"Por que todo mundo queria estar com o Lula? O Lula era um vitorioso. Além do sucesso econômico e político, ele tinha o êxito moral, o combate à miséria e à injustiça. Quem não queria ficar ao lado do Mandela? Hoje, deve ter muito pouca gente querendo sair na foto com o Temer", diz o embaixador Rubens Ricupero, 80, ex-ministro da Fazenda e do Meio Ambiente, que lança na semana que vem "A diplomacia na construção do Brasil - 1750-2016", uma abrangente história da política externa brasileira; para o embaixador, diplomacia "não faz milagre" e, hoje em dia, a imagem que o Brasil tem no exterior corresponde à realidade: um país com uma corrupção terrível, um presidente com uma segunda denúncia e a crise mais grave da história
26 DE SETEMBRO DE 2017
247 - Um dos principais nomes da política externa brasileira, o embaixador Rubens Ricupero, 80, ex-ministro da Fazenda e do Meio Ambiente, lança na semana que vem "A diplomacia na construção do Brasil - 1750-2016", uma abrangente história da política externa brasileira.
Em entrevista a Patrícia Campos Mello, na Folha de S.Paulo, o diplomata comparou Lula ao líder Nelson Mandela, da África do Sul, e criticou Michel Temer.
"Por que todo mundo queria estar com o Lula? O Lula era um vitorioso. Além do sucesso econômico e político, ele tinha o êxito moral, o combate à miséria e à injustiça. Quem não queria ficar ao lado do Mandela? Hoje, deve ter muito pouca gente querendo sair na foto com o Temer. Ninguém pode imaginar que o Itamaraty vai alavancar o Brasil se o país não acabar com a corrupção, não voltar a crescer, não combater a miséria."
"Hoje a imagem do Brasil não é nem pessimista, nem otimista, corresponde à realidade: trata-se de um país com uma corrupção terrível, um presidente com uma segunda denúncia, ministros sendo investigados, uma crise que é a mais grave da história.
As pessoas dizem —por que a diplomacia brasileira não faz isso ou aquilo? Mas como, ninguém quer sair na foto com o Brasil. (Binyamin) Netanyahu veio para região e não se encontrou com o Temer, o vice-presidente americano, Mike Pence, também.!
O embaixador reconheceu preocupação com o cenário de 2018:
"Estamos em um momento de gradual recuperação, tanto da política e da economia, quanto a política externa. Só vamos ter algo mais determinado depois das eleições. Isto é, se a eleição não "der ruim". Se tivermos um Bolsonaro da vida, é hora de fechar a butique mesmo."
Brasil 247
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