
Os especialistas da Comissão da Verdade e Reconciliação de Honduras concluíram que o ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya, foi vítima de uma ação ilegal de autoridades de Estado, em junho de 2009. Segundo a Comissão, os integrantes das instituições envolvidas na deposição do chefe de governo não estavam respaldados pela lei.
Na ocasião, representantes do Parlamento, da Suprema Corte e das Forças Armadas o retiraram da residência oficial de madrugada, obrigando-o a seguir para Costa Rica. Em nenhum momento o documento com as conclusões menciona o termo “golpe de estado”, informa o portal Opera Mundi (leia mais). Mas destaca que Zelaya foi retirado do poder com ações de “captura e expulsão forçada”.
A comissão, formada por especialistas estrangeiros e hondurenhos, analisou ao longo de 50 mil horas 15 linhas distintas de investigações e tem como missão buscar a reconciliação e a legitimidade das instituições hondurenhas. Ao longo de 35 páginas, o relatório faz propostas para impedir que fatos semelhantes se repitam.
Zelaya retornou a Honduras, mês passado, depois de 16 meses de exílio, na República Dominicana. Sua volta teve como principal articulador Pepe Lobo, atual presidente do país. Também a Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) teve um papel decisivo para equacionar a situação no país. Com deposição forçada de Zelaya, a participação de Honduras foi suspensa na entidade em julho de 2009. Com sua volta ao país, o processo contra o país foi suspenso na organização.
O processo de negociação em torno de Zelaya foi finalizado com a decisão da Assembleia Geral da OEA (Organização dos Estados Americanos) de encerrar o processo de suspensão de Honduras da entidade. A punição ocorreu em 4 de julho de 2009, depois que Zelaya foi deposto. Para a OEA, houve um golpe de Estado gerando a transgressão dos princípios democráticos.
Blog do Zé Dirceu
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