sábado, 30 de setembro de 2017

COIMBRA: FORÇA DE LULA VEM DA COMPARAÇÃO COM O PRESENTE

Para o sociólogo e diretor do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, a força eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera em todas as pesquisas de intenção de voto, vem da comparação entre os tempos de bonança do governo petista com as sucessivas crises do Brasil atual; "Se alguém quiser entender o porquê da força de Lula, não precisa procurar longe: basta ouvir o que contam as pessoas do tempo em que ele esteve no governo e como comparam esse período com o que aconteceu com o Brasil depois que a direita reassumiu o poder", escreve; "Simpatizantes ou não do ex-presidente e do PT, todos concordam que havia emprego, o País crescia, existiam muitos e bons programas sociais. Comparado com os dias atuais, era outro Brasil", completa

30 DE SETEMBRO DE 2017 


247 - Em artigo publicado na edição desta semana da Carta Capital, Marcos Coimbra, sociólogo e diretor do Instituto Vox Populi, fala da força eleitoral do ex-presidente Lui Inácio Lula da Silva.

Confira abaixo alguns trechos do texto:

"Hoje elas [as pessoas] se reconhecem imersas em crises cuja gênese não compreendem e para as quais não enxergam saída. Sabem apenas duas coisas: que a crise atual é a pior que conheceram e que. não faz muito tempo, tudo era diferente no Brasil. Para os entrevistados, há um mistério e um paradoxo. Como é possível que o Brasil se encontrasse bem, que as pessoas estivessem satisfeitas e que o resto do mundo nos admirasse, e que, em pouquíssimo tempo, tudo desandasse e tantos problemas se somassem?

De Sul a Norte, as pessoas do povo são unânimes ao dizer “as coisas estavam melhor quando Lula era presidente”. Simpatizantes ou não do ex-presidente e do PT, todos concordam que havia emprego, o País crescia, existiam muitos e bons programas sociais. Comparado com os dias atuais, era outro Brasil. A narrativa que recebem da mídia corporativa, dos políticos conservadores e, muito especialmente, dos juízes e promotores de direita, de que “tudo era ilusão! não as convence. Para elas, muito mais ilusória é a história que ouvem agora.

Se alguém quiser entender o porquê da força de Lula, não precisa procurar longe: basta ouvir o que contam as pessoas do tempo em que ele esteve no governo e como comparam esse período com o que aconteceu com o Brasil depois que a direita reassumiu o poder."


Brasil 247

"É jogar areia nos olhos do público desviar a discussão do caso Aécio Neves para um confronto entre o Supremo Tribunal Federal e o Senado. Não há uma crise institucional, mas uma profunda crise de caráter de substancial parcela do mundo político", escreve o colunista Clóvis Rossi

30 DE SETEMBRO DE 2017 

247 - Em sua coluna nesta sábado, o jornalista Clóvis Rossi criticou a postura de Aécio Neves e do Senado na atual crise com o Supremo Tribunal Federal.

"É jogar areia nos olhos do público desviar a discussão do caso Aécio Neves para um confronto entre o Supremo Tribunal Federal e o Senado. Não há uma crise institucional, mas uma profunda crise de caráter de substancial parcela do mundo político.

Ao se retirar a areia da discussão, tem-se o seguinte:

1 - Aécio Neves teve um diálogo nada republicano com Joesley Batista? Teve. Nem ele nem o empresário negam.

2 - Aécio Neves pediu R$ 2 milhões a Joesley? Pediu. O senador agora afastado não nega, só dá uma desculpa esfarrapada para a solicitação.

3 - O dinheiro foi entregue? Foi, a um intermediário de Aécio, o famoso primo Fred. Entrega filmada.

Comprovados como estão tais fatos, houve, no mínimo, uma violação da dignidade funcional por parte do senador.

Nessas circunstâncias, uma pessoa de caráter teria renunciado ao cargo. Como Aécio não o fez, seus pares deveriam tê-lo expulsado, se tivessem o caráter que faltou ao envolvido no caso."



Brasil 247

Boato sobre recibo do aluguel não tem fundamento, diz defesa de Lula



Advogado diz que a tentativa de transformar os recibos no foco principal da ação é demonstração de que não há materialidade para sustentar as acusações formuladas contra Lula em relação aos contratos da Petrobras.


Por Nocaute em 28 de setembro às 17h57

O advogado Cristiano Zanin, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirma que “pequenos erros em dois dos 26 recibos apresentados não retiram a força probatória dos documentos” apresentados.

Para ele, como a acusação não tem provas e não se sustenta, quer tentar desacreditar a defesa. O objetivo é “a qualquer custo e sem provas condenar uma pessoa inocente”.

A declaração foi feita na tarde de quinta-feira (28), por meio da página do Facebook “A verdade de Lula“, criada em 2016 com a finalidade de desmentir boatos sobre o ex-presidente que circulam em redes sociais e na imprensa.

Assista abaixo:



Nocaute

Por que foi importante derrotar a Lava Jato no concurso do Prêmio Allard, por Eugênio Aragão


SEX, 29/09/2017 - 08:32
ATUALIZADO EM 29/09/2017 - 08:33


Por que foi importante derrotar a Lava Jato no concurso do Prêmio Allard

por Eugênio José Guilherme de Aragão

Não nos iludamos. O Prêmio Allard da Universidade de British Columbia, no Canadá, é um instrumento ideológico da economia global, que busca colocar países emergentes sob o denominador das economias centrais.
O tal “Combate à Corrupção” é mais um cavalo de batalha do imperialismo mercantil. Podem as economias centrais ver, no caso delas, a corrupção como comportamento desviante que enfraquece o standing das grandes corporações do capital em suas complexas sociedades. Mas o que elas insistem em ignorar é que a corrupção, entre nós, é consequência de uma sociedade profundamente desigual e que seu enfrentamento longe do esforço de inclusão social e do reforço às regras do devido processo legal e do julgamento justo só aprofunda a desigualdade e acirra o autoritarismo, destruindo empregos e a democracia.

Ainda assim é importante jogar com as contradições do discurso ideológico. Ao mostrar que a Operação Lava Jato representa a destruição de direitos civilizatórios, como a presunção de inocência, o respeito à verdade provada e a imparcialidade do julgador, tão proclamados como contribuição dos países centrais ao mundo, o recuo na jogação de confete a Deltan Dallagnol et caterva era inevitável. Tentaram salvar a face compartindo o prêmio entre os finalistas, mas a ganhadora foi uma jornalista do Azerbaijão.

Nos bastidores já se dava a vitória da Lava Jato como certa. Havia um jogo duplo até por parceiros progressistas, com medo de perda de reputação e espaço, mas a atuação incisiva de poucos estudantes e juristas fez a diferença e mostrou como o destemor de enfrentar os inimigos do progresso, da soberania nacional e da democracia vale a pena.

