domingo, 30 de abril de 2017

Greves podem sinalizar abertura de nova fase, por Janio de Freitas

DOM, 30/04/2017 - 14:30


Foto: Ricardo Stuckert

Jornal GGN - As reformas propostas pelo governo de Michel Temer são um combinação de medidas que restabelecem e ampliam os privilégios da classe dominante exclusivista, seguindo o roteiro de um país que sempre manteve privilégios, desde os períodos coloniais.

A opinião é de Janio de Freitas, que afirma, em sua coluna de hoje (30) na Folha de S. Paulo, que afirmam que as greves e protestos contra as reformas “não são sem sentido”. Ele também ressalta que o presidente peemedebista já está há um ano na Presidência sem realizar “uma só melhoria, de qualquer tipo, nas condições de vida da maioria da população”.

Leia mais abaixo:

Da Folha


Janio de Freitas


"O Brasil está podre" –escrita e falada, publicada e em conversas, essa frase é o lugar-comum dominante quando o tema é nossa atualidade. Ela própria, no entanto, em graus variados conforme as épocas, um lugar-comum na lerda passagem brasileira pelo tempo.

A frase tem um sentido inadequado de novidade nacional: o que se vê é o estado de "podridão" a que o país chegou. O país, porém, não chegou a esse estado. O que está dado como podridão, se assim for a classificação apropriada, na verdade é a revelação das condições dominadoras da vida brasileira há dezenas sucessivas de anos. Hoje ouve-se o que foram o ontem, o anteontem, os anos recentes, os anos distantes, tantas décadas. Os séculos.

Mais do que resultante de acasos e similares, como aconteceu a muitos países, o Brasil é produto de uma obra. Em sua primeira parte, feita à medida e semelhança do colonizador. Depois, conduzida pela classe dominante dele herdeira, no melhor e sobretudo no pior da herança. O sistema aí nascente projetou-se na história como um processo sem interrupção, sem sequer solavancos. Escravocrata por tanto tempo, fez a abolição mais conveniente à classe dominante, não aos ex-escravizados. A República trouxe recusas superficiais ao Império, ficando a expansão republicana do poder e dos direitos reduzida, no máximo, a farsas, a começar do método fraudador das "eleições a bico de pena".

A ditadura de Getúlio foi uma composição de interesses sem arranhar a classe dominante; a ditadura militar foi uma providência contra o risco de que a classe dominante tivesse que dividir alguns gramas da sua posse do país. Lula foi bem sucedido como governo conciliatório porque, mais do que preservar condições ótimas para a classe dominante, aumentou-as como promotor de crescimento e de projeção do país, em troca de pequenas concessões à maioria da população.

E estão explicados os dias hoje. Seja nas revelações que repugnam, de pequena parte dos procedimentos lógicos em um sistema de domínio multissecular. Seja na situação política.

As "reformas" de Temer –terceirização, direitos trabalhistas e arrocho previdenciário– combinam medidas ampliadoras e restabelecedoras de privilégios típicos de classe dominante exclusivista. A nossa, pois, desde sempre. Note-se que Temer completa um ano de presença na Presidência sem emissão de uma só melhoria, de qualquer tipo, nas condições de vida da maioria da população.

Diante disso, as greves e protestos não são sem sentido. Nem mesmo sem inovação: a par da reaproximação de correntes sindicalistas, partidos políticos foram deixados à margem. Do saldo do movimento decorre, agora, a expectativa quanto à sua natureza apenas momentânea ou de preliminar de desdobramentos dinâmicos e influentes. Abertura, talvez, de nova fase.

Fato a ser considerado: na ocasião mesma em que movimentos de protesto popular se lançavam à ação, "dezenas de pessoas de diferentes matizes" lançavam um manifesto apartidário, no qual "intelectuais, artistas, empresários, cientistas", profissionais variados, e outros, contestam as linhas do governo e "conclamam ao debate para formulação de um projeto de nação com autonomia e inclusão" (texto em www.bresserpereira.org.br ).

Para não ficar alheio ao momento de novidades, Temer & cia. trouxeram a sua: enquanto diziam que o país já retoma o crescimento da atividade econômica, no primeiro trimestre registrava-se um recorde: o desemprego elevado a 13,7%, o maior em toda a história da medição.



Jornal GGN

Ciclista entrega flor para Doria 'pelos mortos nas marginais'

DOM, 30/04/2017 - 15:40
ATUALIZADO EM 30/04/2017 - 15:41


Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press

Jornal GGN - João Doria (PSDB), prefeito de São Paulo, recebeu flores de uma ciclista na saída do evento de inauguração da Japan House na avenida Paulista. O tucano não quis pegar as flores, e a ciclista as deixou no painel do carro. Depois, Doria pegou a flor e a atirou no chão para fora do carro.
Giulia Gallo afirma que entregou as flores ao prefeito “em homenagem aos mortos nas marginais". O aumento das velocidades nas marginais Tietê e Pinheiros foi uma das principais bandeiras do tucano durante sua campanha à prefeitura. 

No primeiro trimestre deste ano, o número de acidentes cresceu 67% nas marginais, segundo dados da Polícia Militar. Seis pessoas morreram nesse período, duas mortes a mais que no mesmo trimestre do ano passado. 

A ciclista também disse que é contra o anúncio da gestão Doria de transformar ciclovias em ciclorrotas. "Falei que estava entregando flores em homenagem aos mortos que vieram. Ele jogou a flor no chão", disse. "Eu como ciclista e pedestre estou me sentido muito desprotegida. Se ele tirar as ciclovias vamos correr risco”, afirmou. 

De acordo com a assessoria da Prefeitura, Doria “reagiu a um gesto invasivo e desnecessário”.



