segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Prefeitos ignoram lideranças do PMDB-RS e declaram apoio a Dilma
Cerca de cem dos 140 prefeitos do PMDB no Rio Grande do Sul se preparam para declarar o apoio à candidata a presidente, Dilma Rousseff, da coligação Para o Brasil Seguir Mudando. O anúncio será um golpe duro para as lideranças peemedebistas que garantiam ao presidenciável tucano, José Serra, um PMDB que "jamais votaria em Dilma no Rio Grande".
O grupo pró-Serra é liderado por 13 dos 14 deputados estaduais e federais peemedebista no estado. A única exceção é o deputado federal Mendes Ribeiro Filho, coordenador da campanha do candidato ao governo, José Fogaça. Apesar de preferirem a candidatura tucana, a bancada parlamentar não conseguiu impor sua vontade à direção estadual do PMDB-RS, que oficializou a neutralidade na eleição presidencial.
A adesão dos cem prefeitos peemedebistas à candidatura Dilma reflete os esforços de Michel Temer, presidente nacional do PMDB e da Câmara dos Deputados. Na condição de vice na chapa presidencial de Dilma, Temer tem-se empenhado em levar a maior parte do PMDB, sobretudo lideranças municipais, a aderirem à campanha.
O PMDB-RS temia que o apoio a Dilma levasse prefeitos peemedebistas a apoiaraem também o candidato do PT ao governo Tarso Genro – o maior adversário do peemedebista Fogaça na disputa ao Palácio Piratini. Para capitalizar a conquista dos apoios, a direção do PMDB agiu por meio de sua Associação dos Prefeitos – um braço do diretório estadual que passou a "organizar" a preferência dos líderes municipais pela presidenciável. “Eles vão apoiar de um jeito ou outro. Então, o melhor é que seja pela via certa", adianta um resignado deputado federal.
Encontros
Na noite desta segunda-feira (16), integrantes da Associação se reúnem na sede do PMDB em Porto Alegre. Na quarta-feira, acontece outra reunião, anunciada como preparatória a um encontro dos prefeitos do PMDB gaúcho com Temer, em Porto Alegre, na semana seguinte.
"Nossa posição vai ser definida a partir da reunião com o deputado Temer. É ele o candidato do nosso partido", reforça informa o presidente da Associação e prefeito da cidade de Quinze de Novembro, Clair Kuhn. "Procuro respeitar todas as opiniões, devido à minha posição. Mas temos o vice – então é natural que companheiros prefeitos digam que vão apoiar a Dilma", diz o peemedebista Vilmar Perin Zanchin, que preside a Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), é prefeito de Marau e tem um vice do PT.
O Rio Grande do Sul possui 496 municípios. O PMDB comanda 140. Em 31, tem o PT de vice. Em número de vices em prefeituras administradas pelo PMDB, o PT só perde para os próprios peemedebistas, que possuem 48. O PSDB de Serra tem apenas oito vices em prefeituras peemedebistas.
Já entre as 61 prefeituras em que o PT está no comando, em 14 o vice é do PMDB. Em outras 20 cidades o PMDB venceu as eleições tendo o PDT (que também apoia Dilma nacionalmente e que na eleição estadual é o principal aliado) como vice e em 11 cidades o PT comanda com o PDT de vice. Em resumo, PMDB e PT sabem que o primeiro pode disponibilizar uma estrutura regional valiosa para Dilma.
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