Especialistas ouvidos pela BBC Brasil mostram que, apesar de traumático para a democracia do País, eventual retirada da presidente Dilma Rousseff do cargo oferece ao PT a chance de explorar uma imagem de "vítima"; entre os pontos estão as contradições do processo, capitaneado por Eduardo Cunha, e alta rejeição do vice Michel Temer; "O impeachment acaba sendo o resultado mais confortável para o PT. Tira a Dilma de cena e praticamente coloca Lula em campanha, reforçado pela imagem de que houve abusos no processo", afirma Rodrigo Nunes, professor de filosofia política da PUC-Rio
18 DE ABRIL DE 2016 ÀS 11:04
247 - Para especialistas ouvidos pela BBC Brasil, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, um capítulo amargo na história do Partido dos Trabalhadores depois de 13 anos no poder, poderia servir como uma espécie de "bênção disfarçada" para a legenda.
Entre os argumentos que podem ser utilizados pelo partido na eventual saída de Dilma estão contradições do próprio processo, capitaneado por Eduardo Cunha, e alta rejeição do vice Michel Temer, que terá que adotar medidas impopulares para estabilizar a crise econômica inflada em grande parte pelas medidas da oposição.
"O impeachment acaba sendo o resultado mais confortável para o PT. Tira a Dilma de cena e praticamente coloca Lula em campanha, reforçado pela imagem de que houve abusos no processo", acredita Rodrigo Nunes, professor de filosofia política da PUC-Rio.
"Possivelmente, é melhor para o PT virar oposição agora", diz a jornalista britânica Jan Rocha, autora de uma "biografia" do partido em inglês. "O PMDB vai ter dificuldades para governar, até porque também tem rejeição popular."
Segundo a BBC, o ex-presidente Lula será fundamental na reorganização do PT. "O partido não pode ignorar isso, mas é preciso fazer algo mais do que se colocar no papel de vítima. Será necessária uma mensagem positiva", afirma Jan Rocha.
Brasil 24/7
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