por Paulo Nogueira
18 de março de 2016
Leandra Leal não se conteve
Uma das coisas mais importantes que esta sexta 18 mostrou foi que ninguém mais suporta a Globo.
Na Avenida Paulista, a Globo foi o principal alvo dos protestos dos que para lá foram na manifestação de defesa da democracia.
No meio da tarde, um grupo cantou: “Puta que o pariu, a Rede Globo é o câncer do Brasil.”
Não me ocorre palavra melhor para definir a Globo: um câncer.
“Você via repórteres de todas os veículos com crachá na Paulista”, conta a advogada Erika Nakamura, que cobriu a manifestação para o DCM. “Você só não via gente da Globo.”
Os jornalistas da Globo estão hoje condenados a se esconder, em eventos como o de hoje, ou de medo ou de vergonha, ou de ambos.
Erika narra um fato interessante. A Globo usou hoje câmaras em cima do Conjunto Nacional. O objetivo era mostrar o pedaço da Paulista que mais demora para ficar lotado em manifestações. A Globo queria passar para seus espectadores a ideia de que o protesto contra o golpe tinha sido um fracasso.
Isso quando noticiava o ato.
Num capítulo particularmente revelador do dia, a atriz Leandra Leal da Globo expressou no Twitter sua revolta com o jornalismo da emissora para a qual trabalha.
Ela endereçou à GloboNews a seguinte mensagem: “Estou trabalhando e assim como domingo e ontem queria acompanhar as manifestações. Cadê a cobertura ao vivo?”
Isso às 16h41, horário em que na Marcha dos Golpistas, no domingo, a Globonews e a Globo cobriam freneticamente as manifestações, com o explícito propósito de inflá-las com tomadas de câmara desonestas.
Este era o espírto da Paulista nesta sexta
A explosão potencialmente suicida de Leandra Leal é mais uma evidência do grau de insatisfação que reina na Globo com quem não se satisfaz em seguir os desígnios sinistros da família Marinho.
Poucos dias atrás, a também atriz da Globo Mônica Iozzi desqualificou o Jornal Nacional nas redes sociais. Ela lamentou que as pessoas só se informam pelo JN. Ou seja: são intoxicadas pelo veneno editorial apresentado por Bonner.
Como a Globo costuma eliminar de seus quadros pessoas que criticam seu jornalismo tendencioso, você pode imaginar a raiva das duas atrizes para dizer o que disseram.
Provavelmente cometeram um suicídio profissional na Globo. Mas não guardaram seu inconformismo dentro delas.
Pouco tempo atrás, escrevi um artigo com base em relatos de jornalistas da Globo que abominam o que ocorre lá. Chegam com frequência ao DCM depoimentos de gente da casa que sente repugnância pelas orientações dos Marinhos.
O horror à Globo é ubíquo: está fora dela, como se viu na Paulista, e também está dentro dela.
Um dos mistérios corporativos do Brasil é como uma emissora tão brutalmente detestada pelos brasileiros continua a sobreviver. Claro que a Globo sempre se serviu do dinheiro público para seguir adiante, mas nem isso explica o mistério.
É provável que a Era Digital enfim conduza a Globo para o local sonhado por milhões de brasileiros: o cemitério.
O Brasil terá se livrado de um câncer.
Diário do Centro do Mundo - DCM
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