Esclarecer os desvios do moralismo tupiniquim é fundamental para mostrar ao mundo que o chamado “Combate à corrupção” não pode ser uma guerra sem regras de engajamento e sem respeito às leis. Vamos colocando os pingos nos ii.


Jornal GGN

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Xadrez da Maçonaria no Brasil, por Luís Nassif

QUI, 28/09/2017 - 00:44
ATUALIZADO EM 28/09/2017 - 20:50



Xadrez da Maçonaria no Brasil

Peça 1 – general Mourão coloca Maçonaria na mira

As declarações do general Antônio Hamilton Mourão em uma Loja Maçônica do Distrito Federal foram amplamente cobertas pela mídia. Passou em branco o local da manifestação e as relações políticas da maçonaria no país.

Em Portugal, a Maçonaria teve papel central nas movimentações que resultaram na prisão e na destruição política de José Sócrates, ex-primeiro ministro de tendência socialista. Ressurgiu como poder político, não se sabe se efetivo ou superdimensionado pelo caráter misterioso dos maçons.

No processo de impeachment houve diversas manifestações de lojas maçônicas e há diversos maçons em cargos-chaves na administração pública.

Como filho e neto de maçons - meu pai chegou a ocupar alto cargo na Loça Maçônica Estrela Caldense, e abjurou para casar na Igreja com minha mãe - sempre a vi como um clube de autoajuda, muito distante da militância política no Segundo Império.

Meu avô foi levado para a Maçonaria por meu pai. Mudou-se para São Paulo em 1960. Em seu enterro, em 1984, quando chegamos em São Sebastião da Grama, estavam aguardando-os os irmãos maçons de Poços.


Mesmo assim, o tema ainda é insuficientemente explorado. E não se sabe se a Maçonaria é uma força organizada, ou seja, com os maçons obedecendo a movimentos políticos coordenados, típicos de partidos políticos e de associações conspiradoras, ou apenas um clube de autoajuda, uma espécie de Rotary Club com rituais.

Hoje em dia, a soma de manifestações políticas obriga a um foco mais próximo para entender a verdadeira dimensão do fenômeno maçonaria no Brasil de hoje.

Lanço algumas pinceladas, claramente insuficientes para uma avaliação definitiva sobre a Maçonaria, mas visando promover a discussão.

Peça 2 - A Maçonaria atual

Ao longo da história, a Maçonaria juntou brasileiros influentes das mais variadas extrações políticas. A lista de 100 Maçons Ilustre (https://goo.gl/FxS36c) traz, na letra A, os nomes dos ex-governadores Ademar de Barros, Alceu Collares, Antônio Carlos Magalhães, ao lado de políticos híbridos como Aldo Rebelo e Antônio Palocci.

A Maçonaria no Brasil tem três correntes: o Grande Oriente do brasil, o mais antigo, fundado em 1822; as Grandes Lojas e os Grandes Orientes Independentes, reunidos embaixo da Confederação Maçônica do Brasil, conforme se depreende de discurso do senador Mozarildo Cavalcanti (https://goo.gl/LSgpib).

O Grande Oriente do Distrito Federal é subordinado ao grande Oriente do Brasil. Foi criado em 1971. Havia a necessidade e de 13 lojas para fundar um Grande Oriente. O primeiro Gráo-Mestre do Distrito Federal foi Celso Clarismundo da Fonseca.

Em 1978 o Grande Oriente do Brasil transferiu sua sede do Rio de Janeiro para Brasília, comandado pelo senador goiano Osíris Teixeira. Hoje existem 73 lojas no Grande Oriente do DF, no coração do poder.

Nos últimos anos, o Grande Oriente comandou eventos políticos de peso, como homenagem às Forças Armadas, com presença de representantes das três forças; o movimento contra a intervenção federal em Brasília, a campanha da Lei da Ficha Limpa e vários eventos em favor da ética.

Nos 40 anos de fundação, houve evento comemorativo que contou com vários maçons ilustres, como o vice-governador do DF, Nelson Tadeu Filipelli, o então vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça Ministro Félix Fischer, o Ministro do STJ José de Jesus Filho, o Desembargador do TJ do Distrito Federal Lécio Resende da Silva.

No evento, propunha-se um novo estilo para a Maçonaria, conforme discurso do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR):

“O tempo em que a maçonaria precisava se esconder já passou. O tempo em que ela foi perseguida pelos reis, pela Igreja e por outros grandes e poderosos já passou. A maçonaria vive um momento em que precisa, de fato, sintonizar-se com o século XXI, modernizar-se, mostrar para a sociedade o que faz - e só faz o bem, mas faz de forma que não é perceptível pela sociedade”.

Eventos em outras partes do país, como em Campo Grande, servem para mostrar a influência regional da Maçonaria (https://goo.gl/qfL7WV). Entre os maçons agraciados estava o presidente do Tribunal de Justiça José Aedo Camilo, do Procurador Adjunto do Ministério Público do estado, Benjamin José Machado, do presidente do Tribunal de Contas do Estado Élcio Gonçalves de Oliveira, do Secretário do Planejamento Luiz Advive Palmeira, do Secretário de Administração Adjunto Sérgio Luis Gonçalves.

Peça 3 - A diversidade ética e política

Os últimos eventos político-policiais mostraram que nem sempre os princípios éticos foram seguidos por todos os maçons. A quadrilha comandada por Michel Temer teve dois maçons ilustres, dois de seus principais operadores, Nelson Tadeu Filipelli e Sandro Mabel, que nos registros da Maçonaria utiliza seu nome real, Sandro Antônio Scodro. Era maçom também o ex-senador Demóstenes Torres.

Não se pode atribuir à Maçonaria uma ação homogênea.

Em São Paulo, há uma clara articulação visando eleger políticos maçons. A Assessoria Parlamentar do Grande Oriente de São Paulo é constituída pelo vice-governador Márcio França, o deputado federal baleia Rossi e os deputados estaduais Welson Gasparini e Itamar Francisco Borges.

Por outro lado, havia um grupo autodenominado de Maçons Petroleiros (https://goo.gl/SBnYW1)que se organizou “em defesa dos interesses da Petrobras e da nacionalidade”. Criou 7 lojas denominadas Monteiro Lobato (um dos pioneiros da luta pelo petróleo) e, em 2008, se aliaram ao PT, parlamentares do PMDB, PTB, PCdoB e sindicalista tentando tirar Paulo Roberto Costa de uma diretoria da Petrobras.


Os arquivos do governo do estado do Paraná guardam fotos de uma visita ao então governador Roberto Requião, por Alan Kardec e José Inácio Conceição, Inspetor Geral da Ordem dos Maçons.