Jornal GGN

Como agir diante dos simulacros políticos?, por Fran Alavina

DOM, 30/04/2017 - 10:30


Foto: Heloísa Ballarini/SECOM-PMSP

Do Outras Palavras


Alarde em torno da candidatura de Dória empresta-lhe suposta seriedade. Para enfrentar este fenômeno, não se pode recorrer aos métodos tradicionais da polêmica política

Por Fran Alavina

Este artigo sobre João Dória como fenômeno político é precedido por outros, nos quais tentamos estabelecer uma teia de compreensão deste inusitado fenômeno político-midiático. Desde o primeiro – “Eleições em tempo de neobarroco: um simulacro em São Paulo” – apontávamos o caráter farsesco do então candidato a prefeito, bem antes que se fantasiasse de gari. Sua primeira fantasia foi estabelecida pela publicidade eleitoral quando o apresentou como trabalhador. Mais recentemente – em “Dória: a política sob a forma do ridículo” – apontávamos a gênese de um governo que se baseia na imagem, ou seja, na política como gestão de imagens, de qualquer tipo: das absurdas às ridículas. Governar torna-se então uma manipulação de visibilidades midiáticas e virtuais.

Agora, porém, esta política dos simulacros chega a um novo patamar. Talvez, este simulacro político tenha alcançado o começo do êxito que quisera desde o princípio. Trata-se das recentes polêmicas sobre a pretensa candidatura de Dória à presidência da República. Que um simulacro tenha ganhado o centro das atenções e dos debates políticos, isto é por si só um mau sinal. Significa que a mentira institucionalizada alcançou o posto que sempre almejou: aquele da seriedade. Quando uma farsa se torna o centro do debate, estamos em um terreno escorregadio, no qual nossas posições podem ser facilmente movidas contra nós.

Ademais, quando uma farsa tem posição central, ela reveste-se do seu contrário: passa a ocupar o lugar do real. Ou seja, seu desmascaramento lhe empresta o índice de veracidade que ela não teria se não ocupasse o centro das discussões, ainda que de modo negativo. Tal ocorre agora: a polêmica em torno da candidatura de Dória empresta-lhe a seriedade que ele não teria se continuasse a operar como um simples simulacro político dos paulistanos. O resultado é que como uma farsa nunca pode ser verdadeira fica-se a discutir, com ar de certeza, apenas imagens de coisas sem um fundo certo de verdade: simulacro de simulacros. O que agora se discute não é uma candidatura já existente, mas uma possível. Isto é, não algo real, mas virtual.

Na torrente política dos simulacros, arraste-se para longe do alcance dos olhos as divisas limites entre o real e o simulado, entre a coisa e sua imagem, entre o feito e o fingindo. Isto demonstra que a estratégia imagética e a gestão da visibilidade adotada por Dória não é algo superficial, como poderia se supor de uma farsa qualquer. Sua profundidade está na própria forma de sensibilidade no presente: que se move por uma abolição da diferença entre o verdadeiro e o falso, o real e o virtual. Por isso, enquanto, por exemplo, inventa-se um caçador de notícias falsas para combater a tal pós-verdade, incentiva-se um tipo de comportamento que prima pela imagem fingida da felicidade, por uma ostentação de uma vida cada vez menos autêntica. Paradoxos de um tempo de sentido histórico que diz querer a verdade, mas se deleita com o fingimento.

Nesse sentido, uma oposição tradicional ao simulacro, daquele tipo que se contenta em apontar e denunciar a não verdade, irá surtir pouco, ou nenhum efeito. Esta oposição tradicional e suas armadilhas exemplificam-se no caso do recente artigo do Professor André Singer: “Candidatura de Dória é uma aventura desesperada”.

Enquanto denunciava a farsa e o absurdo de uma possível candidatura, enfrentava-se o simulacro como se uma realidade fosse. A artilharia concreta de Singer por mirar uma farsa e se mover no campo do inimigo, ou seja, no amplo espaço da mídia hegemônica e sua fábrica de simulacros, deu o ar de seriedade e de realidade para uma eventual candidatura de um simulacro. Realizou, pois, o cumprimento da potência latente de todo simulacro: ocupar o lugar do real e ser tratado como se fosse uma coisa concreta, dotada de veracidade. No momento em que o trouxe à baila, tornou a farsa real.

A resposta de Dória, ainda que provando realmente o que havia sido apontado por Singer, fez deste também um simulacro: o reduziu à imagem de um oponente político menor e fora do poder institucionalizado que brada contra um homem de sucesso. Portanto, reduzindo-o ao jogo opositivo das imagens do despeitado e do exitoso. Possuindo uma imagem de maior alcance que a de Singer, Dória o rebateu com sua arma própria: simulacros, pois, sabe que não se trata mais de operar opondo imagens contra dados reais, mas de imagens contra imagens. Trata-se daquele tipo de disputa em que um dos oponentes ainda que possua a boa estratégia não vence completamente, posto encontra-se no terreno do inimigo, nunca o retirando de seu próprio círculo.

Como agir ante um simulacro, mais particularmente: como agir ante os novos simulacros políticos? Não há uma resposta pronta, pois como dissemos: estamos em terreno escorregadio. Contudo, o primeiro passo será ter claro as dubiedades e as armadilhas de enfrentarmos os novos simulacros políticos valendo-nos das formas tradicionais. Subestimar este novo tipo de simulacro será, além de míope, abrir espaços para novos simulacros, mesmo quando já se combate os já estabelecidos. O caso do apresentador global que deu entrevista no mesmo veículo no qual Dória e Singer se “enfrentaram”, dizendo querer que sua geração “ocupe o lugar político que lhe cabe”, é a prova inconteste do insucesso desta miopia.


Fran Alavina
Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da USP. Mestre em Estética e Filosofia da Arte pela Universidade Federal de Ouro Preto, UFOP.



Jornal GGN

DATAFOLHA: LULA DISPARA E VENCE EM TODOS CENÁRIOS

sábado, 29 de abril de 2017

Hollywood Symphony Orchestra





LT   -   You Tube

“As reformas são o embrião de uma guerra civil e a resposta vem na greve geral”: Requião fala ao DCM. Por Roberto de Martin


- 28 de abril de 2017

Ele

O senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, acha que existe a possibilidade de uma guerra civil, motivada pela aprovação do pacote de maldades do governo federal, como as reformas da Previdência e trabalhista, esta última aprovada na Câmara na quarta-feira, 26/4, na Câmara.

