Explorar petróleo é uma atividade de alto risco e por isso mesmo deve estar cercada das maiores precauções. As empresas petrolíferas deveriam levar para todos os países em que atuam a experiência acumulada em termos de operação segura. Mas não foi isso que se viu no terrível acidente com a plataforma da BP, no Golfo do México, que continua despejando petróleo ininterruptamente no mar.
Segundo informação do Wall Street Journal, a instalação da BP não utilizava um sistema acústico de controle das válvulas de segurança capaz de tapar o poço imediatamente, já que a regulamentação dos Estados Unidos não o exige. Por isso que disse que não pode deixar de haver controle estatal sobre a operação de petróleo.
O uso desse sistema é obrigatório no Brasil e na Noruega, de acordo com o jornal americano, e se ele efetivamente aumenta a segurança deveria ser adotado pela BP ou qualquer outra empresa independentemente de ser compulsório ou não.
A Associação Brasileira de Integração e Desenvolvimento Sustentável (Abides) considera que a BP colocou as metas de produção à frente das metas de segurança, violando um dos pilares de qualquer indústria.
“O caso típico é a resistência da BP e da indústria do petróleo em adotar o “sistema acústico” de monitoramento como mais um equipamento redundante para monitorar as condições de fluxo na extração de petróleo e gás, equipamento que poderia ter alertado para as condições adversas da operação em curso e contribuído para evitar a catástrofe. As razões de custo foram os argumentos usados pela indústria”, diz a Abides em artigo que analisa a catastrofe com a plataforma Deepwater Horizon.
As empresas que tanto falam em responsabilidade social e ambiental estão mais preocupadas com seus lucros e dividendos, como observou o poeta argentino Juan Gelman no artigo Feras, publicado no site Cubadebate.
Gelman, vencedor do Prêmio Cervantes de 2007, escreveu que no dia 27 de abril, exatamente uma semana depois do desastre, a BP anunciava a seus acionistas que os lucros obtidos no primeiro trimestre do ano tinham duplicado em relação ao mesmo período de 2009. “Parece que não foi o suficiente para comprar a válvula”, ironizou o poeta e jornalista.
Do blog do Brizola Neto
quarta-feira, 26 de maio de 2010
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Aqui no Brasil se cai um avião a culpa é do presidente Lula. Já imaginou se essa catástrofe fosse de responsabilidade da Petrobrás no governo Lula, que ESCÂAAAAANDALO a mídia faria?
ResponderExcluirUfa...ainda bem que é inglesa. A mídia brasileira adora os ingleses. Abafa o caso rapidinho.
Se o orgulho da BP deixar, a Petrobrás pode ajudar. rsrsrsrsrsrs