As estripulias de Paulo Roberto já não eram segredo. O candidato do grupo era Alan Kardec, que dirigiu a Petrobras Biocombustíveis. Na época, sua indicação foi vista como vitória pessoal da Maçonaria. Infelizmente, não foi vitorioso no objetivo principal, que era tirar Paulo Roberto da Petrobras.

Peça 4 - As ligações internacionais

Historicamente, a Maçonaria brasileira nasceu da costela da Maçonaria de Portugal.

Recentemente, a Maçonaria adquiriu enorme protagonismo em Portugal, sendo apontada como personagem política central da crise que destruiu o grande nome da socialdemocracia portuguesa, ex-primeiro ministro José Sócrates.

Mas por lá há uma divergência clara entre duas linhas da Maçonaria: o Grande Oriente Lusitano, ou Maçonaria Regular, mais conservadora; e a Maçonaria Irregular, Liberal e Adogmática (https://goo.gl/MnLBJf).

Nasceu na Maçonaria Irregular a Lei do Serviço Nacional de Saúde, aprovada pela Assembleia da República em 1979.

A dissidência se deu nos anos 80, refletindo as disputas o pensamento da Grande Loja Unidade da Inglaterra, que não admite mulheres maçons e obrigava seus seguidores a adotar crenças religiosas. Enquanto a outra linha maçônica admite a participação de mulheres e aceita ateus e agnósticos.

Grão-Mestre da Obediência Maçônica Grande Oriente Lusitano, de tendência liberal, o português Antônio Reis definiu bem seu compromisso com a democracia:

“Vivemos em tempo de crise. A Maçonaria está atenta para se adaptar aos novos tempos?

Temos que estar muito atentos a estes sintomas de inquietação que vão proliferando, mas não podemos cair num certo catastrofismo, nem pensar que a democracia está condenada e que se caminha no sentido de uma certa anarquização das respostas políticas. Longe disso.

Há que aperfeiçoar a democracia e os partidos. Não vejo alternativas a uma organização democrática em que os partidos políticos continuam a ter um papel fundamental”.

Por outro lado, a Loja Mozart, que pertence à Grande Loja Regular Legal de Portugal foi apontada como diretamente envolvida com o serviço secreto português, nos ataques a José Sócrates.

Peça 5 - O destino manifesto

Do lado dos conservadores e dos progressistas, há inúmeras referências a uma espécie de destino manifesto dos maçons.

No artigo “Perspectivas para a Maçonaria no Século 21”(https://goo.gl/RNMAHh), preconiza-se:

“O exemplo da burguesia revolucionária, que foi sábia o suficiente para reunir todos os ingredientes que possibilitaram o salto de qualidade, deve ser seguido, devidamente relativizado. Somos a única instituição no mundo capaz de se apresentar diante da história como agentes catalisadores da mudança, sem que confundamos nossas ações com as ações próprias de um partido político. Na minha avaliação a maçonaria está acima e além da luta de classes. Ela e só ela!

Por sermos universais, podemos promover vários ensaios, encontros, congressos, etc… com todas as grandes inteligências do mundo, presentes na instituição. Se não estiverem, nós as traremos. Aqui é o lugar delas.

Poderemos forjar novas lideranças mundiais a partir de nossas lojas universitárias. Deveremos ir aos parlamentos, forças armadas, Academia, etc… e buscar todos que se sentem compromissados perante o desafio de promover a necessária harmonia entre os elementos que formam a complexa tessitura de nossa marcha evolutiva. A exigência será a vocação para Homem-Humanidade. E , hoje, ser Homem-Humanidade é sonhar com um ordenamento social que desempenhe a função histórica de ultrapassar a emancipação provocada pela Revolução Francesa, superando os seus limites, isto é, criar uma emancipação universalmente humana e não apenas a de uma classe”.

De qualquer modo, são pouco claras as ligações de setores da Maçonaria brasileira com a dos países centrais.

O site "Três Janelas", ligado à Maçonaria, traz informações relevantes sobre as formas de articulação das Lojas Maçônicas brasileiras com a Grande Loja Unida da Inglaterra.


"O District Grand Lodge of South America Northern Division tem como Grão Mestre Distrital o RW Bro Colin Foster, como Grão Mestre Distrital Adjunto o W Bro John Collakis e como Grão Mestre Distrital Assistente o W Bro Ivan Clark.

A novidade desse ano foi à gravação de um vídeo sobre as atividades da maçonaria inglesa no Brasil, idealizado pelo Grão Mestre Distrital Colin V. Foster e que será distribuído no Brasil e Inglaterra. O vídeo abordará a maçonaria inglesa, a maçonaria brasileira, a maçonaria inglesa no Brasil, além de outros assuntos relacionados.

O Grande Oriente do Brasil sempre pautou o seu relacionamento internacional pelas normas estabelecidas pela Grande Loja Unida da Inglaterra, com a qual mantem estreito relacionamento desde o século passado".


Colin V. Foster é o marido de Graça Foster, ex-presidente da Petrobras. Motivo para que os fakenews que pululavam na Internet atribuísse propósitos conspiratórios à Maçonaria, que se infiltraria no governo através de Graça.

Colin é o Grão-Mestre Distrital da Divisão Norte da Grande Loja Unida da Inglaterra, cujo “Grand Master” é o Príncipe Edward George Nicholas Paul Patrick – primo da Rainha Elisabeth. Quem comanda a Grande Loja Unida da Inglaterra, junto com o príncipe, é Peter Lowndes membro do Royal Institution of Chartered Surveyors (RICS).

Peça 6 – levantando a bola

A intenção desse Xadrez inconclusivo foi levantar a bola, juntar mais dados e estudos para voltar ao tema.

Obviamente, como um Portal colaborativo, contamos com a colaboração de vocês.



Jornal GGN

Ali Kamel sabe que D. Marisa é quem cuidava do dinheiro



Do portal Lula.com.br:


Caro jornalista Josias de Souza,

O senhor tem feito declarações que transitam entre a ironia e a baixaria, cheias de desrespeito e mentira contra a memória da ex-primeira-dama Dona Marisa Letícia. O objetivo é o mesmo já há alguns anos: ter protagonismo profissional em uma imprensa parcial — a mesma que apoiou um golpe parlamentar rejeitado pela população — e perseguir politicamente o ex-presidente Lula, talvez pelo temor e inconformismo diante de sua liderança nas pesquisas eleitorais. Mas mesmo neste jornalismo parcial seria importante algum limite ético e humano, por exemplo, não desrespeitando com mentiras pessoas que já faleceram.

Lula jamais acusou ou usou sua esposa de "álibi". Quem acusou, injustamente, sua esposa foram os procuradores da Lava Jato chefiados por Deltan Dallagnol, que o fizeram em processos sem sentido sobre pedalinhos e imóveis que jamais foram da família Lula, para tentar atingir o ex-presidente. Nem Lula nem Dona Marisa cometeram qualquer crime. Errada foi a divulgação de conversas telefônicas privadas da primeira-dama para fins políticos e midiáticos.