Para ele, a resposta contra tais medidas, bem como contra a proposta de reforma da Previdência que avança no Congresso, virá hoje, na greve geral, que pode acender a fagulha da revolta.

Roberto Requião critica os que são contrários ao projeto de abuso de autoridade, relatado por ele e aprovado quarta pelo Senado. Aos que dizem que o texto pretende acabar com a Lava Jato, ele argumenta que não tem nada a ver com a operação, mas sim contra as irregularidades praticadas, como conduções coercitivas sem convocação prévia.

O senador falou ao DCM sobre as reformas, a paralisação, a Globo, a Lava Jato e o crescimento de Lula nas pesquisas:

DCM – O que acha da opinião do procurador da Lava Jato Carlos Fernando, que disse que seu projeto de lei do abuso de autoridade, aprovado pelo Senado, seria uma vingança contra o judiciário e o Ministério Público?

Senador Roberto Requião – O projeto não tem nada a ver com a Lava Jato. Atinge os abusos praticados pela Lava Jato, as conduções coercitivas, por exemplo. Eles não podiam fazer isso daquela forma, a não ser que estejam cometendo ilegalidades que não tenhamos conhecimento. Rigorosamente não tem sentido a afirmação.

Ele deu uma opinião corporativista, muito nociva à evolução do Direito no Brasil. O corporativismo é uma manifestação coletiva do individualismo. Eles estão querendo se transformar num poder à parte, sem fiscalização, querem determinar seus próprios salários e fazer suas próprias leis, revogando, inclusive, o Poder Legislativo.

Têm uma visão “off road” da legislação. Querem sair da via larga, para trafegar pelas margens. E isso é ruim, para eles e para o direito brasileiro, porque mais cedo ou mais tarde essas ações serão anuladas pelos tribunais superiores. O abuso de poder, na verdade, protege a Lava Jato, evitando tantas irregularidades.

O que acha, afinal, da Lava Jato?

Abriu a tampa da caixa preta, mostrou o Brasil e seu sistema absolutamente corrompido. Mas a operação está equivocada por achar que prendendo corrupto vai resolver o problema do País.

Qual é a matriz da corrupção? Quem conduz a política brasileira? Quem tem dinheiro. Quem está com as grandes empreiteiras na mão, conduz o processo político. Aí, fazem delação premiada para os financiadores. Li num artigo, na internet, e concordo: é mais ou menos a mesma coisa do que fazer um acordo de delação com o Dom Corleone para poder prender o vendedor de cigarros falsificados, o contrabandista da esquina.

Porque os corruptos são os donos do capital, os que conduzem o processo. Estão desmoralizando a política, num sistema corrompido que havia se tornado “comum”, digamos. Mas isso não resolve o problema. Serão substituídos por outros corruptos.

Então, a Lava Jato, apesar de ser bem intencionada, não chegou a pensar em combater as raízes do problema, que é a influência do capital financeiro sobre a política, por falta de uma visão do todo. Colocaram na cabeça que prendendo os corruptos (quando na verdade estão negociando com os “Dom Corleones” para prender os vendedores de cigarro paraguaio da esquina), vão resolver o problema. Não. A operação Mãos Limpas, na Itália, prova isso. Subiu ao poder o Berlusconi, a corrupção voltou, pior.

O problema é o sistema eleitoral, que seleciona as pessoas pelo tanto de dinheiro que têm e dá preferência absoluta ao financiamento de campanhas caríssimas, as pessoas que financiam os interesses dos donos do dinheiro, corruptores do estado.

Não me peça uma solução ideal, mas o erro básico da Lava Jato é não conseguir entender o sistema de corrupção, tentando combater câncer com remédio para gripe. É um erro bem intencionado, de pessoas pouco informadas e mal formadas, do ponto de vista econômico, social e político.

Por que o senhor disse que o juiz Sergio Moro fumou erva estragada?

Isso é uma maneira popular de dizer que ele está sem raciocinar corretamente. O projeto contra o abuso de autoridade não tem nada a ver com a Lava Jato. O juiz Sergio Moro é bem intencionado, conheço ele, mas completamente equivocado por falta de formação econômica, sociológica e política.

Quando se trata do Lula, o juiz Sergio Moro também é bem intencionado?

Ele acha que o Lula é o problema, e o Lula é um efeito do processo, mas que foi muito bom para o Brasil, para o povo, num determinado momento. Veja qual a contrapartida a Lava Jato está conseguindo: fim das leis trabalhistas, das aposentadorias, privatização da Cedae, um governo que acredita que a Petrobras não tem função social, que atende apenas aos interesses do mercado financeiro, como disse o presidente Pedro Parente.

Sendo que o petróleo é o sangue do desenvolvimento de qualquer país, ontem e hoje, e amanhã ainda.

Imagina esse cara presidindo a Cedae, companhia de água e abastecimento do Rio de Janeiro, privatizada. O povo pedindo esgoto e ele respondendo que a empresa atende aos interesses de seus acionistas, e não aos da população. É possível isso? É de uma estupidez ideológica. E é isso que estamos vivendo no Brasil.

Então, dizer que a lei contra o abuso de autoridade prejudica as investigações seria uma confissão de que eles estão agindo errado nos procedimentos? Não querem lei? Acho que o trabalho da Lava Jato é bom para mostrar o que acontece nos bastidores, mas querer a sacralização do Ministério Público e do judiciário, não dá.

Por que a Globo é critica ao projeto de abuso de autoridade?

Jogo de momento, para conseguir audiência, garantir seus interesses. Eles estão num momento em que o governo está na mão deles, Globo. O dinheiro da mídia é comandado pelo capital financeiro.

