão solidários com todos os seus erros e crimes, inclusive os de lesa-pátria, como a política externa que nos transforma em aliados subalternos do império do Norte e seus interesses.
Dessa obviedade histórica não podem fugir. Resta-nos supor que as forças armadas ainda conservem – porque nem todos os generais estão ocupando sinecuras no governo – capacidade de reflexão e, antes que seja irremediavelmente tarde, revejam o papel que estão cumprindo, contra a história que pretendem representar, contra os interesses do país e de seu povo, contra a vida e a esperança.
Brasil 247
Em reação ao impeachment, Bolsonaro, Exército e PGR ameaçam implantar ditadura
"Não bastasse esta espantosa postura conspirativa e de intimidação com o estado de defesa, Aras pode ter cometido crime de responsabilidade ao se esquivar da obrigação legal e constitucional de investigar crimes cometidos por Bolsonaro e seus ministros", escreve o colunista Jeferson Miola. Bolsonaro e os militares fazem "ameaças de escalada ditatorial", reforça
20 de janeiro de 2021
(Foto: Divulgação)
Está claro que pelo menos até março, na melhor das hipóteses, o Brasil terá somente 10,8 milhões das 300 milhões doses de vacinas necessárias para imunizar o contingente da população brasileira a ser vacinado. Ou seja, apenas 3,6% do total necessário!
Em alguns dias, o ufanismo eufórico do último domingo [17/1] com a autorização das vacinas dará lugar a um choque de decepção e a uma revolta com a falta de vacinas.
O contraste do Brasil-pária com o mundo é gritante: hoje, governos de quase 60 países avançam de modo incremental na imunização das respectivas populações nacionais.
Está claro, também, que a desproteção vacinal da população brasileira – fato absolutamente inédito desde o histórico pré-SUS de enfrentamento de epidemias – é consequência direta dos desatinos, incompetências e insanidades sanitárias e diplomáticas do governo militar de Jair Bolsonaro.
Está fartamente documentado que o genocídio de Manaus não foi acidente ou tragédia, mas sim um crime derivado da escolha deliberada do general-ministro da morte que, mesmo conhecendo com suficiente antecedência o nível crítico do estoque de oxigênio medicinal, atuou macabramente e apenas contemplou o genocídio humano por asfixia.
Seria condescendência caracterizar esta postura criminosa “apenas” como evidência da incompetência e despreparo dos militares no exercício de funções tipicamente civis, porque há deliberada omissão e negligência diante de alertas prévios e pedidos de socorro.
É crescente, na percepção do senso comum, o nexo de responsabilidade do governo militar com o descalabro e com a hecatombe no país. Com um general-ministro do serviço ativo do Exército à frente do ministério da saúde, é incontornável a associação das Forças Armadas com os crimes contra humanidade em curso no Brasil.
A estas alturas ficou impossível, até mesmo para atrozes antipetistas, não admitirem que Bolsonaro já não representa uma ameaça somente aos inimigos de classe da oligarquia, mas que ele é uma ameaça universal a toda vida humana, inclusive à própria oligarquia dominante.
Esta é a conjuntura mais desfavorável para Bolsonaro e seu governo militar. Além da brutal perda de legitimidade, aumenta seu isolamento na sociedade.
Bolsonaro e os militares reagem a isso com ameaças de escalada ditatorial, como ficou evidenciado na absurda declaração dele sobre o poder das Forças Armadas decidirem se o país terá democracia ou ditadura, e na carta-intimidação do Comandante do Exército a um veículo da Globo, que silenciou a respeito.
Menos de 24 horas depois destes dois episódios ocorridos na 2ª feira, 18/1, o Procurador-geral da República [PGR] Augusto Aras somou vozes à truculência oficial contra a Constituição e o Estado de Direito.
Farejando o “agravamento da crise sanitária nos próximos dias” e o consequente aprofundamento das dificuldades para o governo com a ameaça de impeachment, Aras ameaçou em nota oficial [19/1] que “o estado de calamidade pública é a antessala do estado de defesa”.
Não bastasse esta espantosa postura conspirativa e de intimidação com o estado de defesa, Aras pode ter cometido crime de responsabilidade ao se esquivar da obrigação legal e constitucional de investigar crimes cometidos por Bolsonaro e seus ministros.
O conflito político subiu de patamar e escalou muitos degraus nos últimos dias. O horizonte imediato é de aceleração da crise de legitimidade do Bolsonaro e dos militares. Cresce, por isso, a adesão à palavra-de-ordem “Fora Bolsonaro” e à campanha pelo impeachment do genocida.
Setores da oligarquia que derrubou Dilma, corrompeu o Estado de Direito e fraudou o sistema de justiça para eleger Bolsonaro, hoje começam a se insurgir contra a serpente que criou.
A luta pelo impeachment ganha força, amplitude e vigor. Para sobreviver ao impeachment, Bolsonaro, seus militares e seus capangas nas instituições abrem guerra contra a democracia e o Estado de Direito.
A luta pelo impeachment assume uma relevância ainda maior, e se combina com a luta contra o genocídio, pela vacina já e pela democracia.
A bandeira do impeachment precisa mobilizar dezenas de milhões de brasileiros, porque só a mobilização popular é capaz de impedir o aprofundamento do golpe e a evolução para uma ditadura no Brasil.
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Brasil 247
terça-feira, 19 de janeiro de 2021
Moraes pede à FGV estudo que aponta bolsonaristas como divulgadores de fake news nas eleições de 2020
O ministro do STF Alexandre de Moraes solicitou à Fundação Getúlio Vargas (FGV) um estudo com o objetivo de apontar os principais divulgadores de fake news sobre a eleição de 2020 em que o bolsonarismo saiu derrotado
19 de janeiro de 2021
Ministro Alexandre de Moraes (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)
247 - No âmbito do inquérito das fake news, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes solicitou à Fundação Getúlio Vargas (FGV) um estudo feito sobre os principais divulgadores de informações falsas acerca da fraude eleitoral em 2020. O pedido feito pelo ministro foi publicado pela coluna Painel, que já havia dado a informação de que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi um dos principais impulsionadores nas redes sociais alegando fraude eleitoral em 2020.
Outros parlamentares também estão entre os que mais impulsionaram informação falsa - Carla Zambelli (SP), Bia Kicis (DF), Filipe Barros (PR) e Daniel Silveira (RJ), de acordo com levantamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas.
A lista tem, ainda, nomes como os blogueiros e influenciadores bolsonaristas Allan dos Santos, Leandro Ruschel e Bernardo Küster.
Gabinete do ódio
Jair Bolsonaro resgatou na última semana o "gabinete do ódio" para rebater críticas pela demora quanto ao início da vacinação contra o coronavírus no Brasil.
Sob orientação dos assessores que compõem o grupo, ele criou um canal de divulgação de informações no Telegram. Pediu a seus assessores que se "antecipassem" a um possível movimento interno para banir suas contas em plataformas como Twitter, Facebook e Instagram.
Auxiliares de Bolsonaro também apresentaram a sugestão de estimular seus apoiadores a usarem a Parler, rede social com viés ideológico de direita.
Brasil 247
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