O ex-presidente tem muito orgulho de Dona Marisa, do apoio que ela dava para que ele pudesse lutar pelo Brasil, sendo pai e mãe dos seus filhos ao mesmo tempo e cuidando das contas da família desde os tempos do sindicalismo.

Essa é a verdade dos fatos. E é assim há muito tempo, como prova uma declaração de Lula de 2008 registrada no livro "Dicionário Lula" do chefão do jornalismo da Globo, Ali Kamel, que poderia encaminhar para os seus subordinados de Curitiba, que editam matérias desequilibradas sobre os processos da Lava Jato contra Lula para os telejornais da emissora. Kamel também poderia presentear com seu livro outros funcionários das Organizações, como Cristiana Lobo e Thais Heredia, que já desrespeitaram Dona Marisa dentro da sanha da Globo contra Lula.

Trecho do livro "Dicionário Lula", de 2008

Na fala de 19 de fevereiro de 2008, em Cachoeiro do Itapemirim, registrada no primeiro parágrafo da página 445 do livro, Lula diz que Marisa é quem cuida do dinheiro do casal "desde 1975". Essa é a verdade dos fatos. E fatos, em tese, para jornalistas, deviam importar mais que maledicências falaciosas. Mas o jornalista deve achar melhor servir maledicências falaciosas contra Lula do que fatos aos seus leitores.


Assessoria de Imprensa do ex-presidente Lula


Conversa Afiada


Duran informa planilha desconhecida da Odebrecht, com omissões de delatores

SEX, 29/09/2017 - 12:28


Jornal GGN - O advogado Rodrigo Tacla Duran, que acusou o advogado Carlos Zucolotto de ser amigo do juiz Sérgio Moro e de tentar intermediar negociações paralelas na Operação Lava Jato, informa a existência de uma planilha desconhecida da Odebrecht que traz revelações, entre elas a de que o marqueteiro João Santana omitiu informações em sua delação premiada.

A acusação do advogado que atuou na Odebrecht entre os anos de 2011 e 2016 é de que uma offshore nas Ilhas Cayman, a Deltora Enterprises Group, teria sido usada para supostos repasses da empreiteira ao publicitário.

Em seu acordo de delação premiada junto aos procuradores da República da Lava Jato, Santana não mencionou a Deltora como uma das empresas de fachada que teriam sido usadas para os repasses. A informação é de reportagem da Folha de S. Paulo, que aponta que procurou os advogados de João Santana, que negaram o uso dessa offshore para repasses ao ex-marqueteiro de campanhas do PT.


Duran sustenta que recebeu uma planilha de executivos da Odebrecht que traz o registro da Deltora Enterprises como laranja para o pagamento em caixa dois a Santana. Foragido na Espanha, Tacla Duran entrou para a mira de polêmicas após acusar o advogado trabalhista Zucolotto, amigo e padrinho de casamento de Moro, de intermediar negociações na Lava Jato.

Por ter atuado na Odebrecht, Duran traz informações também sobre omissões da empreiteira e de outras figuras que surgem em delações com os procuradores da Lava Jato em processos sob o comando de Sérgio Moro. O advogado pretende mostrar a planilha em um livro que está escrevendo, ainda sem data prevista de publicação.


Jornal GGN

Os recibos têm de ser falsos, ordena a “convicção”



POR FERNANDO BRITO · 29/09/2017




É preciso muito estômago para tentar levar a sério o que se passa na Justiça brasileira.

Eu, você e todo mundo ouve falar, há anos, que “a Lava Jato revelou o maior esquema de corrupção do Brasil”.

Vá lá, como a gente não sabe, muito menos com riqueza de detalhes, dos outros, que seja.

E o corolário desta grande investigação, ao que parece, são, além de um apartamento “do Lula” que não é do Lula, o aluguel de um apartamento ao lado daquele em que vive o ex-presidente, isso enquanto não chegamos ao sítio.

Agora, parece que temos uma cruzada nacional para mostrar que os recibos apresentados por Lula são falsos. Ou melhor, que têm de ser falsos, porque esta é a “convicção” inabalável.

Meu Deus, será possível que possa passar pela cabeça de alguém que a defesa de Lula ia ser primária ao ponto de se sentar em um computador e uma impressora na semana passada e “aprontar” duas dúzias de recibos.

O cidadão que diz que não recebia e que não tinha assinado coisa alguma, embora declarasse no Imposto de Renda (quantos senhorios fazem isso?) se assinou vários de uma vez, o que tem? Ah, mas tem um “31 de junho”, quando junho tem 30 dias…

Caminhamos para o ridículo sem par nesta história, apenas construindo arranjos para fazer o que se sabe, desde o início desta história, em 2015, é aquilo que importa: “pegar o Lula” e retirá-lo do processo eleitoral.

Nada além, simples assim.


Tijolaço

Os micos de 2017 querem fazer dos militares seus “gorilas úteis”.



POR FERNANDO BRITO · 29/09/2017





O Poder360 registrou a “manifestação” de hoje de um grupelho ridículo – contei 15 pessoas – em favor de uma “intervenção militar”, pleonasmo contemporâneo para “ditadura militar”.

Em nada lembra as marchas das senhoras “com Deus pela Liberdade”.

Por mais que se queira fazer – injustamente, até – pouco da inteligência militar, é evidente que eles percebem que uma aventura golpista, hoje, seria algo próximo da loucura e teria consequências nefastas para as Forças Armadas.

A principal sustentação, ali, é a do “munck” que ergue o retrato do general Mourão, agradecendo aos militares por nos salvar (sic) .

Em 64, aos militares golpistas chamavam-nos “gorilas”.

Hoje, os golpistas que se assanham com uma quartelada são de porte bem menor: apenas “micos”.

A “ameaça militar” serve, essencialmente, ao golpismo aquartelado nos tribunais, para suastentar o discurso do “façamos a repressão antes que os militares a façam”.



Tijolaço

Lula reage ao uso malicioso do nome de Marisa por Josias de Sousa



POR FERNANDO BRITO · 29/09/2017




No seu inexcedível ódio a Lula, o colunista Josias de Souza, do UOL, publicou um texto onde diz que Marisa Letícia virou um álibi post-mortem de Lula, por este dizer que era ela quem cuidava do dinheiro do casal, o que aliás é um tanto quanto óbvio, dada a quantidade de atividades do seu companheiro. Levou como resposta uma “carta aberta” no Facebook, onde o irônico testemunho que serve para comprovar isso é o do diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel, que, no livro em que tenta apresentar Lula como um personagem tosco, registra que ele disse exatamente isso em 2008, muito antes de todas estas histórias ridículas que vivemos hoje.

