POR FERNANDO BRITO · 25/04/2016
Discordo francamente do ato de cuspir em alguém.
Mas não sou hipócrita de dizer que não teria uma reação igual ou pior ainda se fosse comigo o episódio em que um casal de bestas-feras xingou o ator José de Abreu e a mulher num restaurante em São Paulo.
Abreu narrou o episódio, ontem, no Domingão do Faustão, para o qual, é óbvio, foi chamado apenas pelo espetaculoso episódio e é difícil condenar qualquer excesso diante do que se passou.
O que ele disse sobre o fato pode ser visto aqui.
O mal, entretanto, veio para o bem e, num dos raríssimos momentos em que o óbvio pode ser dito na Rede Globo, Abreu expressou aquilo que ninguém, em sã consciência, pode entender.
Embora, em seu insano ódio político, a Globo e a mídia em geral teimem em não dizer com a crueza que registrou-se aqui, outro dia, de um comentarista da TV portuguesa: o processo de impeachment foi aberto por uma assembléia geral de ladrões, presidida por um ladrão.
Aquilo, mais que qualquer outra coisa, foi uma cusparada no rosto desta nação.
E Abreu soube dizê-lo, aproveitando o espaço em que talvez se esperasse vê-lo acabrunhado, desculpando-se pelo ato ofensivo.
Se todos que sabem deste óbvio falassem publicamente, o Brasil retomaria a esperança de que a vergonha pública cessaria no país.
Inclusive os “globais” que, como registrou o próprio Zé de Abreu, escondem sua própria covardia alegando temor de represálias.
Ao patrão, entregamos o nosso trabalho, não a nossa consciência.
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