POR FERNANDO BRITO · 16/04/2017
Não há razão, pelo menos no caso de José Serra, para que se retarde o esclarecimento sobre a acusação, feita por dois delatores da Odebrecht, de que ele firmou um acordo para pagar pelas obras de uma rodovia paulista, a Carvalho Pinto, recebendo em troca uma propina de R$ 23 milhões, boa parte dos quais foram dirigidos a uma conta na Suíça.
Tradução: não serviu para financiar campanhas políticas, foi enriquecimento pessoal na veia.
As pistas são muitas: os procuradores que formalizaram o acordo judicial, por ordem do então governador, as contas suíças, onde a colaboração do ministério público já está firmada há pelo menos dois anos, as posteriores transferências bancárias, da conta recebedora para outras.
A rigor, não há nenhuma diferença entre o caso de José Serra e o de Eduardo Cunha, hoje preso por fatos idênticos.
O mais aterrorizante, porém, é que se num simples acordo de pagamento de reajustes questionados judicialmente no valor de uma estrada que já estava pronta (a Carvalho Pinto é da gestão Mario Covas) quanto mais terá sido levantado para o enriquecimento pessoal de José Serra.
E quanto terá valido o “show” de apresentar um projeto no Senado retirando a obrigatoriedade da presença na Petrobras e seu controle sobre a exploração do pré-sal?
Desculpem, errei o título. Eduardo Cunha e José Serra não são semelhantes, embora operem contas na Suíça com dinheiro de propina. Serra é muito daninho, porque pelo que agora se sabe que ele fez, certamente se pode imaginar o quão pior é aquilo que deve ter feito.
Tijolaço
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