Leia a carta:

Caro jornalista Josias de Souza,
O senhor tem feito declarações que transitam entre a ironia e a baixaria, cheias de desrespeito e mentira contra a memória da ex-primeira-dama Dona Marisa Letícia. O objetivo é o mesmo já há alguns anos: ter protagonismo profissional em uma imprensa parcial — a mesma que apoiou um golpe parlamentar rejeitado pela população — e perseguir politicamente o ex-presidente Lula, talvez pelo temor e inconformismo diante de sua liderança nas pesquisas eleitorais. Mas mesmo neste jornalismo parcial seria importante algum limite ético e humano, por exemplo, não desrespeitando com mentiras pessoas que já faleceram.
Lula jamais acusou ou usou sua esposa de “álibi”. Quem acusou, injustamente, sua esposa foram os procuradores da Lava Jato chefiados por Deltan Dallagnol, que o fizeram em processos sem sentido sobre pedalinhos e imóveis que jamais foram da família Lula, para tentar atingir o ex-presidente. Nem Lula nem Dona Marisa cometeram qualquer crime. Errada foi a divulgação de conversas telefônicas privadas da primeira-dama para fins políticos e midiáticos.
O ex-presidente tem muito orgulho de Dona Marisa, do apoio que ela dava para que ele pudesse lutar pelo Brasil, sendo pai e mãe dos seus filhos ao mesmo tempo e cuidando das contas da família desde os tempos do sindicalismo.
Essa é a verdade dos fatos. E é assim há muito tempo, como prova uma declaração de Lula de 2008 registrada no livro “Dicionário Lula” do chefão do jornalismo da Globo, Ali Kamel, que poderia encaminhar para os seus subordinados de Curitiba, que editam matérias desequilibradas sobre os processos da Lava Jato contra Lula para os telejornais da emissora. Kamel também poderia presentear com seu livro outros funcionários das Organizações, como Cristiana Lobo e Thais Heredia, que já desrespeitaram Dona Marisa dentro da sanha da Globo contra Lula.
Na fala de 19 de fevereiro de 2008, em Cachoeiro do Itapemirim, registrada no primeiro parágrafo da página 445 do livro, Lula diz que Marisa é quem cuida do dinheiro do casal “desde 1975”. Essa é a verdade dos fatos. E fatos, em tese, para jornalistas, deviam importar mais que maledicências falaciosas. Mas o jornalista deve achar melhor servir maledicências falaciosas contra Lula do que fatos aos seus leitores.



Tijolaço

KENNEDY: PT ACERTA AO DEFENDER CONSTITUIÇÃO E MANDATO DE AÉCIO



Para o colunista político Kennedy Alencar, a defesa da Constituição e da lei, feitas pelo PT em relação ao senador Aécio Neves (PSDB) "deve valer para todos, amigos e inimigos"; "De fato, é uma ironia da História que o PT tenha tomado posição oficial contra a decisão da Primeira Turma a respeito de Aécio Neves. No caso, o PT está certo. Se o partido considera que a Constituição foi afrontada quando a então presidente Dilma Rousseff sofreu um golpe parlamentar ou que o ex-presidente Lula é perseguido pelo Ministério Público e o Judiciário, não pode aplaudir ou se calar quando avalia que um direito de um adversário está sendo prejudicado", disse Kennedy

29 DE SETEMBRO DE 2017 

247 - O jornalista Kennedy Alencar afirmou nesta sexta-feira, 29, como acertada a nota em que o PT condena a decisão do Supremo Tribunal Federal que afastou o senador Aécio Neves (PSDB) (leia aqui). 

"De fato, é uma ironia da História que o PT tenha tomado posição oficial contra a decisão da Primeira Turma a respeito de Aécio Neves. No caso, o PT está certo. Se o partido considera que a Constituição foi afrontada quando a então presidente Dilma Rousseff sofreu um golpe parlamentar ou que o ex-presidente Lula é perseguido pelo Ministério Público e o Judiciário, não pode aplaudir ou se calar quando avalia que um direito de um adversário está sendo prejudicado", disse Kennedy. 

O jornalista aponta que setores da militância petista ficaram incomodados, mas argumenta que a defesa da Constituição e da lei "deve valer para todos, amigos e inimigos". "'Aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei' é uma visão regressiva, um atraso civilizatório", diz Kennedy. 

Leia o texto na íntegra no Blog do Kennedy.



Brasil 247

Rejeição a Temer cresce em todas as regiões e faixas de renda



POR FERNANDO BRITO · 28/09/2017




Ainda não está disponível a íntegra da pesquisa CNI/IBope, vou prepassando os dados divulgados pela própria entidade:

A proporção de pessoas que consideram o governo do presidente Michel Temer bom ou ótimo passou de 5% para 3% da população entre julho e setembro, oscilando dentro da margem de erro. Já o percentual dos que avaliam a atual gestão como ruim ou péssima subiu de 70% para 77%, no período. Outros 16% avaliam o governo como regular e 3% não souberam ou não quiseram responder. Os dados são da pesquisa CNI Ibope, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira (28).

O aumento da impopularidade também foi registrado pelo número de pessoas que dizem não aprovar a maneira do presidente governar ou que não confiam no presidente. A pesquisa aponta que 89% disseram não aprovar a maneira de Temer de governar e 92% não confiam no presidente. Para 72% dos entrevistados, o restante do governo será ruim ou péssimo. O levantamento foi realizado com 2.000 pessoas, em 126 municípios, entre os dias 15 e 20 de setembro.

A aprovação do atual governo caiu mais entre os entrevistados com renda familiar mais alta. Das pessoas com renda familiar acima de cinco salários mínimos – faixa mais alta de classificação da pesquisa – o percentual dos que o consideram ruim ou péssimo subiu de 75% para 86%. Ainda assim, na comparação com os diferentes estratos de renda familiar, esse é o grupo onde a popularidade do governo é mais elevada (12%).

A análise por região do país mostra que a desaprovação do atual governo subiu mais entre os residentes do Sul. O total dos que o consideram ruim ou péssimo subiu de 61% para 79%. Com esse resultado, praticamente não há diferenças na popularidade do governo entre as diversas regiões geográficas, que oscila entre 76% no Sudeste, Centro-Oeste e Norte e 79% no Sul. No Nordeste, o índice de desaprovação é de 77%.

A baixa popularidade está relacionada à questão econômica, avalia o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca. “Alguns indicadores mostram recuperação gradual da economia, mas a população não está percebendo isso ainda. Não está vendo nem o preço cair e nem o emprego aumentar. Enquanto a recuperação econômica não aparecer de forma mais clara, a popularidade vai continuar baixa”, afirma.

