Comandada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que já havia apontado abusos na Operação Acrônimo, a Polícia Federal pediu autorização para invadir a residência oficial do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT); a solicitação foi negada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas o simples pedido pode provocar uma crise de graves proporções no País; Cardozo tem sido criticado por não controlar alas radicais da PF; na Lava Jato, delegados que fizeram campanha para o tucano Aécio Neves na disputa presidencial prosseguem na caçada ao PT e ao ex-presidente Lula; Cardozo resistirá?
25 DE JUNHO DE 2015 ÀS 13:19
Minas 247 – Os investigadores da Operação Acrônimo, da Polícia Federal, pediram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorização para cumprir mandado de busca e apreensão na residência oficial do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), mas teve o pedido negado. A solicitação também foi negada para a realização de buscas na sede do PT no Estado.
Apesar de negado, o simples pedido da PF, comandada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que já havia apontado abusos na Operação Acrônimo, pode provocar uma crise de graves proporções no País.
Cardozo tem sido criticado por não controlar alas radicais da corporação. Na Lava Jato, delegados que fizeram campanha para o senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG) na disputa presidencial prosseguem na caçada ao PT e ao ex-presidente Lula.
Na nova fase da operação deflagrada nesta quinta-feira 25, um dos alvos da PF foi um imóvel localizado em um prédio em Belo Horizonte, onde funcionava o escritório de campanha de Pimentel em 2014. A casa do governador fica ao lado, mas a PF não esteve lá. A operação teve início após uma denúncia anônima em outubro de 2014, quando a PF localizou e apreendeu R$ 113 mil em uma aeronave que chegava a Brasília.
Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre a nova fase da operação:
PF deflagra nova fase de operação contra lavagem de dinheiro
Pedro Peduzzi - A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (25) nova fase da Operação Acrônimo, que investiga um grupo suspeito de ter praticado crime de lavagem de dinheiro. Foram expedidos mandados de busca e apreensão em diferentes localidades do país. Como a investigação corre sob sigilo, o órgão não tem dado detalhes sobre o caso, nem apresentado o nome de suspeitos. A operação é resultado de uma investigação iniciada em outubro de 2014 quando, após denúncias anônimas, policiais federais localizaram e apreenderam R$ 113 mil em uma aeronave que chegava a Brasília.
Desde então, os policiais acompanharam suspeitos e analisaram dados obtidos a partir de apreensões, em especial dispositivos de mídia como notebooks, smartphones e tablets. A PF suspeita que, entre os recursos que circulavam nas contas de pessoas físicas e jurídicas ligadas aos investigados, havia dinheiro com origem em fraudes a partir de contratos com órgãos públicos, e que notas fiscais eram emitidas para o pagamento de serviços não prestados ou com sobrepreço.
No dia 29 de maio, quando a Operação Acrônimo cumpriu 90 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás, a PF informou que, para tentarem ocultar a origem dos recursos, os suspeitos usavam laranjas e empregavam uma técnica conhecida como smurffing – fracionamento de valores para disfarçar e dificultar a identificação de grandes movimentações bancárias.
Entre as cinco pessoas presas na época estavam o ex-assessor do Ministério da Cidades Marcier Trombiere; Benedito de Oliveira Neto, conhecido como Bené e dono da Gráfica Brasil; Pedro Augusto de Medeiros, apontado como laranja de Benedito; e Victor Nicolato, sócio de Benedito. No ano passado, Bené atuou na campanha do então candidato e atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, que nega ser objeto de investigação no processo.
Brasil 247
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