QUI, 24/11/2016 - 09:46
ATUALIZADO EM 24/11/2016 - 09:47
Jornal GGN - A Lava Jato deve explicações sobre a suspeita de ajudar informalmente os Estados Unidos, indicando colaboradores da operação na Petrobras para firmarem acordos internacionais sem a supervisão do Ministério da Justiça. Essa falta de transparência pode ser prejudicial aos negócios brasileiros, diz o jornalista Kennedy Alencar, que ainda adverte que os EUA se preocupam com seus empresários e protegem os interesses interno. "O Brasil deveria fazer o mesmo."
Por Kennedy Alencar
A defesa do ex-presidente Lula suspeita que a força-tarefa da Lava Jato esteja colaborando de modo informal com autoridades americanas. O Ministério Público respondeu, por nota, que o assunto é sigiloso e que não se manifestaria. É relevante esclarecer essa questão.
Um decreto do governo FHC diz que essa eventual colaboração tem de ser intermediada pelo Ministério da Justiça e não diretamente pelo Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal. Se a força-tarefa estiver estimulando delatores a colaborar com autoridades americanas, isso seria ilegal.
Recentemente, o Ministério Público brasileiro ajudou autoridades dos EUA a aplicar multa milionária à Embraer, que compete com a Boeing americana e a Bombardier Canadense no mercado mundial de aeronaves. Já há procedimentos na Justiça americana contra a Petrobras. Logo, é interesse estratégico do Brasil que informações que possam atingir a estatal e nossas empresas privadas sejam feitas de modo transparente.
Os Estados Unidos defendem os interesses e as empresas deles. O Brasil deveria fazer o mesmo.
O Ministério Público precisa responder claramente a essa questão, deixando claro que, se houver alguma cooperação, ela está seguindo a lei. Melhor para a Lava Jato e o Brasil.
Jornal GGN
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