AVALIAÇÃO POR ÁREA – A pesquisa revela que a pior avaliação do atual governo refere-se aos impostos e à taxa de juros. Os índices de desaprovação nestas áreas são, respectivamente, de 90% e 87%. Em seguida, aparecem a saúde (86%), o combate ao desemprego (85%) e a segurança pública (85%). Duas áreas registram significativa variação no percentual de desaprovação no período, acima da margem de erro. A área de meio-ambiente, que em julho era desaprovada por 70% da população, passou a ter uma desaprovação de 79%. Já a desaprovação da área de educação subiu de 75% para 81%.



Tijolaço

Piketty: desigualdade do Brasil só muda com uma guerra!

Elites e governos não querem cobrar imposto dos ricos

publicado 28/09/2017
Piketty: as elites só aceitam pagar mais impostos com as guerras


O Conversa Afiada reproduz da Fel-lha trechos da entrevista do economista francês Thomas Piketty, autor do clássico "O Capital do Século XXI", a Ricardo Balthazar:

(...) Folha - O estudo de Morgan mostra que a renda da metade mais pobre aumentou junto com a dos mais ricos. Por que a concentração no topo da pirâmide é tão preocupante?

Thomas Piketty - Porque, apesar dos avanços dos últimos anos, o Brasil continua sendo um dos países mais desiguais do mundo. Em nossa base de dados, só encontramos grau de desigualdade semelhante na África do Sul e em países do Oriente Médio.

Houve um pequeno progresso nos segmentos inferiores da distribuição da renda, beneficiados por programas sociais e pela valorização do salário mínimo. É alguma coisa, mas os pobres ganharam às custas da classe média, não dos mais ricos, e a desigualdade continua muito grande.

Reduzir a desigualdade é só questão de justiça social ou de eficiência econômica também?

Ambos. O grau de desigualdade extrema que encontramos no Brasil não é bom para o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável.

A história dos EUA e da Europa mostra que só depois de grandes choques políticos como as duas grandes guerras do século 20 a desigualdade diminuiu e a economia cresceu com vigor, permitindo que fatias maiores da população colhessem os benefícios.

No Brasil, podemos concluir que as elites políticas e os diferentes partidos que governaram o país nos últimos anos foram incapazes de executar políticas que levassem a uma distribuição mais igualitária da renda e da riqueza. Acho que isso é precondição para o crescimento econômico.

Seus dados indicam que a fatia da renda nas mãos dos mais ricos vem se mantendo intacta no Brasil. Por quê?

Parte da explicação pode estar na história do país, o último a abolir a escravidão no século 19, como você sabe. Mas isso não é tudo. Diferentes políticas governamentais poderiam ter feito diferença.

O sistema tributário é pouco progressivo no Brasil. Há isenções para rendas de capital, como os dividendos pagos pelas empresas a seus acionistas. Impostos sobre rendas mais altas e heranças têm alíquotas muito baixas no Brasil, se comparadas com o que se vê em países mais avançados.

Alguns desses países fazem isso há um século, o que contribuiu para reduzir a concentração da riqueza. Se você olhar os Estados Unidos, a Alemanha, a França, o Japão, em todos esses países a alíquota mais alta do Imposto de Renda está entre 35 e 50%. [No Brasil, a alíquota máxima do Imposto de Renda é de 27,5%.]

Qual o risco de uma taxação maior das rendas mais elevadas provocar fuga de investidores para outras jurisdições?

A elite sempre tem um monte de desculpas para não pagar impostos, e isso também ocorre em outras partes do mundo. A questão é saber por que a elite no Brasil tem sido bem-sucedida ao evitar mudanças no sistema tributário.

Em outros países, as elites não aceitaram pacificamente pagar mais impostos. Foi um processo caótico e violento muitas vezes. Espero que o Brasil tenha mais sorte e possa fazer isso sem passar por choques traumáticos como as guerras. É deprimente ver que décadas de democracia no Brasil foram incapazes de promover mudanças nessa área.

Não sei o futuro. Mas posso dizer que é possível ter um sistema tributário mais justo, uma distribuição da renda e da riqueza mais equilibrada, e mais crescimento econômico, ao mesmo tempo. Essa foi a experiência de outros países.

Gastar energia para resolver esse problema não tiraria o foco de políticas sociais que poderiam contribuir mais para a redução da desigualdade?

Você precisa fazer as duas coisas. Morgan mostra que as políticas sociais adotadas nos últimos anos foram boas para os pobres, mas insuficientes. Você precisa melhorar as condições de vida deles e investir em educação e infraestrutura, mas precisa de um sistema tributário mais justo para financiar isso e reduzir a concentração da renda no topo.

Não estou aqui para dar lições a ninguém. Há muita hipocrisia no meu país quando se trata desse assunto. Mas acredito que no fim todos se beneficiam com um sistema tributário mais justo e uma sociedade menos desigual, mais inclusiva e mais estável. (...)

Em tempo: a comunidade acadêmica mundial, de Cambridge a Cambridge aguarda o pronunciamento da Cegonhóloga sobre o livro clássico do Piketty para poder se pronunciar. Até lá, mantem-se em revelador silêncio. - PHA



Conversa Afiada

O Congresso, o Brasil e dois generais



28 de Setembro de 2017

Por Tereza Cruvinel



Quem tinha esperança pode ir tirando o cavalinho da chuva. Embora a pesquisa CNI-Ibope tenha mostrado Temer no fundo do poço, com apenas 3% de aprovação, está tudo pronto na Câmara para a rejeição da denúncia que o acusa de organização criminosa e obstrução da Justiça. Com o relator escolhido, José Bonifácio de Andrada, aecista e governista empedernido, embora jurista lustrado, desta vez o governo nem terá o trabalho de aprovar um substitutivo na Comissão de Constituição e Justiça, como na tramitação da primeira denúncia. Ele dará um parecer pela rejeição, que será aprovado pela Comissão e referendado pela maioria do plenário. Tudo na base do jogo rápido. O governo está “zerando todas as pendências” com os deputados, como diria Joesley Batista. Quem tem razão é o general Leal Pujol: os deputados e senadores só ouvirão o Brasil quando (e se) os 77% que rejeitam Temer forem para a rua.

- Se vocês estão insatisfeitos, vão para a rua se manifestar, mostrar, ordeiramente. Mas não é para incendiar o país, não é isso -, disse o comandante militar do Sul em Porto Alegre.