Tudo o que eles querem é manter esse clima para aprovar as barbaridades que estão aí. A Câmara aprovou quarta (26) o retrocesso das leis trabalhistas, acabaram com a lei do trabalho no Brasil. Décadas de avanço social.

Uma verdadeira loucura, e eles estão acelerando essas pautas, Globo em conjunto com o governo Temer. Agora, se eles querem saber, na verdade, qual a popularidade deles, é a mesma que a do Temer, 4%.

Recentemente, o senhor discutiu no Tweeter com a repórter Andréia Sadi, da Globo. O que aconteceu?

Ela e a Globo falaram em tom pejorativo sobre a minha visita ao José Dirceu. “O relator do projeto contra o abuso de autoridade, Roberto Requião, conversou com José Dirceu na prisão”, como se isso fosse algo negativo.

Eu visitei, conversei com o José Dirceu, com quem mantenho relação, como converso com o Ronaldo Caiado (DEM), com o José Serra (PSDB), com o Aécio Neves (PSDB) e com todos os senadores. Eu sou político. E vou visitar na prisão os Marinho também. Espero que, se eles forem presos, que seja logo.

Andreia Sadi segue o que os donos da Globo dizem, o que os patrões mandam. Ela lê teleprompter. E outra, se um cachorro te morder, você deve bater no dono do cachorro, não no cão.

Por que o senhor disse que vai visitar os Marinho na prisão?

Disse que se eles forem presos — o que, espero, aconteça logo, porque crimes existem vários, pelo que sei — farei uma visita filantrópica. Talvez, para colaborar para a redenção deles, que sonegaram tanto e fizeram tanto mal ao Brasil.

Como pode ser dada a resposta para a aprovação da chamada reforma trabalhista?

Aquilo é o embrião de uma guerra civil, uma infâmia, que não foi discutida. Acho que a resposta para aquilo vem na greve geral. É o fim do estado social. E a igreja atendeu ao pedido do Papa, que disse que o capital é bom quando produz emprego, bens, serviços e dá salário pra o povo viver. Mas não pode comandar o mundo. Aquilo é uma proposta do dinheiro. Não tem 
outro termo senão “infâmia”

Ex-amigos

O que acha do João Doria dizer que os servidores que faltarem ao trabalho por conta da greve terão o ponto cortado?

É o mesmo João Doria que liberou os ônibus outro dia, quando teve manifestação a favor dos interesses dele. Ele quer ser um “Trumpzinho” tropical. Depois do que fez com a Soninha, entendi que o que ele quer é virar um “Trump tropical”. O homem que demite, que faz e acontece.

Mas é o Doria, filho do ex-deputado nacionalista Doria pai, filho do ex-presidente da Embratur, do Doria que veio de fazer ligação entre empresários e políticos etc. o Doria é um fenômeno passageiro. Muito bom que ele tenha sido eleito prefeito já, porque elimina a possibilidade de surgirem outros Dorias.

Como explica o Lula, que quanto mais apanha, mais cresce?

É um fenômeno que atinge a população, que muitas vezes não tem noção do que acontece, mas percebe que sua vida piorou depois que o Lula saiu do poder. O período do Lula foi de abundância para os mais pobres, que começaram a fazer três refeições por dia etc., e o povo, depois, viu que todos esses caras estão envolvidos com corrupção. É o sistema.

Claro que o Lula cresce. Ele foi bom para a população, que começou a andar de avião, a ser bem vista lá fora. Era o país que mostrava ao mundo que é possível crescer. Desenvolver-se e distribuir riqueza.

Óbvio que houve equívocos, o Lula não conseguiu lidar com as vacas gordas das commodities, não viabilizou um projeto de desenvolvimento, mas tem empatia com a população. O que não pode também é achar que ele é santo. Ninguém é. Como eu e você, tem defeitos e qualidades. Inteligente, mas sem condições de ver a política econômica internacional naquele momento. Mas está se desenvolvendo, melhorando.

Lula e Requião em 2018?

Eu sou do PMDB, ele é do PT.

Mas tem chance?

Quer que eu diga que eu sou um soldado da democracia, que se convocado atenderei ao chamado? Não me furtarei à batalha? Não. Estou colaborando com o processo e quero que o Brasil saia fortalecido, como outros países saíram em outras ocasiões.

E aqueles que dizem que tirar o Temer, agora, é pior?

Esses devem estar gostando de todo o desmonte. Sou a favor de eleições gerais, para presidente da República e Congresso. Claro que tem de haver mudanças no sistema de financiamento. Mas sou a favor.



Diário do Centro do Mundo   -   DCM

Teto liberado, na hora do corte aos pobres, só escandaliza o NYTimes



POR FERNANDO BRITO · 28/04/2017




Silêncio na mídia brasileira sobre o escárnio representado pela liberação, pelo STF, dos super-salários de servidores de elite que acumulam cargos públicos, como se destacou ontem, aqui,

Mas o tapa no rosto da população não passou desapercebido na imprensa internacional.

Hoje, na matéria sobre a greve geral, o The New Yor Times dstacou sua estranheza:

Na véspera da greve, o Supremo Tribunal decidiu quinta-feira que os funcionários públicos de elite poderiam colecionar salários de mais de US $ 140 mil (R$ 450 mil ) por ano, um limite estabelecido na Constituição. O juiz Ricardo Lewandowski disse que seria injusto que um funcionário público cumprindo vários deveres recebesse uma “pequena retribuição”.

A decisão, em um país onde aproximadamente metade da população arrasa com um salário mínimo de cerca de US $ 4.000 (R$ 12,8 mil. também anuais) pode reforçar percepções de que os funcionários públicos mais privilegiados do Brasil estão encontrando formas de aumentar sua riqueza em um momento em que as autoridades estão pressionando por medidas de austeridade .

O erro da reportagem é o de não considerar que “os funcionários públicos mais privilegiados do Brasil estão encontrando formas de aumentar sua riqueza” o fazem sob o endeusamento da mídia, que os apresenta como “justiceiros” da corrupção e os defensores do dinheiro público.



