Quem diz é o advogado Geoffrey Roberson, que defende o ex-presidente Lula, e concedeu uma entrevista coletiva de Genebra nesta quarta-feira 16, para explicar a ação de Lula à Comissão de Direitos Humanos da ONU; ele explica que o ex-presidente não quer parar a investigação nem o julgamento contra ele no Brasil, apenas que o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato, seja substituído por um juiz imparcial; "É bizarro que o juiz que investiga seja o mesmo que julga. Não se pode ter juízes enviesados", disse; o advogado Cristiano Zanin Martins destacou que "todas as palestras estão devidamente documentadas. Não há qualquer ilegalidade"; advogada Valeska Martins pontuou, sobre a perseguição a Lula: "Os brasileiros deveriam perguntar a si mesmos: e se isso acontecesse comigo?"
16 DE NOVEMBRO DE 2016
247 - Em coletiva de imprensa concedida de Genebra, na Suíça, pelos advogados do ex-presidente Lula, foi detalhada a ação apresentada à Comissão de Direitos Humanos da ONU que denuncia como os direitos do ex-presidente estão sendo desrespeitados.
O advogado Geoffrey Roberson, integrante do grupo que trabalha pela defesa de Lula internacionalmente, destacou o risco de um mesmo juiz atuar como investigador e julgador no mesmo caso, como acontece na Operação Lava Jato com Sérgio Moro.
"É bizarro que o juiz que investiga seja o mesmo que julga. Não se pode ter juízes enviesados", disse. "Nenhum juiz em um país civilizado se comporta como Moro, dessa maneira persecutória", criticou.
Ele fez ainda outras críticas ao magistrado de Curitiba: "Imaginam um juiz europeu indo ao lançamento de um livro elogioso a ele, dando autógrafos [como fez Moro]?". "Moro acredita que os políticos têm de ser deslegitimados mesmo antes que sejam condenados", afirmou ainda.
Roberson ressaltou que "não há qualquer evidência de que Lula recebeu dinheiro ou favores durante sua presidência ou depois". "Sabe como Lula ganhou seu dinheiro depois de sair da presidência? Do mesmo jeito que Bill Clinton, Bill Gates, Tony Blair", respondeu, em referência à realização de palestras para várias empresas. "Lula fez palestras em todo o mundo, para empresas como a Microsoft e a própria Globo! E foi pago para isso", acrescentou.
Em sua fala, o advogado Cristiano Zanin Martins destacou que "todas as palestras estão devidamente documentadas. Não há qualquer ilegalidade". Ele ressaltou que "a perseguição a Lula está violando pactos internacionais assinados pelo Brasil", lembrando que o ex-presidente "foi privado de sua liberdade por seis horas sem previsão legal por ordem de Sérgio Moro", "teve seu telefone, e até os telefones de seus advogados interceptados, e as gravações divulgadas pela imprensa".
Zanin acrescentou que "as provas periciais que requeremos para provar que ele não participou de qualquer esquema de corrupção foram negadas pelo juiz" e fez duras críticas à imprensa na cobertura do caso. "Lula é atacado diariamente pela imprensa com base em informações e documentos fornecidos pela Lava Jato. Um articulista da Globo chegou a dizer que há 'condições políticas' para condenar Lula, provando que o julgamento ñ é jurídico", afirmou.
A advogada Valeska Martins pontuou, sobre a perseguição a Lula: "Os brasileiros deveriam perguntar a si mesmos: e se isso acontecesse comigo?".
Brasil 247
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