POR ALINE PIVA 8 DE SETEMBRO DE 2018
Em mais uma reportagem do arsenal de denúncias que vem disparando contra Trump, o jornal The New York Times de hoje revela que o governo de Washington atuou secretamente junto a ex-oficiais venezuelanos para planejar um golpe de estado contra o governo de Nicolás Maduro.
Artigo publicado nesse sábado pelo jornal The New York Times afirma que membros da administração Trump mantiveram, no ano passado, reuniões secretas com militares venezuelanos rebelados para discutir planos de um golpe de Estado para derrubar o presidente Nicolás Maduro.
A notícia foi confirmada por oficiais de ambos os países que participaram das conversas. Em resposta oficial ao NY Times, a Casa Branca não negou que as conversas tiveram lugar, afirmando ainda que acredita ser importante “dialogar com todos os venezuelanos que demonstrem desejo por democracia”, apesar de reiteradamente ignorar os constantes pedidos de diálogo que vem sendo feitos pelo governo Maduro.
Desde que tomou posse, Trump e representantes do alto escalão de sua administração vêm afirmando que não descartam uma opção militar para a Venezuela, chegando até mesmo a encorajar uma rebelião dentro das forças armadas venezuelanas. Trump também se reuniu com representantes da oposição venezuelana que defendem abertamente um golpe de Estado, como Lilian Tintori, esposa de Leopoldo López, preso desde 2016 por incitar as manifestações violentas que resultaram no assassinato de centenas de venezuelanos.
Golpe de Estado
Segundo o NY Times, oficiais venezuelanos teriam buscado uma embaixada dos Estados Unidos na Europa para estabelecer contato e discutir os planos para depor Nicolás Maduro. Após um certo receio inicial, a administração Trump decidiu pela adoção de um “canal [de comunicação] clandestino com os golpistas na Venezuela”, o que levou a uma série de reuniões com oficias venezuelanos rebelados que buscavam apoio técnico dos Estados Unidos para implementar o golpe de Estado.
De acordo com o oficial venezuelano que é usado como fonte pelo jornal, os planos não deram certo porque os Estados Unidos não entregaram o apoio material necessário, e uma rede de conspiradores acabou sendo desarticulada pelas autoridades venezuelanas. Ainda assim, haveriam pelo menos três grupos articulando-se com a administração Trump através desse canal clandestino – o que pode indicar que novos atentados poderiam estar sendo planejados.
Devido à sua longa história de intervenção, os oficiais do alto escalão diplomático dos Estados Unidos temem que a revelação de que o governo Trump esteja se reunindo com conspiradores caia “como uma bomba” na região.
Abandonando os organismos tradicionais de articulação, os Estados Unidos vêm apostando na atuação do Grupo de Lima como fachada para desestabilizar o governo de Nicolás Maduro e abrir caminho para um governo alinhado à agenda de Washington.
Nocaute
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