23 junho 2015 Miguel do Rosário
Agora sim. Apareceu um senador.
Ou desapareceu um senador e emergiu um cidadão?
Assista ao vídeo clicando aqui.
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Alguns comentários inspirados no discurso de Lindberg.
Bom discurso, só não gostei tanto da ambiguidade em relação à oposição venezuelana, embora a tenha compreendido. Lindberg usou o fiasco de Aécio para falar em “diplomacia senatorial”, que existe, e deve ser exercida através da moderação e cuidado com os contrastes de um país estrangeiro.
Mas como eu não sou senador, quanto mais senador diplomata, gostaria de acrescentar alguns comentários sobre a Venezuela.
Os venezuelanos estão na linha de frente no enfrentamento do império, por razões óbvias.
A Venezuela tem a maior reserva de petróleo do mundo.
O Brasil vai ajudar o Tio Sam a pegar isso, de novo?
O Tio Sam explorou o petróleo da Venezuela por décadas, sem deixar nada para o povo venezuelano, nem para o Brasil.
Chávez mudou isso.
Chávez parou com os choramingos e fez uma revolução pacífica, democrática e popular.
Chávez distribuiu o dinheiro do petróleo ao povo.
Com isso fez uma revolução na educação, assim como fez também o Brasil, com grandes programas sociais.
Eu estive lá por uma semana, e conversei com o representante da FAO/ONU na Venezuela, o mineiro Marcelo Resende.
Resende conhece tudo na Venezuela. Faltam coisas nos supermercados, ele explicou, mas você consegue comprar na semana seguinte. A distribuição é desorganizada, mas se consegue as coisas. Sobretudo porque o principal agora existe na Venezuela: dinheiro no bolso.
Resende é um grande entusiasta da “revolução bolivariana”, que a mídia trata com tanto desprezo – porque ela, a mídia, é tosca.
O bolivarianismo é muito mais sofisticado e democrático do que a nossa mídia, feita de novelas ruins e big brothers, dominada por corporações cevadas na ditadura.
A distribuição de riqueza na era Chávez foi muito grande.
Chávez passou a importar coisas do Brasil, não mais dos EUA.
Por isso as exportações do Brasil para Venezuela pularam de nada para 14 bilhões de reais por ano.
Durante a era Chávez.
O chavismo criou um povo altivo, com espírito de liberdade, que venceu um golpe, em 2002, apenas com seu olhar furioso e atento, ocupando pacificamente as ruas.
Falta papel higienico na Venezuela? Sim, e aí?
O brasileiro tem de deixar de ser burro e vender mais papel higiênico para lá, não?
Ou vai ficar de proselitismo coxinha?
Não é para isso que serve um vizinho?
Os empresários do Brasil por acaso vão aplicar “sanção econômica” à Venezuela e perder dinheiro?
Duvido. Empresário de sucesso não pode ser coxinha.
Coxinha, só os fracassados, os paneleiros.
A Venezuela tem um povo politizado, a quem, nós, brasileiros, devemos estender a mão.
Vamos nos aliar a seus inimigos de classe, os esquálidos vampiros, vendidos ao Tio Sam, que passaram séculos chupando seu sangue?
O povo brasileiro pobre que elegeu Lula e Dilma tem de aliar-se ao povo pobre da Venezuela, que elegeu Chávez e Maduro.
Uma aliança de classe, inquebrantável, mais firme que um diamante.
Uma aliança que nenhuma conspiração judicial ou ataque midiático pode quebrar.
Volto a publicar o discurso do senador, para lhes pedir sua opinião:
Assista ao vídeo clicando aqui.
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Abaixo o texto publicado no Facebook de Lindberg Farias
“Eles foram como incendiários, nós vamos como bombeiros”
Lindbergh fez uma grande defesa do governo brasileiro e da postura do Itamaraty, em relação à desastrada visita dos senadores à Venezuela na semana passada:
Foi uma comissão apressada, preguiçosa, construída em cima de uma série de factóides e inverdades, desde uma suposta negação de que o avião não poderia pousar em Caracas, o que nunca existiu, à afirmação de que o embaixador brasileiro “desapareceu” e não acompanhou a comitiva. Imaginem o embaixador na mesma van em que estavam presentes representantes da oposição mais radical da Venezuela!! Isso fere todas as regras diplomáticas.
Faltou equilíbrio, faltou imparcialidade dessa Comissão. Não é papel de parlamentar fazer ação incendiária, de acirramento de ânimos. A Venezuela precisa de gente com equilíbrio, com responsabilidade, que vá lá ajudar na superação de seu conflito interno. Se queriam fazer discurso partidário, que fossem com recursos do PSDB, cujo presidente é o próprio Aécio Neves, e não como missão oficial do Senado.
O Cafezinho
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