A presidente do PT diz também, em sinal de pacificação, que Haddad “está correto no papel” de mediar com mercado
2 de março de 2023
Gleisi Hoffmann e o Banco Central do Brasil (Foto: Gabriel Paiva | REUTERS/Adriano Machado | Marcos Santos/USP Imagens)
247 - Em entrevista à coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, a presidente do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann, negou que haja um confronto aberto com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e desencontros dentro do governo. Ela afirmou as posições do partido no debate sobre os rumos econômicos do governo Lula. “O PT é o guardião desse projeto desenvolvimentista que ganhou as eleições. Vamos sempre defender isso. Acreditamos ser o melhor para o Brasil. O mercado pressiona o tempo inteiro. Tem que ter um contraponto nisso. O mercado não ganhou a eleição”, disse, completando: “Ele [Haddad] é do PT. Ele vai implementar a política que o presidente Lula definir”.
Em sinal de pacificação, a líder petista afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está correto ao buscar uma mediação com o mercado. “O ministro tem uma grande responsabilidade. Ser ministro da Fazenda não é algo simples. Ele sabe que as posições dele têm impacto nos resultados de mercado, do dólar, na bolsa, enfim. Ele tem muito cuidado no conduzir, está correto o papel dele (de mediar com o mercado)”.
A declaração foi feita depois de polêmica pública sobre a reoneração dos combustíveis, durante a qual Gleisi publicou no Twitter uma série de mensagens em que expunha sua visão contrária à volta da tributação federal defendida pelo Ministério da Fazenda.
Na entrevista, Gleisi Hoffmann também deu outros recados a integrantes da equipe econômica. Voltou a cobrar o afastamento de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, por vontade dele ou por decisão do presidente Lula e chancelamento do Senado, conforme determina a Lei de Autonomia do Banco Central.
Gleisi fez também uma cobrança direta ao ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, que derrubou as indicações do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, para o Conselho de Administração da estatal, e indicou nomes do centrão.
Sobre as polêmicas internas no PT e no governo sobre a orientação econômica, a presidente do PT afirmou que não se trata de "bateção de cabeça". "Temos opiniões e as opiniões são para ser manifestadas. Não é bateção de cabeça. Eu sou presidente de um partido. A gente debate os temas, discute manifestas opiniões e obviamente que o ministro Haddad tinha a opinião dele, a construção dele sobre o tema. Então, acho legítimo e acho bom que isso aconteça. E vejo que o presidente Lula conduziu da melhor forma para tentar minorar o impacto que teria a reoneração no preço da gasolina. Tivemos uma solução mediada pelo presidente, considerando a questão da reoneração, mas também considerando que tem que segurar esse preço. Não tem porque agora a gente fazer um aumento da gasolina que prejudica a população".
Brasil 247
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