quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Moro, MP e mídia formaram uma legião de acusadores cegos e imbecis

POR FERNANDO BRITO · 20/01/2016


Há dois dias desmontou-se uma – mais uma! – farsa montada com o “filho do Lula”, que já foi dono de frigorífico, jatinho e, agora, seria de uma megalancha Azimut 60, que estaria sendo abastecida com 2 mil litros de diesel marítimo, uma bagatela de mais de R$ 8,5 mil.

Não havia nada que levasse a esta conclusão, exceto, talvez, a presença de um sujeito gorduchinho na lancha.

Mas não se precisa mais que isso, no Brasil de hoje.

A “sorte” do “filho do Lula” – dispensam-se nomes, já que toda a história trata do imaginário das pessoas – é que um marinheiro de Santa Catarina reconheceu o “gorduchinho”, seu amigo que há tempos não via: o marinheiro Toninho, de apelido Passarinho.

O rapaz escreveu o esclarecimento, num grupo de facebook chamado Marinheiros Particulares do Brasil, sob o interessante título “Antes que sobre para o marinheiro”, onde conta que a lancha pertence ao milionário Amilcare Dallevo Jr., dono da Rede TV. E colocou a história em seu próprio perfil.

Bem, até aí apenas uma – mais uma – farsa desmontada.

O que me impressionou, porém, foram as reações dos conhecidos de uma pessoa que apenas quis ser e foi honesta:

-Comprove com documentos!

– Essa não é a dele, a dele é uma maior.

A coisa chega a um ponto em que a pessoa que diz a verdade tem quase de se desculpar: “poxa, fulano, sou eu que mais compartilha suas publicações anti-PT…”

Assim ficou o Brasil, reproduzindo de forma automática, furiosa e cega qualquer acusação. O exemplo foi dado por uma “cruzada” onde acusar sempre foi mais importante que esclarecer, onde as “verdades” eram construídas à base do “alguém disse” e onde uma dúzia de ladrões têm, obrigatoriamente, de transformar todos os governantes em desonestos e corruptos da pior espécie.

Aquilo que nos ensinaram em criança sobre “não acusar sem provas” e que os religiosos preferem no oitavo mandamento – “não levantarás falso testemunho” – acabou-se.

O núcleo justiceiro incontestável que se formou em Curitiba, transformado por uma mídia que espalha com a irresponsabilidade de um “facebook” o que sai, informado ou “vazado”, de lá é o responsável pela formação deste mau-caratismo nacional, que é falsamente chamado de exercício da cidadania.

Essa obra de “estupidificação” do Brasil, que Joaquim Barbosa iniciou (faça um teste simples, pergunte a alguém sobre que foi o julgamento do “mensalão” e veja se sai alguma resposta rápida além da palavra “mensalão”) chegou ao “estado da arte” com o branco e puro Moro e os rapazes do MP.

Isso não vai passar tão cedo e há de nos custar mais, muito mais, do que já custa hoje.


Tijolaço

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