quarta-feira, 15 de março de 2023

Entenda a falência do Silicon Valley Bank e seus efeitos na economia global

 Publicado por Caroline Stefani

Atualizado em 13 de março de 2023

Fachada do Silicon Valley Bank. Foto: Reprodução


O banco americano SVB (Silicon Valley Bank), conhecido por investir em startups, teve a falência decretada na última semana após não conseguir mais saldar dívidas, em meio ao aumento da taxa de juros nos Estados Unidos. A falência do SVB é o maior do setor bancário americano desde a crise financeira de 2008. Com informações da Folha de S.Paulo.

Entenda o que levou ao colapso do SVB e quais as principais consequências para a economia global até o momento.

Como a SVB quebrou?

Na última quarta-feira (8), a controladora do banco, SVB Financial Group, anunciou que havia vendido U$ 21 bilhões em títulos públicos do governo americano, com prejuízo de U$ 1,8 bilhão, e que venderia U$ 2,25 bilhões em novas ações para fortalecer suas finanças.

Dois dias depois, a falência do banco foi consumada, quando startups e fundos sacaram seus investimentos do banco. Somente na sexta-feira (10), U$ 42 bilhões foram sacados. Sendo assim, os órgãos reguladores do sistema financeiro dos EUA decidiram tomar o controle do SVB.

Quais foram os primeiros impactos da falência no mercado financeiro?

O SVB não é um banco de grande porte. A maior preocupação para o sistema financeiro está na possibilidade de que clientes de outros bancos, especialmente os regionais, também corram para sacar seus depósitos, o que geraria um efeito cascata – que se produz nos impostos quando se aplica sobre o valor total de uma mercadoria, produto ou serviço, cada vez que for objeto de transação.

 
Sede do SVB em Santa Clara, Califórnia. Foto: Reprodução

Nesta segunda-feira (13), ações de instituições financeiras caíram fortemente pelo mundo, e os preços de títulos do governo dos Estados Unidos dispararam.

Quais as perspectivas para a taxa de juros nos EUA e no Brasil?

A falência do SVB levou gestores de fundos a aumentarem as apostas de que o Fed deixará as taxas de juros inalteradas (entre 4,5% e 4,75% ao ano) na próxima reunião de política monetária, marcada para este mês. O objetivo seria estabilizar o sistema financeiro global. Na semana passada, os mercados se preparavam para mais um aumento de 0,5 ponto percentual.

A curva de juros no Brasil já indicava a aposta em um corte na taxa básica na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central no final de junho. A expectativa era que o BC ainda manteria a Selic nos atuais 13,75% ao ano nas duas reuniões até lá, em março e maio. Agora, aumentou a aposta em uma antecipação desse corte.

De que forma o governo brasileiro tem reagido à crise?

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que o governo ainda avaliava se o BC terá que tomar alguma providência.

Embora reconheça a gravidade da situação, Haddad diz que “aparentemente” o episódio não vai desencadear uma crise sistêmica. O ministro, contudo, reconhece que ainda não é possível estimar o tamanho do problema.


Diário do Centro do Mundo   -   DCM

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