Tijolaço

Mino Carta: "A greve propõe uma espécie de virada"





Jornal GGN



Foi um sucesso lançamento do Manifesto do Bresser





Conversa Afiada

Greve e desemprego enterram o Golpe





Conversa Afiada

sexta-feira, 28 de abril de 2017

DORIA, QUE CHAMA TRABALHADOR DE ‘VAGABUNDO’, FOI TRABALHAR DE HELICÓPTERO


Prefeito de São Paulo, que chamou de "vagabundos" e "preguiçosos" os trabalhadores que acordam às 5h, mas decidem lutar por seus direitos retirados em reformas do governo Temer, disse mais cedo que chegaria para trabalhar sem problemas porque os manifestantes "acordam tarde"; no entanto, o motivo foi outro: ele chegou de helicóptero, enquanto obrigou os servidores da Prefeitura a irem mesmo com a cidade sem ônibus, trens e metrô

28 DE ABRIL DE 2017 


SP 247 – O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), chegou de helicóptero no prédio da Prefeitura nesta sexta-feira 28, dia de greve geral em protesto contra as reformas do governo Temer que retiram direitos dos trabalhadores (confira no vídeo acima, divulgado por Marcelo Rubens Paiva).

Mais cedo, ele havia dito que chegaria sem problemas no prédio da Prefeitura, localizado no centro da capital paulista, porque os manifestantes "acordam tarde", mas vê-se que, independente do horário dos protestos, o tucano daria um jeito de chegar – pelo ar.

João Doria obrigou os servidores do município a irem trabalhar nesta sexta, sob ameaça de que terão o ponto cortado. Mesmo que a cidade esteja com o transporte completamente parado: ônibus, trens e metrô.

Há dois dias, ele havia anunciado um acordo com a Uber e a 99 Táxi para que as empresas levassem os servidores de graça ao trabalho, mas as categorias também aderiram à paralisação e o plano foi por água abaixo.

Doria também chamou de "vagabundos" e "preguiçosos" os trabalhadores que acordam às 5h, mas decidem lutar por seus direitos: "Volto a dizer a esses grevistas, que quiseram inclusive bloquear meu acesso, que acordem mais cedo. Vagabundos! Porque o prefeito acorda cedo. Da próxima vez acordem mais cedo se quiserem bloquear o acesso do prefeito ao seu espaço de trabalho".


Brasil 247

MARCELO MADUREIRA É EXPULSO DE PROTESTO AOS GRITOS DE GOLPISTA E CANALHA



Na tarde dessa sexta (28), ao tentar gravar uma matéria, o ex-integrante do Casseta e Planeta, foi hostilizado pelos cariocas, no Centro do Rio, em ato contra as reformas trabalhistas e da previdência; ele acabou sendo expulso do local com muitos xingamentos: “vaza, golpista!”, “fascista”, “canalha”, “defensor dos Marinhos” e até ameaça de agressão física

28 DE ABRIL DE 2017 



Na tarde dessa sexta (28), ao tentar gravar uma matéria, o ex-integrante do Casseta e Planeta, foi hostilizado pelos cariocas, no Centro do Rio, em ato contra as reformas trabalhistas e da previdência.

Ele acabou sendo expulso do local com muitos xingamentos: “vaza, golpista!”, “fascista”, “canalha”, “defensor dos Marinhos” e até ameaça de agressão física.



Brasil 247

Como a Globo, ajudada por Moro, está venezuelizando o Brasil. Por Paulo Nogueira


- 25 de abril de 2017



Os irmãos Marinhos: uma família antidemocracia


A Globo, Aécio e Moro venezuelizaram o Brasil.

Veja o que acontece na Venezuela há anos e você terá uma ideia da tragédia que isso representa.

São brasileiros odiando brasileiros, amigos rompendo com amigos, irmãos se afastando de irmãos. Tudo isso e mais sangue correndo e a economia sofrendo as consequências dos enfrentamentos políticos que paralisam o país.

E tudo isso por um motivo vil: a derrota nas urnas.

Globo, Aécio e Moro conflagraram o Brasil porque perderam. A plutocracia jamais surpreende: também em 1954 e 1964 a motivação foram surras em eleições presidenciais. E o pretexto o mesmo: “corrupção”.

A direita brasileira mostrou ser ainda pior que a venezuelana. Ao contrário de Chávez, Lula jamais foi agressivo com a elite.

Buscou sempre conciliar. Tão logo eleito, assinou uma Carta aos Brasileiros na qual se comprometia, na economia, a não se desviar do caminho de FHC.

Jamais deixou de despejar centenas de milhões de reais nas empresas jornalísticas em propaganda federal – um dinheiro público que elas utilizaram para montar um exército de editores e comentaristas dedicados a destruir o próprio Lula e, depois, Dilma.

Em sua busca de paz, Lula foi ao enterro do homem que foi um dos símbolos supremos da ditadura, Roberto Marinho. Alguns anos antes, Roberto Marinho roubara uma eleição de Lula ao fraudar no Jornal Nacional o resumo do debate final entre Lula e Collor. (Recentemente, Boni, então o executivo mais forte da Globo, contou candidamente como a emissora deu assessoria para Collor antes do debate.)

A conciliação de Lula foi vital para que a Globo jamais pagasse por seus crimes na ditadura. E isso deu à empresa condições de fazer o que está fazendo agora: orquestrar um golpe, ao lado de aliados como Moro e Aécio.

Alguém disse que a plutocracia foi ingrata com Lula. Mas, menos que ingratidão, é uma questão de ganância associada a uma completa ausência de escrúpulos morais.

A plutocracia quer tudo, não importam os meios. A Globo, por exemplo, quer livre acesso ao dinheiro público, pois teme não sobreviver sem estas muletas.

Deseja, também, uma Justiça encabrestada, para que possa cometer suas delinquências impunemente, tanto editoriais quanto fiscais.

