POR FERNANDO BRITO · 17/09/2017
Os jornais trazem reportagens sobre as declarações do general Antonio Mourão de que “companheiros do Alto Comando do Exército” entendem que uma “intervenção militar” poderá ser adotada se o Judiciário “não solucionar o problema político”, em referência à corrupção de políticos.
Não é coisa a se atribuir maior importância, exceto dentro do próprio Exército, pela evidente quebra de hierarquia e disciplina mas, principalmente, por ter usurpado a palavra do mais alto órgão do Exército Brasileiro, onde ele é apenas um dos 14 integrantes.
Mourão, exonerado de um dos mais fortes comandos do Exército, o Sul, foi convertido ano passado em “general sem tropa” pelo comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, ao transferi-lo para a burocrática Secretaria de Economia e Finanças.
É por isso que resolveu falar com a “cobertura” de uma reunião da maçonaria.
Neste momento julga-se se ele deve ser ignorado ou receber nova punição, necessária do ponto-de-vista disciplinar, mas que tem o inconveniente de torná-lo líder do “movimento dos sem juízo”.
O mais provável é que o coloquem “no freezer”.
Os oficiais generais do Exército, salvo uma meia-dúzia de “brucutus”, são homens inteligentes e que passaram anos estudando, entre outras coisas, geopolítica. Sabem perfeitamente que uma intervenção militar não apenas “racharia” a Força como acarretaria o imediato isolamento do Brasil no mundo., que vive um contexto completamente diferente do período da “Guerra Fria”.
Governos militares só são possíveis, hoje – e olhe lá – em pequenos países, sem importância no cenário mundial, jamais num gigante como o Brasil.
A ameaça de ditadura que o Brasil vive hoje não é a militar, é a judicial.
Tijolaço
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