A taxa de desemprego no Brasil foi de 7,3% em abril, informou nesta quinta-feira (27) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, divulgado na Pesquisa Mensal de Emprego, representa um recuo tanto em relação a março, quando a taxa havia sido de 7,6%, quanto na comparação com abril de 2009, quando havia sido de 8,9%.
O resultado veio abaixo da previsão de analistas, que estimavam taxa de 7,6%. No ano, o desempenho de abril foi o mais baixo desde janeiro.
Segundo o IBGE, é a taxa mais baixa para um mês de abril desde o início da série histórica em 2002.
O total de desocupados atingiu 1,710 milhão, queda de 4,4% mês a mês e recuo de 16,4% na comparação anual.
Os dados analisam a situação de seis regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre.
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores ficou em R$ 1.424,10, estável em relação ao de março (R$ 1.423,32) e 2,3% maior que o de abril de 2009 (R$ 1.392,65).
Quanto à população ocupada, de 21,820 milhões de pessoas em abril, na média das seis regiões metropolitanas investigadas, houve crescimento ante março (21,748 milhões) e ante abril de 2009 (20,913 milhões).
Mercado paulistano
A Região Metropolitana de São Paulo, que responde por cerca de 40% dos ocupados nas seis regiões pesquisadas pelo IBGE, registrou uma taxa de desemprego de 7,7% em abril, ante 8,2% em março.
Em abril do ano passado, a taxa era de 10,2%. O gerente da pesquisa mensal de emprego do instituto, Cimar Azeredo, destacou a geração de vagas na região, onde o número de ocupados aumentou 0,9% em abril ante março, com mais 84 mil postos de trabalho. Ante abril do ano passado, a ocupação em São Paulo aumentou 3,8%, com geração de 335 mil vagas.
Azeredo destacou também o aumento do emprego na indústria paulista, onde houve 11 mil contratações de março para abril e 47 mil novas vagas em relação a abril do ano passado. Segundo ele, esse movimento ascendente é positivo porque as mudanças no mercado de trabalho metropolitano do País sempre começam em São Paulo e acabam se espalhando para as demais regiões.
De acordo com Azeredo, a queda na taxa de desemprego na região de março para abril só não foi maior porque ainda há 767 mil pessoas em busca de uma vaga em São Paulo. "A partir do final do primeiro trimestre, em cenário de economia aquecida, é natural que as pessoas voltem a buscar uma vaga no mercado de trabalho, reduzindo o ritmo de queda da desocupação", disse.
Carteira assinada
Das 907 mil vagas geradas nas seis principais regiões metropolitanas do país em abril deste ano, comparativamente a igual mês do ano passado, 704 mil são vagas com carteira assinada, segundo Azeredo. O porcentual de ocupados com carteira assinada no universo total das seis regiões subiu para 51% em abril, a maior fatia da série histórica iniciada em março de 2002 - quando o porcentual com carteira era de 46%.
O número de empregados com carteira aumentou 1,2% em abril ante março e subiu 7,5% na comparação com abril de 2009. De acordo com Azeredo, o aumento nas vagas com carteira reflete o crescimento do emprego em segmentos como indústria e serviços. O setor industrial registrou um aumento de 1,2% no número de ocupados em abril ante março e de 4,8% na comparação com abril do ano passado. O grupamento de serviços prestados às empresas (inclui intermediação financeira) registrou queda de 1,2% ante março, mas aumento de 6,4% na comparação com abril do ano passado.
(Com informações da Reuters e da Agência Estado)
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