segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Onda Dilma, o desejo ou uma busca - Por José Dirceu


Muito boa a análise sobre a ascensão de Dilma Rousseff (governo-PT-partidos aliados) publicada hoje na política do Estadão pelo especialista em pesquisas no jornal, José Roberto de Toledo. Ele derruba por terra uma série de mitos sobre a dianteira da petista na disputa. Principalmente a mais frequente nos últimos dias, de que Dilma pôs grande vantagem à frente do advrsário José Serra (PSDB-DEM-PPS) por causa da propaganda no horário eleitoral do rádio e TV.

"Não houvesse as condições necessárias, um estado crítico, não haveria a onda Dilma", acentua o analista lembrando que o próprio Datafolha aferiu que só 1 em cada 3 eleitores viu os primeiros programas dos presidenciáveis. "A onda (Dilma) vem de longe", diz Toledo, concedendo que o cometido pelos analistas é "um equívoco comum: as tensões acumuladas ao longo de meses, anos, liberam-se de uma só vez e debita-se ao último fato (propaganda na TV) de uma cadeia de eventos a responsabilidade pelo ocorrido."

Percepção popular de melhora é que alavancou a onda

Para explicar o que "vem de longe", o especialista acentua que a "onda Dilma" não teria ocorrido se o governo do presidente Lula "não houvesse incluído dezenas de milhões no maravilhoso mundo do consumo. Tampouco, isso teria ocorrido sem o Plano Real. A história faz diferença."

A onda se propagou "do Norte para o Sul, desde as regiões onde os aumentos de renda e do consumo foram mais fortes". Toledo relaciona vários outros fatores para provar que não só a propaganda no rádio e TV foi decisiva. Também fora as entrevistas dos candidatos a presidente no Jornal Nacional da Rede Globo vistas por até 36 milhões de eleitores (Ibope); o debate entre eles na BAND, acompanhado por pelo menos 18 milhões de eleitores; e o debate no UOL, via internet, acessado já por 1,8 milhão, número que continua crescendo.

Com tudo isso, "a eleição virou assunto e se propagou de boca em boca. Mais eleitores, principalmente os mais pobres, descobriram que a petista é a candidata de Lula", conclui Toledo, reforçado nesse ponto na avaliação por Marcia Cavallari, diretora executiva do Ibope Inteligência para quem "é menos a audiência (dos debates ou entrevistas) e mais a repercussão, o boca a boca" o responsável pela "onda Dilma".

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