quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ibovespa tem melhor semana do ano com alta acumulada de 6%

Por Beatriz Cutait | Valor

SÃO PAULO – O decepcionante desempenho do mercado de trabalho americano em agosto deu combustível para a queda das bolsas nesta sexta-feira. A economia do país não conseguiu criar vagas de trabalho no período e teve o pior resultado desde setembro de 2010.

No Brasil, uma realização de lucros já era aguardada, após a alta de 9,8% conquistada pelo Ibovespa nos últimos cinco pregões.

De toda forma, os dados adicionaram preocupações em relação à trajetória da economia americana e colocaram mais pressão sobre as próximas decisões do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). Uma terceira edição do chamado “quantitative easing” - mecanismo pelo qual o Fed compra títulos para injetar dinheiro na economia - não sai do foco.

Esta expectativa continuou a mover o apetite a risco nesta semana, mas, nesta sexta-feira, as vendas prevaleceram sobre as compras nas bolsas.

O Ibovespa fechou hoje com desvalorização de 2,73%, aos 56.531 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 7,111 bilhões. Ainda assim, a alta na semana atingiu 6%, a mais elevada para o período desde a apurada entre os dias 19 e 23 de julho de 2010 (6,39%). No ano, o índice ainda acumula perda de 18,4%.

No mercado americano, as bolsas mostraram trajetória semelhante. Neste pregão, o índice Dow Jones caiu 2,20%, aos 11.240,26 pontos, enquanto o Nasdaq recuou 2,58%, para 2.480,33 pontos, e o S&P 500 perdeu 2,53%, aos 1.173,97 pontos. Na semana, as praças acionárias fecharam praticamente estáveis.

Vale lembrar que, na próxima segunda-feira, o mercado americano estará fechado, devido ao feriado do Dia do Trabalho.

Após a euforia do mercado com a queda inesperada da taxa Selic no Brasil, o foco voltou ao enfraquecimento dos Estados Unidos e ao impasse entre a Grécia e órgãos internacionais para que o país europeu conte com o prometido socorro financeiro.

O operador da Icap Brasil Carlos Augusto Nielebock não acredita em um descolamento brasileiro do exterior por conta da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir os juros básicos da economia.

“Ainda há fundamentos para a queda. A falta de confiança faz o mercado andar rápido para cima e para baixo, e o efeito da decisão do Copom para a Bovespa pode ser de curto prazo”, diz.

Empresas

No cenário corporativo doméstico, a maioria das ações recuou nesta jornada, com destaque para a devolução dos ganhos recentes das construtoras. MRV ON cedeu 5,56%, a R$ 13,40, Brookfield ON caiu 6,75%, a R$ 6,90, e Rossi ON recuou 6,94%, a R$ 12,20. Além disso, B2W ON teve baixa de 7,75%, a R$ 16,05, e ALL ON perdeu 6,92%, a R$ 9,00.

Em diante da baixa dos preços das commodities, Vale PNA perdeu 1,56%, a R$ 40,35, com giro de R$ 499 milhões, enquanto Petrobras PN cedeu 3,18%, a R$ 20,37, com volume financeiro de R$ 495 milhões.

Dentre as poucas altas do Ibovespa, TAM PN subiu 2,6%, a R$ 35,40, Marfrig ON ganhou 1,58%, a R$ 8,33, e Cesp PNB avançou 1,01%, a R$ 29,85.

Agenda

A próxima semana será curta, dado o feriado americano de segunda-feira e o do Brasil, na quarta. O operador de renda variável da Hencorp Commcor Rafael Dornaus destaca a divulgação do Livro Bege do Fed, os dados de atividade e inflação na China e a própria ata da reunião do Copom.

(Beatriz Cutait | Valor)

Valor Econômico

Nenhum comentário:

Postar um comentário