A Globo deseja fazer as costumeiras barbaridades editoriais sem que juiz nenhum lhe crie problemas como direito de resposta ou multas significativas.

Também quer sonegar sem consequências, como há tanto tempo vem fazendo.

Moro representa a Justiça com que a Globo sonha: unilateral, parcial, feita apenas para proteger os interesses de uma pequena fração de brasileiros abençoados desde sempre com mamatas e privilégios abjetos.

Para alcançar seus desígnios, a Globo e seus aliados estratégicos não hesitaram em fazer do Brasil uma Venezuela gigante.

É terrível.

Mas mais terrível ainda será se, como em 1954 e 1964, a Globo e tudo que ela representa triunfarem.

Os defensores da democracia terão que mostrar doses colossais de coragem e energia para que, no final do embate que já está aí, o Brasil esteja enfim livre da Globo, de juízes como Moro e de políticos como Aécio.


Diário do Centro do Mundo   -   DCM

5 motivos para parar nesta sexta-feira (Inserção PT Nacional)





Conversa Afiada

Palocci vai entregar a Globo e a BAND

E vinte bancos


publicado 27/04/2017

A BAND já estava mais para... do que para...


Senador Requião, isso não é um vazamento!

O Conversa Afiada jamais mereceu um vazamento!

Não é como o detentor do troféu Conexões Tigre!

Portanto, o ansioso blogueiro não corre o risco de pegar uma cana por conta da lei contra os abusos de autoridade do Moro.

Isso aqui é uma informação sólida, concreta.

O Palocci, aquele do fala, Palocci, fala!, vai falar.

Como diz um colega de cadeia: cadeia não é pra qualquer um, não...

Cadeia é...!

Palocci é "um qualquer um" e vai cuspir os feijões.

E, como já tinha anunciado, vai entregar a Globo - a Dilma disse à diretoria da RecordTV que tinha sido o Palocci quem salvou a Globo com um dinheirinho do BNDES.

(A Globo é a favor da livre iniciativa... dos concorrentes...

Quá, quá, quá!

No best-seller "O Quarto Poder - uma outra história" se sabe que a Maria Sílvia, essa coveira do BNDES, chefiou uma delegação de "comunicadores" quebrados, a Globo à frente, para tentar tomar uma grana do BNDES.

O então presidente do banco, Carlos Lessa, no primeiro mandato do Lula, disse que só topava conversar se, como premissa, eles assinassem um documento em que se comprometiam a não demitir ninguém. Nunca mais voltaram lá.)

Uma nova informação dá conta de que o Palocci vai falar também da Bandeirantes e dos Saad que, já naquela altura, estavam mais para TV Manchete do que para Netflix...

Quá, quá, quá!

Palocci também está disposto a delatar vinte - VINTE! - bancos.

O ansioso blogueiro ainda não sabe se Palocci vai dar a lista dos que o consultavam quando mantinha uma consultoria ao mesmo tempo em que chefiava a Casa Civil da Dilma.

Deve ser gente tão gorda - ou magra, a depender dos exercícios físicos e das maratonas que faça... - que preferiu continuar na consultoria a ficar no Palácio!

O problema é saber se, diante dessa lista gorda, o Imparcial de Curitiba esteja ainda interessado na delação do Palocci.

Mas, sabe como é: o Palocci pode jurar que viu o Lula levar para casa o pote de ouro que fica no fim do arco-íris.

O risco é o Moro acreditar nele!

PHA



Conversa Afiada

97% DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE SÃO PAULO RECEBE ACIMA DO TETO

Quase a totalidade do Ministério Público de São Paulo recebe vencimentos acima do teto constitucional, estipulado atualmente em R$ 33,7 mil; 97% dos servidores do órgão usam os chamados "penduricalhos" —gratificações, auxílios e indenizações— para driblar o limite imposto pela constituição; o dado é de uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas de São Paulo; parte desses pagamentos é alvo de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) da PGR (Procuradoria-Geral da República)

28 DE ABRIL DE 2017 


SP 247 - Noventa e sete porcento dos servidores do Ministério Público de São Paulo usam um recurso para driblar a legislação e receber vencimentos acima do teto do funcionalismo público, estipulado em R$ 33,7 mil.

O dado é de pesquisa realizada na Fundação Getulio Vargas de São Paulo.

Chamadas informalmente de "penduricalhos", essas verbas de gratificações, auxílios e indenizações são previstas em lei ou em decisões judiciais. Na prática elevam vencimentos da categoria muito acima do limite constitucional.


"Parte desses pagamentos é alvo de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) da PGR (Procuradoria-Geral da República).

A ADI questiona o pagamento de indenizações por atividades consideradas próprias da carreira, como plantões e juizados especiais.

Em nota, a PGR informou que a ADI também contesta lei que permite ao procurador-geral de Justiça do Estado prover gratificações por meio de ato administrativo.

'De acordo com a Constituição da República, subsídios e vantagens de agentes públicos devem, em regra, ser definidos por lei, não por atos administrativos', diz a nota da PGR, que moveu ações contra a Promotoria de Santa Catarina e o Judiciário do Mato Grosso por pagamentos considerados abusivos.

Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, argumentou que as gratificações são constitucionais e remuneram atividades extraordinárias.

O ministro Ricardo Lewandowski, relator da ação no STF, rejeitou o pedido de liminar da PGR para a suspensão desses pagamentos, mas deu sequência à ação "devido à relevância da matéria e o seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica". Em 31 de março, o ministro requereu informações a Smanio e à Assembleia Legislativa."



