segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Cães podem farejar câncer de intestino em fase inicial
Um estudo publicado nesta segunda-feira, no site da revista médica "British Medical Journal", aponta que os cachorros são capazes de detectar câncer de intestino, pelo olfato, com grande nível de precisão. Mas a doença precisa estar na fase inicial.
Com base nas pesquisas, os autores revelam a existência de componentes químicos correspondentes aos tipos de câncer específicos que circulam pelo corpo humano, e que um cão é capaz de farejar.
Isto abriria, conforme uma equipe de analistas do Departamento de Cirurgia da Universidade de Kyushu, no Japão, a possibilidade de desenvolver testes para detectar a doença antes de alcançar outras partes do corpo.
Para chegar a esta descoberta, foi feita uma experiência com um cachorro labrador adestrado, que realizou, durante vários meses, testes de olfato com amostras de sedimentos de um grupo de indivíduos.
As mostras pertenciam a 48 pessoas diagnosticadas com câncer de intestino e a 258 voluntários que não tinham a doença ou haviam tido câncer no passado.
Aproximadamente metade das amostras de voluntários procedia de pessoas com pólipos de intestino que, embora benignos, são considerados precursores de câncer de intestino.
Em 6% dos testes, uma de cada dez das mostras procede de pessoas afetadas com outros problemas intestinais, como doenças inflamatórias do intestino, úlceras, diverticulite e apendicites.
As de câncer de intestino foram extraídas de pacientes que padeciam de vários níveis da doença, entre os quais nas fases iniciais.
O cachorro identificou com sucesso quais eram cancerígenas, e quais não eram, em 33 de 36 testes e em 37 de 38 verificações a partir de sedimentos, com as maiores taxas de detecção entre as extraídas das pessoas que tinham a doença na fase inicial.
Isto equivale, segundo o estudo, a 95% de precisão, em geral, para as mostras e 98% no caso das dos sedimentos, frente aos resultados obtidos pelas colonoscopias (exame de câncer no intestino) convencionais.
Os analistas indicaram que as amostras de fumantes e pessoas com outro tipo de problema, nos quais poderia pensar que esses fatores interfeririam ou poderiam mascarar outros cheiros, não representaram nenhum problema para o cachorro.
O estudo mostrou que existem cheiros específicos discerníveis exalados pelas células cancerígenas do corpo, uma teoria apoiada por outras pesquisas que apontam os cachorros como capazes de farejar câncer de bexiga, pele, pulmão, mama e ovário.
Os autores admitem que a utilização de cachorros para detecção de câncer é pouco prática e cara. Eles acreditam que essa descoberta abre caminho para desenvolver um sensor capaz de identificar componentes específicos.
Folha.com
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