Em sua coluna nesta quinta, a economista Laura Carvalho diz que Michel Temer tenta emplacar o "rouba, mas reforma"; "O 'rouba, mas não faz' do último ano deveria ter nos ensinado algo sobre a outra máxima que o governo tenta emplacar —a do "rouba, mas reforma'. Concordando ou não com os moldes propostos para as reformas da Previdência e trabalhista, o que já deveria ter ficado claro a esta altura é que tampar o nariz para os malfeitos e apoiar soluções antidemocráticas em nome de um programa econômico não é caminho para a estabilidade -nem mesmo nos mercados, como mostrou o caos financeiro da última semana", escreve
25 DE MAIO DE 2017
247 - A economista Laura Carvalho, em sua coluna nesta quinta-feira, diz que Michel Temer tenta emplacar o "rouba, mas reforma".
"O problema é que, para conseguir emplacar a velha tática do "rouba, mas faz", não basta que a população fique sabendo da parte do "rouba". E querer convencer quem viu o número de desempregados aumentar de 11 milhões para 14 milhões em um ano de que foi responsável por significativa melhora na economia não soa muito promissor.
Quanto à inflação, basta olhar para a série do IPCA acumulado em 12 meses para notar que a trajetória de queda se iniciou em janeiro de 2016, ou seja, antes do impeachment.
Três fatores principais explicam essa reversão: o fim do choque nos preços administrados, que, de acordo com o Banco Central, contribuíram diretamente com 38,4% da inflação em 2015; a queda do dólar, também iniciada em janeiro, e por fim a própria recessão econômica, que freou o aumento de salários.
Quanto ao PIB, o que se viu foi uma recessão tão profunda em 2016 quanto a que vivemos em 2015.
Quando o buraco é tão embaixo, espera-se que venha alguma recuperação. Mas não foi esse o caso: as expectativas para 2017 —antes da turbulência gerada pelos últimos escândalos— já eram de, no máximo, estagnação.
(...)
O "rouba, mas não faz" do último ano deveria ter nos ensinado algo sobre a outra máxima que o governo tenta emplacar —a do "rouba, mas reforma".
Concordando ou não com os moldes propostos para as reformas da Previdência e trabalhista, o que já deveria ter ficado claro a esta altura é que tampar o nariz para os malfeitos e apoiar soluções antidemocráticas em nome de um programa econômico não é caminho para a estabilidade -nem mesmo nos mercados, como mostrou o caos financeiro da última semana."
Brasil 247
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