Escândalo sobre as contas offshore das duas maiores autoridades econômicas do Brasil em paraísos fiscais, que servem para esconder recursos ou não pagar impostos, foi normalizado pela colunista que fez campanha pelo golpe de 2016
5 de outubro de 2021
Miriam Leitão, Paulo Guedes e Campos Neto (Foto: Reprodução | Marcos Corrêa/PR)
247 – A jornalista Miriam Leitão, que fez campanha pelo golpe de estado de 2016, a partir da farsa das "pedaladas fiscais", e que também defendeu a prisão política do ex-presidente Lula, os dois fatores que permitiram a ascensão do fascismo neoliberal no Brasil, hoje normalizou o escândalo dos Pandora Papers, que revelou que as duas principais autoridades econômicas do Brasil – Paulo Guedes e Roberto Campos Neto – mantêm contas em "paraísos fiscais", que servem apenas para esconder recursos ilícitos ou para não pagar impostos.
"A pessoa pública precisa dar todas as explicações possíveis diante da dúvida sobre cada um dos seus atos e, no caso, seus investimentos. É o ônus espinhoso da função pública. Se o dinheiro tiver origem definida, for declarado à Receita e ao Banco Central, não é crime ter uma empresa em paraíso fiscal, como têm o ministro Paulo Guedes e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Isso é consenso entre economistas, tributaristas e advogados que ouvimos. Não há ilegalidade. Mas no Brasil nunca foi bem visto ter conta, e muito menos empresa, no exterior e em paraísos fiscais. Foi assim que muito dinheiro desviado foi escondido, por isso seria necessário ter tido mais transparência desde o começo", escreveu Miriam, em sua coluna.
"O ministro Paulo Guedes abriu a empresa em 2014. O cenário naquela época era de uma recessão e aumento da inflação, o que realmente aconteceu nos anos seguintes. Então, ele deve ter remetido recursos para se proteger das incertezas da economia brasileira", justificou a jornalista, num tom claramente amigável ao ministro que implanta um choque neoliberal que desvalorizou a moeda brasileira, aumentou a inflação, mas fez com que ele próprio valorizasse seus ativos internacionais.
Miriam também acha que o escândalo pode atrapalhar a reforma tributária. "Guedes sempre será apontado como o ministro que quer criar um imposto sobre dividendos, mas colocou uma parte do seu dinheiro em paraíso fiscal. É isso que será discutido agora no Senado quando o projeto for à votação. E o Ministério da Economia precisa desse projeto aprovado para criar o Auxílio Brasil em substituição ao Bolsa Família", aponta.
Brasil 247
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