Brasil 247

E O BRASIL AMANHECEU EM GREVE GERAL


Capitais e principais cidades do país amanheceram paralisadas nesta sexta-feira (28), dia da greve geral convocada pelas frentes populares em protesto contra as reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo governo Temer; em São Paulo, linhas do metrô, ônibus e trens não circulam – com exceção da Linha 4 do metrô, que funciona normalmente; estradas que dão acesso à cidade e avenidas foram trancadas; no Rio, a linha vermelha (foto acima) foi fechada por manifestantes; protestos ocorrem em todo o País e a greve contra o golpe e contra as reformas 
de Temer, rejeitado por 92% dos brasileiros, pode ser a maior da história

28 DE ABRIL DE 2017 


Capitais e principais cidades do país amanheceram paralisadas nesta sexta-feira (28), dia da greve geral convocada pelas frentes populares em protesto contra as reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo governo Temer. Em São Paulo, linhas do metrô, ônibus e trens não circulam – com exceção da Linha 4 do metrô, que funciona normalmente. Estradas que dão acesso à cidade e avenidas foram trancadas.

Na Marginal Tietê, as pistas central e expressa foram bloqueadas na altura da Rodoviária Tietê. As avenidas Francisco Morato, Do Estado e Tiradentes (centro) também estão bloqueadas. O mesmo ocorre nas avenidas Nações Unidas, Francisco Matarazzo, Faria Lima e João Dias.

ARQUIVO PESSOAL
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Avenida Nove de Julho, centro de São Paulo

As rodovias Anhanguera (na região de Jundiaí, sentido São Paulo), Dutra (em Guarulhos e São José dos Campos), Régis Bittencourt (em Taboão da Serra e Embú das Artes), Anchieta (sentido litoral), Cônego Domênico Rangoni (no litoral sul), também estão bloqueadas.

No Rio, manifestantes trancaram a ponte Rio-Niterói. Belo Horizonte amanheceu sem metrô.

Midia Ninja
Ponte Rio-Niterói está bloqueada nos dois sentidos por manifestantes, no vão central

Em Porto Alegre, foram realizados bloqueios na avenida Baltazar Oliveira Garcia, na Zona Norte; na Avenida Mauá, no Centro; na Ponte do Guaíba, na BR-290; e na Bento Gonçalves, na Zona Leste. Ônibus e trens não operam.

Em Santa Catarina, Blumenau e Florianópolis amanheceram sem ônibus. Motoristas e cobradores também pararam nas cidades paulistas de São José dos Campos, Jacareí, Bauru, Sorocaba, região do ABCD e Guarulhos. O mesmo ocorre em Salvador Recife, Fortaleza e Curitiba. Em Natal e Campo Grande a paralisação do transporte público é parcial. João Pessoa está sem ônibus e trens e com avenidas fechadas, bloqueando acesso à região metropolitana.

RBA
Metrô e CPTM informam que não têm trabalhadores suficientes para operar nem em plano de contingência


Brasil 247

quinta-feira, 27 de abril de 2017

The London Pops Orchestra




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rthur Fiedler & The Boston Pops Orchestra





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Ocean Ramsey diving with sharks




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Eleanor Powell & Fred Astaire "Begin the Beguine" Tap Dancing





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FRED ASTAIRE and CYD CHARISSE - Dancing in the dark, at the Central Park




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Ray Conniff And His Orchestra - 'S Awful Nice - Remastered 2016




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Al DI LA - Emilio Pericoli





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Chico Buarque - O Meu Amor





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Chico Buarque - Eu Te Amo





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O abuso de autoridade e o juiz Moro. Por Roberto Requião


- 26 de abril de 2017


Moro e Requião

POR ROBERTO REQUIÃO, senador

O juiz Sérgio Moro publicou em jornais desta terça-feira (25) um arrazoado contra o Projeto de Lei de abuso de autoridade.

Citando especialmente a experiência norte-americana, complementada por argumentos de Ruy Barbosa, ele pretendeu congelar no início do século passado e trazer para hoje conceitos de direito que estão inteiramente superados pela atualidade.

Ninguém é contra a independência da Magistratura, do Ministério Público e de autoridades democraticamente constituídas. Mas é um retrocesso na estrutura legal de qualquer democracia possibilitar que essas autoridades, abusando de direitos do cidadão, abusem da própria dignidade de sua investidura.

Não se trata apenas de juízes. Trata-se do guarda da esquina que aborda um motorista para achacá-lo.

O exemplo norte-americano sobre a tentativa de impeachment do juiz Samuel Chase, da Suprema Corte, não tem pertinência para a discussão do Projeto de abuso de autoridade. O impeachment foi aprovado pela Câmara, mas rejeitado pelo Senado. O que tem isso a ver com um eventual processo por abuso de autoridade que venha a ser promovido sob os ditames do Projeto de Lei que estamos discutindo?

Absolutamente nada!

O Projeto remete ao próprio Judiciário o julgamento do eventual processo por abuso de autoridade. Estaria, acaso, o juiz Moro com medo de ser julgado por seus próprios pares, no caso improvável de ser denunciado por abuso de autoridade? Não cuidariam esses pares de repelir qualquer denúncia improcedente contra ele? Por outro lado, se a denúncia fosse acatada, não seria forte indício de cumprimento da justiça?

Mais adiante observa o juiz que “o projeto não contém salvaguardas suficientes” para o exercício da Magistratura. O Projeto afirma que “a interpretação não constituirá crime se for “razoável”, mas “ignora que a condição deixará o juiz submetido às incertezas do processo e às influências dos poderosos na definição do que vem a ser uma interpretação razoável. Direito, afinal, não admite certezas matemáticas”.

Aqui está um ponto extremamente relevante. O juiz Moro, também nesse caso, não confia na interpretação dos seus pares da palavra razoável. Além disso, sustenta que “direito, afinal, não admite certezas matemáticas”. Á vista disso, devíamos temer ainda mais o abuso de autoridade, pois entre a dúvida e a certeza matemática o juiz poderia extravasar de forma totalmente aberrante a sua autoridade em detrimento do cidadão.

Como se não bastasse, o § 1º do art. 1º do Substitutivo que apresentei traz uma indiscutível salvaguarda – deliberadamente ignorada pelo Juiz Moro – pois exige, para a configuração do crime, a presença do dolo específico. Vale dizer, ainda que a divergência não seja considerada razoável, isso não implica o cometimento do crime, pois imprescindível o dolo de prejudicar outrem ou de obter benefício para si ou para terceiro, ou ainda para mera satisfação pessoal.