Pujol, ao que parece, não é da mesma corrente do general Mourão, o que defende a intervenção militar se os poderes constituídos não resolverem a crise. Se depender do Congresso, não haverá solução e sim aumento da irritação com os políticos. O Congresso tornou-se um mundo apartado do Brasil real, do Brasil dos brasileiros. São mundos incomunicantes. O Senado se encaminha para peitar o STF e desautorizar o afastamento e o recolhimento noturno do senador Aécio Neves. A Câmara vai novamente garantir a permanência de Temer no cargo, e a sobrevivência de seu governo pautado pela corrupção e a pilhagem até janeiro de 2019. Pois com ele também escapam da acusação de formação de organização criminosa os ministros Moreira e Padilha. Outros membros da organização já estão presos ou já viraram réus: Henrique Alves, Geddel, Eduardo Cunha e Rodrigo Loures.

A expressão que mais ouvi na Câmara esta semana foi a de que a votação da denúncia já está “precificada”. Ou seja, tudo já foi negociado na votação da primeira, embora o governo não tenha resgatado as promissórias. Agora, vai “zerar as pendências” e ganhar de novo. O PSDB, que rachou literalmente ao meio em agosto, agora dará mais votos a Temer do que da primeira vez. Então, não dá para ter ilusões. Dou razão novamente ao general Pujol.

- Se os nossos representantes não estão correspondendo às nossas expectativas, vamos mudar. Há uma insatisfação geral da Nação, eu também não estou satisfeito – disse ele ressalvando que, pessoalmente, como militar, não pode ir para a rua. Os que podem, entretanto, seguem apenas reclamando, ou com seus botões ou nas conversas privadas. 

É ilusória também a expectativa de que, se chegarmos sãos e salvos às eleições de 2018, tudo pode mudar num acerto de contas do eleitorado. Fica claro a cada dia que dificilmente Lula poderá ser candidato. Plano B a esquerda não tem. Haverá um candidatos da direita, alguém que ainda será inventado. Não Doria, não Bolsonoro, que são óbvios demais, despreparados demais para dar conta da agenda que o alto da pirâmide já nos impõe mas quer levar bem mais adiante. A do desmonte do Estado, da entrega das riquezas, da abdicação da soberania, da radicalização da pobreza e da desigualdade, transformando o país numa grande pastagem para o capital predador.

No ponto em que chegamos, no lugar das palavras de um líder, de um condutor em tempo de crise, temos as exortações de dois generais. Ou vamos para a rua, como sugeriu Pujol, ou vamos esperar que se cumpra o desiderato de Mourão, com um golpe militar que varrerá o sistema político, levando junto o que nos resta de democracia.



Brasil 247

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

ZANIN EXPLICA FALSA POLÊMICA DOS RECIBOS DE ALUGUEL DE LULA

ALÉM DE INTERVENÇÃO, GENERAL MOURÃO DEFENDEU ENTREGUISMO E CRITICOU CULTURA NACIONAL

LEILÕES: O GOLPE SE TORNOU INDESTRUTÍVEL





Conversa Afiada

CÂMARA APROVA CLÁUSULA DE BARREIRA E FIM DAS COLIGAÇÕES

Os deputados aprovaram na noite de ontem a criação da chamada cláusula de barreira —que cria uma regra de desempenho mínimo para acesso a financiamento e tempo de rádio e televisão— e o fim das coligações entre partidos políticos; proposta aprovada pela Câmara definiu que o fim das coligações nas eleições proporcionais vai ocorrer a partir das eleições municipais de 2020, quando serão eleitos os vereadores; com isso, as coligações ficaram mantidas para as eleições de deputados federais e estaduais do ano que vem; texto ainda vai ao Senado

28 DE SETEMBRO DE 2017 

Heloisa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil

A Câmara dos Deputados decidiu nesta quinta (27) retirar da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 282/16 a possibilidade de partidos políticos se associarem para disputar as eleições proporcionais em federações partidárias. Com a aprovação da sugestão, a votação da PEC foi concluída em segundo turno no plenário após sucessivas tentativas de análise da proposta pelos parlamentares. Entre as novidades da PEC estão o fim das coligações proporcionais a partir de 2020 e a fixação de desempenho mínimo para acesso dos partidos ao Fundo Partidário e ao tempo de rádio e TV.

Pelo texto retirado da PEC, a federação partidária exigiria a união durante toda legislatura, sob pena de perda de recursos do Fundo Partidário e de tempo de propaganda partidária. Segundo o PP, autor do destaque, as federações seriam apenas um mecanismo para salvar os partidos pequenos, já que as coligações partidárias serão extintas a partir de 2020.

Com a conclusão da análise dos destaques, a proposta retornará à comissão especial responsável pela matéria para a elaboração da redação final, que deve ser aprovada antes do encaminhamento para o Senado. Segundo o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (PMDB-RJ), a proposta será votada pelo Plenário nesta quinta-feira (28). Para o sistema entrar em vigor nas próximas eleições, a PEC precisa ser votada pelo Senado e ser promulgada até o dia 7 de outubro, um ano antes das eleições de 2018.

Janela partidária

Os deputados também retiraram do texto da PEC, após análise de destaque proposto pelo DEM, o item que tornava mais rígida a fidelidade partidária. O texto sujeitava o parlamentar ou suplente que trocasse de partido à perda do mandato. Após acordo entre as bancadas, foi excluído o trecho que disciplinava a desfiliação e, dessa forma, foi mantida a chamada “janela partidária”. O dispositivo continuará sendo regido por lei específica, que prevê que os detentores de mandato eletivo podem mudar de partido no mês de março do ano eleitoral sem serem punidos com perda do mandato.

O plenário manteve ainda permissão para os partidos políticos definirem regras sobre a escolha, a formação e a duração de seus órgãos permanentes e provisórios. Com a definição, os parlamentares derrubaram destaque proposto pelo PSOL.

Coligações

A proposta aprovada pela Câmara definiu que o fim das coligações nas eleições proporcionais vai ocorrer a partir das eleições municipais de 2020, quando serão eleitos os vereadores. Com isso, as coligações ficaram mantidas para as eleições de deputados federais e estaduais do ano que vem. Inicialmente, o texto da proposta estabelecia a mudança já nas próximas eleições, em 2018.

O texto prevê a adoção de uma cláusula de desempenho para que os partidos só tenham acesso aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de propaganda na rádio e na TV se atingirem um patamar mínimo de candidatos eleitos em todo o país.

Cláusula de desempenho

A cláusula de desempenho prevê que, a partir de 2030, somente os partidos que obtiverem no mínimo 3% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço dos estados, terão direito aos recursos do Fundo Partidário. Para terem acesso ao benefício, os partidos também deverão ter eleito pelo menos 15 deputados federais distribuídos em pelo menos um terço dos estados.

O mesmo critério será adotado para definir o acesso dos partidos à propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão. A mudança, no entanto, será gradual, começando pelo piso de 1,5% dos votos válidos e 9 deputados federais eleitos nas eleições de 2018; chegando a 2% e 11 deputados eleitos, em 2022; a 2,5% e 13 eleitos em 2026, até alcançar o índice permanente de 3% e 15 eleitos em 2030.



