De acordo com o ex-presidente, "os Estados Unidos estavam preocupados com a linha e o procedimento de uma certa independência, de uma certa aliança com a China, Índia e Rússia". "A Lava Jato construiu benefícios para os Estados Unidos e prejuízos para o povo brasileiro", disse
21 de janeiro de 2021
Ex-presidente Lula e procuradores da Lava Jato em Curitiba (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Divulgação/MPF-PR)
247 - O ex-presidente Lula afirma que tem certeza da influência dos Estados Unidos no golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff em 2016. A declaração foi feita em entrevista ao jornalista Brian Mier para o documentário "Desmantelando o Brasil: Agenda neoliberal de Bolsonaro", que será lançado no sábado (24) pelo canal Redfish. O trecho com a entrevista de Lula foi divulgado nesta quinta-feira (veja abaixo).
Para Lula, os norte-americanos se preocuparam com a proximidade das relações do Brasil com a Índia, China e Rússia durante os governos petistas. Como instrumento estadunidense, a Lava Jato, segundo o ex-presidente, agiu para beneficiar os EUA e destruir o Brasil.
"Os Estados Unidos estavam preocupados com a linha e o procedimento de uma certa independência, de uma certa aliança com a China, de uma certa aliança com a Índia, de uma certa aliança com a União Soviética [Rússia]. Acho que isso preocupou os Estados Unidos. Hoje está mais que provado que a Lava Jato foi feita e construiu grandes benefícios para os Estados Unidos e grandes prejuízos para o povo brasileiro".
Perguntado sobre os impactos da pandemia de Covid-19 no país, Lula disse que a crise causada pelo vírus mostrou a necessidade e a importância de se ter um Estado forte, que lute pelo desenvolvimento de seu povo e por sua saúde. "O coronavírus está mostrando que nós precisamos de Estado forte. O Estado forte vai cuidar da saúde, o Estado forte vai cuidar e pensar no desenvolvimento, o Estado forte vai decidir qual é a área do país que deve crescer e se desenvolver. Isso é possível quando o Estado tiver soberania nacional sobre seu território, total soberania sobre sua riqueza, total soberania sobre os bens produzidos nesse país, e nós não temos isso. Lamentavelmente estamos perdendo. O Brasil tem um presidente que bate continência para a bandeira americana".
Mais uma vez, Lula se disse animado para brigar pela democracia no Brasil e no mundo. "Eu sonhei no tempo em que eu era presidente da República que a gente estava construindo um mundo mais justo, um mundo mais solidário, um mundo mais humanizado. Eu percebo que agora nós estamos perdendo. O ser humano está deixando de ser humano e está virando algoritmo. Por isso que eu tenho 74 anos de idade e digo sempre: estou com uma energia de 30, com muita força para brigar e vou brigar porque a democracia é necessária no Brasil, na América Latina e no mundo todo".
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