Em síntese, o juiz, a cujo trabalho, junto com o dos promotores da Lava Jato não tenho poupado elogios, não parece muito preocupado com as raízes históricas do Direito. Não estou tratando de definição de prerrogativas e deveres de funcionários públicos. Estou tratando exclusivamente de abuso de autoridade. A Magistratura deve ter toda a liberdade na sua ação, exceto a de violar direitos da cidadania por abuso de autoridade.

Essa é uma prerrogativa essencialmente civil, protegida pelo Direito Penal, na relação do cidadão com o Estado. Nenhuma autoridade pública que exerça autoridade de forma competente e responsável, sem abuso, deveria se opor ao Projeto de Lei em tramitação. A alegação que servirá para dar cobertura aos ricos e poderosos é infame. Ao contrário, ela protegerá sobretudo o pequeno, aquele que só tem a lei para protegê-lo de uma autoridade opressiva.

Aos meus pares no Senado, gostaria de perguntar, com o coração aberto: a quem acham que estão defendendo ao se oporem de forma tão determinada ao Projeto de abuso de autoridade? Aos pobres, aos perseguidos por autoridades que abusam do poder, ou aos promotores e ao juiz da Lava Jato, que tendem a funcionar como uma casta acima do bem e do mal?



Diário do Centro do Mundo   -   DCM

Juízes: no país onde Gilmar se porta como advogado de Aécio, Moro é acusador de Lula. Por Joaquim de Carvalho



- 26 de abril de 2017

Amigos de fé, irmãos, camaradas

No futuro, quando os historiadores estudarem a Operação Lava Jato e seus desdobramentos, bastará comparar o tratamento judicial recebido por dois políticos de expressão nacional para verificar que houve dois pesos e duas medidas.

Para um, Aécio Neves, tratado como amigo, tudo em benefício. Para outro, o ex-presidente Lula, tratado como inimigo, os rigores da lei ou, às vezes, só rigores, apesar da lei.

Gilmar Mendes suspendeu o depoimento que seria prestado por Aécio Neves, na investigação aberta para apurar um esquema de corrupção na empresa de energia Furnas.

É a segunda vez que Gilmar Mendes atua no sentido de poupar o presidente nacional do PSDB nessa investigação que remonta a fatos ocorridos em 2002, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Em maio do ano passado, quando o procurador-geral Rodrigo Janot autorizou a abertura de inquérito, Gilmar Mendes suspendeu a investigação e pediu ao procurador que reavaliasse sua decisão, pois, para ele, o caso já estava superado.

Aécio deveria ser ouvido em até noventa dias, ou seja, até agosto do ano passado, mas a decisão de Gilmar alterou o cronograma estabelecido pelo procurador.

Janot não acatou o conselho de Gilmar e manteve a investigação, com o depoimento de Aécio mantido, só que quase um ano depois.

Ele deveria, então, ser ouvido agora, mas, novamente, Gilmar Mendes decide suspender o depoimento, sob a alegação de Aécio tem o direito de ter acesso aos depoimentos e provas colhidas até agora.

O advogado de Aécio, Alberto Toron, diz que ele será ouvido na semana que vem. A conferir.

Já Lula, obrigado pelo juiz Sérgio Moro a comparecer à Justiça até para acompanhar a audiência com testemunhas, teve o depoimento também adiado, mas por outra razão.

O juiz Sérgio Moro acatou pedido da Polícia Federal para o adiamento. A alegação é que, sabendo que partidários de Lula se organizam para ir a Curitiba, a polícia quer tempo para preparar melhor o esquema de segurança.

As manifestações estão sendo organizadas há mais de um mês, mas, deixando para postergar o depoimento na véspera do evento, o pedido da PF e a decisão favorável de Moro soam como atitudes tomadas para prejudicar a mobilização.

Por que só agora pensaram na necessidade de um esquema de segurança?

Em um caso, o de Aécio, procura-se proteger o investigado dos rigores da investigação. Em outro, o de Lula, constranger os atos populares que poderiam se contrapor aos abusos do processo.

Em outras palavras, em um caso a Justiça, como instituição, se coloca em defesa do investigado. Em outro, contra o investigado.

No seu despacho, o juiz Moro adverte: “Havendo, o que não se espera, violência, deve ser controlada e apuradas as responsabilidades, inclusive de eventuais incitadores.”

Por que haveria violência? O que poderia acontecer para que as manifestações terminassem em pancadaria? A prisão de Lula?

O juiz Moro foi além do que se espera de um juiz que investiga a Operação Lava Jato e seus desdobramentos, e, com sua manifestação, se atribui poderes sobre a política de segurança pública do Estado do Paraná.

Se o governador Beto Richa, do PSDB, não abrir os olhos, daqui a pouco Moro estará nomeando secretário de Segurança Pública.

Os tratamentos recebidos por Aécio e Lula são exemplos de como desapareceu da Justiça brasileira o ideal de Têmis, esposa de Zeus, divindade que representa a Justiça.

Têmis tem os olhos vendados, a espada em uma mão e a balança com dois pratos na outra. É um símbolo que indica não haver diferenças entre os homens quando se trata de julgar os erros e os acertos.

Nos dois casos, não é exagero dizer que Gilmar Mendes tem se comportado como advogado de Aécio e Moro, como um acusador de Lula.

A história, que nunca falha, certamente fará justiça e dará a cada um deles a definição que merecem.



Diário do Centro do Mundo   -   DCM

DORIA, QUE HOJE CORTA PONTO, DEFENDEU GREVE GERAL CONTRA DILMA

Ponto por ponto, Requião desmantela argumentos contra projeto que pune abuso de poder





Jornal GGN

TSE REPROVA CONTAS DO PSDB E MANDA SIGLA DEVOLVER R$ 3,9 MI À UNIÃO