sábado, 24 de julho de 2010
No Datafolha pesquisa espontânea mostra preferência do eleitorado por Dilma
Mesmo trazendo o empate técnico entre José Serra e Dilma Roussef, a pesquisa Datafolha divulgada hoje traz informações importantes: Dilma tem potencialmente a seu favor as respostas dos 4% que declaram querer votar no presidente Lula; outros 3% respondem ter intenção de escolher o "candidato do Lula" e 1% quer um "candidato do PT". Assim, temos 8% de votos que podem e devem, em sua maioria, migrar para Dilma, que na espontânea está na frente, 21% a 16%. Fora isso, Serra caiu 3%. No item rejeição Serra perde também e, pior, sua rejeição cresceu 2%, para 26%, enquanto a de Dilma caiu 1% e tem agora 21%. No segundo turno, Dilma tem 46% e Serra 45%. São números que expressam a metodologia do Datafolha, única entre os institutos de pesquisa brasileiros.
Já o Vox Populi traz Dilma na frente com 8% de votos, 41% para nossa candidata e 33% para Serra. No segundo turno, Dilma tem 46% e Serra, 38%; na espontânea, Dilma tem 28% e Serra 21%. Lula tem os mesmos 4% do Datafolha e na rejeição, Serra tem 24% e Dilma 17%. Como vemos são números parecidos e próximos na espontânea, mas totalmente diferentes na estimulada, o que, partindo da boa fé e rigor técnicos dos institutos só pode ser explicado pela metodologia de cada instituto, sendo que a da Datafolha está mais próxima de uma margem de erro maior.
Numa simulação de segundo turno, o cenário repete o de maio, com Dilma numericamente à frente de Serra, mas dentro da margem de erro: a petista tem 46% contra 45% do tucano.
Uma análise dos dados
Se queremos buscar uma explicação para a pesquisa Datafolha, ela está no título da matéria: “Serra e Dilma mantêm empate a 25 dias da TV”. Na estratégia e avaliação, desenho da conjuntura tucana, Serra ficaria na frente até o horário eleitoral, e com uma diferença grande. A própria Folha e seus editorialistas, articulistas e redatores nos cansaram com suas análises dirigidas, segundo as quais, Dilma não subiria e Lula não transferiria votos para ela, muito menos o PT; que era uma candidata inviável.
Fizeram de tudo contra a aliança com o PMDB e há mais de um ano a linha editorial do jornal foi dirigida, com as matérias tentando inviabilizar essa aliança. Depois, em segundo plano, com o PSB. Agora o jornal expressa seu desejo: que cheguem pelo menos empatados no horário de TV e Rádio dia 17 de agosto. Como vemos já admitem que Dilma e Serra estão pelo menos empatados. Mas a pesquisa Vox Populi e as ruas dizem o contrário.
Nas pesquisas espontâneas, Dilma está na frente e aumenta a cada semana a diferença, o que explica a radicalização e agressividade de Serra e de sua campanha, a busca desesperada de um falso escândalo e a posição de vítima, quando na verdade Serra tem que responder pelas políticas tucanas no Brasil de FHC. E, em São Paulo, não pode fugir da aliança com o DEM, um partido que lhe retira toda autoridade para falar em ética; não tem vice, e cada dia seu discurso fica mais a direita, abrindo um enorme espaço para o crescimento da candidatura de Dilma Roussef.
Em agosto não começa apenas o horário de TV, começam os debates e a campanha toma conta das ruas, portanto, sem cantar vitória vamos nos preparar para ocupar as ruas, vencer os debates e na TV propor ao Brasil dar continuidade a era Lula com mudanças.
Nos estados, pesquisas apontam ampla vantagem para PT e aliados
Nos principais Estados as pesquisas favorecem amplamente os candidatos do PT ou apoiados pelo PT. No Rio de Janeiro, Cabral tem 35% à frente de Gabeira; em Minas, Helio Costa está 26 pontos à frente de Anastásia; no Sul Tarso Genro está 8% à frente de José Fogaça; e na Bahia, com 44% das intenções de voto, Jaques Vagner venceria no primeiro turno. Em Pernambuco, Eduardo Campos lidera com 30% na frente de Jarbas Vasconcelos. Somente em São Paulo, o candidato Geraldo Alckmin tem 33% à frente de Mercadante (ele 49%, Mercadante 16%, Skaf, 2%, Russomanno, 11%, e outros 4%).
Mas há muito recall na votação de Alckmin, candidato em 2006 e 2008. Nas últimas duas eleições Genoino e Mercadante tiveram 32% de votos e é improvável que não repita a votação histórica do PT em SP, um terço do eleitorado, assim, ainda podemos ter surpresas em São Paulo, com um segundo turno.
Fatos concretos derrubam discurso de campanha de Serra
No discurso de campanha, dirigido ao empresariado, o candidato tucano à Presidência da República, José Serra, voltou a dizer que, caso seja eleito, vai focar a gestão na produção como forma de fortalecer a economia e imprimir uma nova ordem tributária. Parece que Serra esqueceu que seu partido, no governo FHC, aumentou em 7% a carga tributária e deixou o país sem reservas e endividado no exterior.
O governo FHC duplicou a dívida pública e nos deixou uma taxa Selic - juros reais - em dobro da que existe hoje. Lula negociou e aprovou, em 2004, uma reforma tributária com todos os governadores que foram com ele entregar a proposta no Congresso Nacional. Fez o mesmo com a proposta que está parada na Câmara por obstrução tucana.
Ao fazer o discurso – falando de desindustrialização e pregando uma nova ordem tributária – o candidato também esquece que foi a política de FHC a mais anti-produção dos tempos recentes do país. Isso sem falar no Estado de São Paulo, que tem sido governado por mais de duas décadas pelos tucanos, e lidera o ranking de burocracia para a abertura de negócios no país, como mostra levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), divulgado nos jornais de hoje. O estudo revela que os pesquisadores precisaram fazer 102 ligações para reunir todos os dados, sobre custos, taxas e procedimentos; e creditam o excesso de burocracia a falta de pessoal qualificado. Será essa a base da política industrial e da reforma tributária num eventual governo Serra?
Do blog do Zé Dirceu
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