Brasil 247

GUSTAVO FRANCO SAI DO PSDB E OUTROS ECONOMISTAS DO REAL DEVEM SEGUI-LO

Insatisfeito com os rumos do PSDB, o economista Gustavo Franco, um dos idealizadores do Plano Real, acaba de deixar os tucanos e se filiar ao Partido Novo; nesta quarta-feira (27), o Novo informou, em nota, que o ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) passará a presidir a fundação do partido, função na qual será responsável por elaborar o programa de governo para a campanha de 2018; outros economistas tucanos ligados à formulação do Real devem segui-lo, como Elena Landau e Edmar Bacha; em agosto, eles fizeram um apelo à direção tucana pedindo o desembarque do governo Michel Temer (PMDB)

28 DE SETEMBRO DE 2017 


247 - Um dos formuladores do Plano Real, o economista Gustavo Franco, 61, anunciou sua saída do PSDB, em meio à crise no partido.

Nesta quarta-feira (27), o Novo informou, em nota, que o ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) passará a presidir a fundação do partido, função na qual será responsável por elaborar o programa de governo para a campanha de 2018.

Pelo estatuto do Novo, quem tem cargo de direção não pode se candidatar.

O partido espera que a economista Elena Landau tome a mesma decisão. Em agosto, os dois fizeram um apelo à direção tucana pedindo o desembarque do governo Michel Temer (PMDB).

Edmar Bacha, que também assinou o documento, ainda conversa com o fundador do Novo e provável candidato a presidente, João Amôedo.

Em nota, o partido afirmou que "a vinda de uma pessoa competente, alinhada e comprometida com os valores do Novo, como o Gustavo, é mais um passo rumo à construção de um país admirado".




Brasil 247

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

JESSÉ: BOLSONARO É O FILHO LEGÍTIMO DA REDE GLOBO!





Conversa Afiada

Darcy Ribeiro, 1988: a elite brasileira é escravocrata!

FORBES: NO BRASIL, TODOS SÃO PODRES, MENOS LULA

A revista americana Forbes, uma das mais importantes publicações de economia e negócios no mundo, mostra que já vê Luiz Inácio Lula da Silva como futuro presidente do Brasil; em um artigo na revista, a classe política do País é bastante criticada, enquanto Lula é exaltado; sob o título "No Brasil todos são ruins, menos Lula", o texto enumera os progressos obtidos durante os dois mandatos do petista e como seus oponentes não conseguem atingir sua popularidade; a Forbes destaca ainda a provável parcialidade do juiz Sérgio Moro em relação a Lula

27 DE SETEMBRO DE 2017


247 - Uma das principais publicações de economia do mundo, a revista americana Forbes mostra que já vê Luiz Inácio Lula da Silva como o próximo presidente do Brasil. 

Em um artigo assinado por Keneth Rapoza, intitulado "No Brasil todos são maus, exceto Lula", a publicação destaca as conquistas sociais e econômicas dos dois mandatos de Lula.

"O homem que um dia foi o presidente mais popular das Américas é feito de Teflon. Apesar das acusações e alegações feitas contra ele e seu antigo gabinete dia após dia, nada 'cola'. Lula permanece o homem mais popular do Brasil. (...) as pessoas o escolheriam para liderar o País de novo, por uma terceira vez, ao invés de qualquer outro candidato", sugerem as pesquisas. 

O texto fala ainda da possível parcialidade do juiz federal Sérgio Moro em relação a Lula.

O artigo ainda é bastante ácido quanto a Jair Bolsonaro:

"Um democrata cristão que é muito parecido com um republicano do chamado Cinturão da Bíblia [área conservadora dos EUA]. Adora Jesus, não gosta de gays. Está cansado de quem recebe de programas de assistência social, maconheiros e traficantes. Bolsonaro não se importaria se os brasileiros tivessem permissão para transportar armas. Bolsonaro tem uma taxa de desaprovação de 63%, acima de 47% do ano anterior".


Brasil 247

Pallocci deixa o PT. O PT do Palocci, ainda bem, não pode existir mais



POR FERNANDO BRITO · 26/09/2017




Conheço o petismo há 40 anos, quando se ensaiava a construção do partido.

Do tempo em que figuras como Antonio Palocci eram os “reis da pureza”.

Sempre torci o nariz para os “puros” e, por isso, nunca fui parar numa igreja.

E que nós, os desgraçados que sustentavam que o povo brasileiro tinha uma história de lutas de séculos eramos os “sujos” reformistas.

“Conciliadores de classes”, diziam.

“Libelus” – adeptos da seita “Liberdade e Luta”, como ele, rejeitavam tudo o que este país vivera como um imundo acordo com as classes dominantes.

E era mesmo, embora não fosse imundo.

Sempre sonhamos em um acordo nacional que permitisse ao Brasil ser tudo o que pode ser.

O caminho revolucionário não é uma opção desejada, só se legitima quando é a única possivel, como só se arromba uma porta quando não há outra forma de se passar de um lugar a outro.

Não é raro que a ultraesquerda transite, com facilidade, para a direita.

Como desprezam a força do povo, acham que um arranjo de espertezas as pode conduzir ao proscênio.

Não é seu privilégio: parte da esquerda “reformista”, antes, fez esse caminho, com a cobertura do “luxo sociológico” que lhe permitia Fernando Henrique Cardoso.

Uns e outros foram a admitidos nos salões e o preço do ingresso ao sucesso, informa Goethe desde seu Dr. Fausto, é a alma.

Num misto de pragmatismo e condescendência, são tolerados.

Lembro-me de Brizola, diante do encontro entre César Maia e Collor, em pleno 1989, dizer que o atual demista estava “fazendo vôos de reconhecimento” sobre as trincheiras adversárias.

Lula trouxe Palocci para essa função em seu primeiro Governo. Também José Dirceu, em outra escala, com outra nuançe.

Dirceu para cuidar da máquina da realpolitik, Palocci para o combustível.

Mas quando teve de escolher quem faria o seu papel, escolheu quem não lidava com a graxa: Dilma Rousseff.

Ele próprio, Lula, tem as mãos limpas, por mais que se esforcem com mixórdias, do tipo de um apartamento furreca e um aluguel mixuruca para condená-lo.

Há um processo em curso que escapa à compreensão de nossas elites.

Não perceberam que seu processo regressista as levou a uma situação que é incompatível até com seu liberalismo pequeno-burguês e a seu “vanguardismo” cultural.

Palocci desfiliar-se do PT preenche uma lacuna na transformação do partido em instrumento da vontade popular de transformação.

Não poque não precise de interlocutores com a velha política.

Mas porque não pode ter mais os que sucumbam a ela.



Tijolaço