sábado, 14 de agosto de 2010

A novela da TV Cultura continua


Os tucanos que dirigem a TV Cultura há 16 anos, na verdade, desde 83 (governo Franco Montoro), a atacam como se não fossem os responsáveis pela atual situação da maior e mais importante emissora de TV cultural do país. Agora é o secretário da Cultura de São Paulo, Andrea Matarazzo, que diz, na Folha de hoje: "A TV Cultura é uma ficção. É cool gostar da TV Cultura, mas ninguém assiste", afirmou Matarazzo, argumentando que a programação não está na grade de ninguém. "Vai manter a TV Cultura desse jeito para ser marcada pelo Cocoricó (programa infantil)?" E arrematou: "São R$ 80 milhões para quê? Pagar salários de conselheiros? Aqueles conselheiros nem assistem à TV Cultura”, indagou, numa manifestação que revela a natureza da critica e o descalabro da TV Cultura e de toda política cultural tucana em São Paulo nesses quase trinta anos.

Como vemos, os tucanos que governam o Estado mais rico da Federação e o mais desenvolvido, não conseguem se entender sobre o que é uma televisão cultural e pública. Andrea Matarazzo prega o fim da TV Cultura e acusa a emissora de empreguismo, ao que a emissora é usada para empregar conselheiros, ainda que o telhado de Matarazzo seja de vidro, uma vez que ele já ocupou a presidência da Cesp, como bem lembrou Jorge Cunha Linha, ex-presidente do Conselho da Fundação Padre Anchieta e ex-secretario de Estado da Cultura. “Ninguém ganha salário no conselho, além do presidente, e isso por decisão do representante do Ministério Público", afirmou Cunha Lima. "Quando fui presidente do conselho também ganhei salário e trabalhava em tempo integral na TV, na cruzada em prol de uma TV pública independente, no Brasil e no exterior. Ganhei salário, da mesma forma que Andrea Matarazzo recebe salários em seus cargos desde que foi presidente da Cesp”, observou Cunha Lima.

Fica difícil, mas entre Andre Matarazzo e Jorge Cunha Lima, ficamos com o segundo com uma vida dedicada à TV Cultura.


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Todo apoio ao "Salve a Rádio e TV Cultura"

Vamos acompanhar e prestar toda colaboração possível ao movimento "Salve a Rádio e TV Cultura", uma importante iniciativa lançada essa semana com o objetivo de defender as duas emissoras, patrimônio dos paulistas, que o governo estadual do PSDB quer acabar.

Como muito acertadamente lembrarm os organizadores do movimento, durante os últimos 16 anos à frente do governo de São Paulo, os tucanos deixaram a rádio e a TV se deteriorarem. Agora, iniciam o seu desmonte, num processo em que, em sua sanha privatizante, ao final pode resultar na liquidação ou privatização da emissora pública de TV do Estado.

Passo nesse sentido, denuncia o movimento, foi o corte de R$ 18,8 milhões destinados à digitalização do canal, determinado pelo então governador José Serra. Ele cortou a verba pouco antes da posse do novo presidente da Fundação Padre Anchieta (vinculada ao Estado e mantenedora da rádio e da TV), João Sayad. Os organizadores do "Salve a Rádio e a TV Cultura" reiteram denúncia que tem sido feita com frequência, de que as duas emissoras foram alvo de aparelhamento tucano.

Realmente, é só lembrar que o candidato a presidente José Serra (PSDB-DEM-PPS) provocou a queda de dois jornalistas na emissora, o diretor de jornalismo, Gabriel Priolli Netto, por deixar fazer uma matéria sobre pedágios no Estado, e Heródoto Barbeiro, apresentador do Roda Viva, que teria feito pergunta que o candidato não gostou enquanto era entrevistado no programa.

Blog do Zé Dirceu

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