sábado, 2 de outubro de 2021

‘Haddad tem grandes chances de vencer em São Paulo’, diz Mercadante


Para o ex-ministro, o cenário no estado é “muito favorável”. “A direita está dividida e há fadiga de material. Divisão entre Alckmin e Doria é uma fratura exposta. Nosso desafio é unificar a esquerda”, completou. Assista na TV 247

1 de outubro de 2021

Fernando Haddad e Aloizio Mercadante (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)


247 - O ex-ministro e presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, disse à TV 247 que o cenário é “muito favorável” para que o ex-ministro Fernando Haddad (PT) seja eleito governador de São Paulo em 2022.

Perguntado sobre uma suposta divisão da esquerda entre a candidatura de Haddad e a do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos (PSOL), Mercadante falou sobre a necessidade de união, mas deixou clara sua preferência pelo petista. “Nosso desafio é tentar unificar o campo da esquerda. Na minha visão, o Haddad, dependendo de quem vai disputar, já está em primeiro ou segundo lugar. Ele tem uma história. Ele foi prefeito da capital e foi um candidato a presidente com extraordinário êxito nas condições em que nós fizemos aquela campanha, com o Lula preso depois de um golpe de Estado. Ele polarizou com o Bolsonaro, foi para o segundo turno. Então ele tem uma força política muito grande e é um quadro muito preparado, tem uma excelente formação, tem a experiência de gestor público, não só como prefeito mas como ministro da Educação, tem uma visão articulada sobre o Brasil. Ele está muito motivado e animado”.

“Vejo que o Boulos também está colocando a candidatura dele. É um direito. É por isso que existe o primeiro turno. Quem acha que tem que disputar, deve disputar. Eu acho que nós [PT] temos mais inserção no interior do que o PSOL. A gente está em um processo de crescimento, de avanço, de reconstrução partidária. O partido está com muito mais dinamismo e o Haddad é esse cara do novo PT, que traz a memória histórica mas com novo discurso. Eu espero que seja possível uma aliança [com Boulos]. Se não for, estaremos juntos no segundo turno. Acho que os dois não têm que disputar entre si. Temos que tirar é a direita do jogo, temos que disputar com o PSDB ou com quem sair do lado de lá”.

Racha na direita

Para Mercadante, o momento para romper com a hegemonia do PSDB e da direita em São Paulo é agora. Ele destacou a clara divisão do campo político de direita protagonizada entre o atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ex-governador do estado, Geraldo Alckmin (PSDB), que deve inclusive deixar a sigla tucana. “A direita está muito dividida e há um desgaste, uma fadiga de material do PSDB. No PSDB, durante todo esse processo, saía de São Paulo o nome nacional: Serra, Fernando Henrique, Alckmin. Em 2014 não foi assim, foi o Aécio. Eles tiveram 4% na última eleição. Eles estão perdendo densidade e tem um desgaste, não apresentam resultados. Eles estão muito divididos, o Doria de um lado e o Alckmin de outro. Isso é uma fratura exposta que não vai se resolver mais. Vamos ter uma polarização nesse campo da centro-direita”.

O ex-ministro ainda destacou que o candidato que Jair Bolsonaro deve lançar em São Paulo também contribuirá para a maior divisão do campo da direita. “Você tem o Bolsonaro, que seguramente ele vai ter um candidato. Ele tem alguma base em São Paulo, dá para ver nas pesquisas. É um erro subestimar o Bolsonaro, ele tem a máquina na mão, tem uma estrutura militarizada, tem uma militância obscurantista obstinada em sua defesa. Então temos aí pelo menos três candidaturas que dividem esse campo de centro-direita”.


Brasil 247

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