quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Delegado da Lava Jato afirma que vazamento é crime

TER, 02/08/2016 - 17:25



Saí confuso da audiência de conciliação com o delegado Igor Romário de Paula. O delegado me acusa de caluniá-lo. Caluniar significa imputar falsamente um fato criminoso a alguém. Na ação, o tal fato seria a acusação de que ele estaria vazando documentos da Lava Jato. No artigo eu menciono vazamentos, atribuo à Polícia Federal, não a ele especificamente.

Não é o mais importante.

O relevante da história é ele – delegado da PF, membro da Lava Jato – considerar vazamentos de informações de inquéritos um crime. Esse é o ponto.

Vamos supor que os bravos delegados da PF nada tenham a ver com essa vazamento. Menos ainda os templários do Ministério Público Federal. O fato é que há vazamentos que, segundo o delegado Igor, são atos criminosos. E, na melhor das hipóteses, esses crimes estão sendo cometidos nas barbas da Lava Jato, sem que nenhum delegado ou procurador se disponha a investigá-los.

Uma coisa ou outra. Se vazam, de acordo com a tipificação de vazamentos do delegado Igor, eles seriam criminosos. Se não investigam, estariam incorrendo no crime de improbidade administrativa.

O processo proposto pelo delegado Igor será uma boa oportunidade para se colocar a limpo a questão dos vazamentos.

PS – Na audiência de conciliação, propus ao delegado uma entrevista, que seria publicada na íntegra, na qual ele poderia expor sua opinião e esclarecer as dúvidas sobre sua conduta. Ele recusou a oferta.


Jornal GGN

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