Juiz responsável pelos processos da Operação Lava Jato divulga nota em que reafirma que "não existe, perante este Juízo, qualquer investigação em curso relativamente a condutas do Exmo. ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva"; texto foi divulgado "a fim de afastar polêmicas desnecessárias" no mesmo dia em que o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) noticiou que um habeas corpus impetrado na Justiça Federal pedia que Lula não fosse preso; documento não é de auditoria do petista, mas de Maurício Ramos Thomaz, do interior de São Paulo, que já fez o mesmo com Nestor Cerveró e se disse contra "injustiças"
25 DE JUNHO DE 2015 ÀS 17:10
Paraná 247 – O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato, divulgou uma nota nesta quinta-feira 25 em que reafirma que o ex-presidente Lula não está sendo investigado no âmbito da operação, que apura fraudes em contratos da Petrobras.
"Não existe, perante este Juízo, qualquer investigação em curso relativamente a condutas do Exmo. ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva", diz trecho do comunicado, assinado pela assessoria de imprensa da 13ª Vara Federal de Curitiba, comandada por Moro.
O texto foi divulgado "a fim de afastar polêmicas desnecessárias" no mesmo dia em que veio à tona a notícia de que foi impetrado na Justiça Federal um habeas corpus com o pedido para que Lula não fosse preso por Moro. O caso foi divulgado pelo senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) nesta manhã, pelas redes sociais. O Instituto Lula negou que o documento fosse de auditoria do petista.
Quem impetrou o HC foi Maurício Ramos Thomaz, morador da cidade de Sumaré, interior de São Paulo, e que já fez pedido similar em favor do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que está preso pela Lava Jato. Ele se disse contra "injustiças" e afirmou ter querido evitar uma prisão de Lula por "motivo político". Thomaz também manifestou intenção de pedir a soltura de João Vaccari Neto e Marcelo Odebrecht.
Leia abaixo a nota da Vara do juiz Sérgio Moro e reportagem da Reuters a respeito:
Nota da 13ª Vara Federal de Curitiba
A fim de afastar polêmicas desnecessárias, informa-se, por oportuno, que não existe, perante este Juízo, qualquer investigação em curso relativamente a condutas do Exmo. ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
Justiça Federal do Paraná diz que não há investigação sobre Lula na Lava Jato
SÃO PAULO (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é investigado pela operação Lava Jato, que apura um esquema de bilionário de corrupção na Petrobras, informou nesta quinta-feira a 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná, que concentra as ações sobre o caso.
A nota da 13ª Vara foi divulgada após ser apresentado um pedido de habeas corpus preventivo em favor de Lula sem o conhecimento do ex-presidente por um popular.
A declaração da Justiça de que o ex-presidente não é alvo de investigação também reitera a informação obtida pela Reuters na terça-feira junto ao Ministério Público Federal de que Lula não está no rol dos investigados pela Lava Jato.
"A fim de afastar polêmicas desnecessárias, informa-se, por oportuno, que não existe, perante este Juízo, qualquer investigação em curso relativamente a condutas do excelentíssimo ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva", afirma a nota divulgada pela Justiça.
O habeas corpus preventivo, proposto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região por um consultor de Campinas (SP) sem o conhecimento de Lula, foi rejeitado nesta quinta-feira pelo desembargador João Pedro Gebran Neto.
"Cuida-se apenas de aventura jurídica que em nada contribui para o presente momento, talvez prejudicando e expondo o próprio ex-presidente, vez que o remédio constitucional (habeas corpus preventivo) foi proposto à sua revelia", escreveu o desembargador em sua decisão.
A prisão do presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, na última sexta-feira, gerou especulações na imprensa de que a Lava Jato estaria mais perto de alcançar Lula, devido à proximidade do ex-presidente com o influente empresário à frente do maior grupo de construção e engenharia da América Latina.
O presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo, também foi detido na sexta-feira.
A Lava Jato investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras, no qual empreiteiras teriam formado um cartel para vencer contratos de obras da estatal. Em troca, teriam pago propinas a funcionários da empresa, operadores que lavariam o dinheiro do esquema, políticos e partidos.
(Por Eduardo Simões)
Brasil 247
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