POR FERNANDO BRITO · 16/08/2016
O Ministro Teori Zavascki é um homem valente, dependendo de quem é o alvo de sua valentia.
Mandou abrir inquérito contra a mulher que o indicou ao Supremo, enfrentando por isso uma campanha de infâmias por estar, diziam os histéricos, indicando um magistrado parcial, faccioso, que protegeria seus interesses e aos do PT.
Tanto que até algazarras em frente à sua casa os ativistas de direita faziam.
Faziam, não fazem mais.
Dilma foi respeitável e respeitadora da Justiça por indicar um velho magistrado, quando podia ter indicado um áulico.
Teori Zavaski é um homem criterioso, embora não se saiba que critérios o fizeram sentar-se por cinco meses sobre o pedido de afastamento de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara, pedido pela Procuradoria Geral da República e permitiu, assim, que Eduardo Cunha, denunciado e réu, iniciasse e comandasse a instauração de um processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
Agora, Teori Zavascki aceita o pedido de abertura de investigação contra Dilma Rousseff, que o indicou, feito por Rodrigo Janot, a quem ela também indicou, por obstrução da Justiça, por ter indicado Lula Ministro da Casa Civil.
O fundamento? Basicamente um grampo telefônico que o próprio Teori considerou ilegal.
Curioso que uma presidenta que pretende “obstruir a Justiça” indique um procurador que a acusa e um juiz que acolhe a acusação e acusação de nomear como ministro alguém em quem o mundo inteiro reconhece a capacidade de articulação política, o o que é exatamente a função de um Ministro da Casa Civil.
Sobre este pedido de Janot, Teori não se sentou cinco meses, como fez com Cunha.
Nem mesmo ligou sobre a repercussão de fazê-lo na semana, praticamente, da decisão do Senado sobre a destituição da presidenta eleita.
Dilma, certamente, não merece de Teori os cuidados e a prudência que este dedicou a Eduardo Cunha.
Como eu não possuo as folgas financeiras de um ministro do Supremo, tenho de cuidar do que digo.
Ministro Teori, bendigo aos céus não ter o mesmo caráter do senhor.
Tijolaço
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