POR FERNANDO BRITO · 25/09/2017
Os mui ciosos membros do Ministério Público de São Paulo que investigam corrupção, segundo a Folha, ” decidiram que não vão assinar um acordo com a Odebrecht para receber provas de que houve pagamento de propina em obras do Metrô, CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Dersa e DER (Departamento de Estradas de Rodagem).”
O motivo? Detalhes formais, que poderiam ser facilmente supridos: “a ausência de concordância da CGU (Controladoria Geral da União) e da AGU (Advocacia Geral da União) com os termos acertados, como está previsto na legislação brasileira”.
Ué, mas a AGU e a CGU não concordaram com o acordo de leniência celebrado com o Governo Federal? Ao menos não primeiro momento, a reportagem não explica as razões desta recusa. As delações são incompletas, não há a compensação devida aos cofres públicos do dinheiro desviado? Não se sabe.
O que se sabe é que as denúncias atingem a fina flor do tucanato e adjacências:
O resultado prático do impasse com os promotores de São Paulo é que as investigações sobre autoridades dos governos de Geraldo Alckmin e José Serra, ambos do PSDB, e da gestão de Gilberto Kassab na Prefeitura de São Paulo devem atrasar ainda mais. Há risco de prescrição em algumas ações.
Quando se trata de tucanos, exige-se dos processos a precisão e o acabamento de relojoaria suíça. Quando é contra Lula, bastam convicções e indícios.
O Ministério Público paulista, cada vez mais, parece-se a um diretório do PSDB.
Tijolaço
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