3 de Setembro de 2017
Alex Solnik
Já faz um dia que Temer foi acusado de ser o “ladrão-geral da República” por um dos maiores empresários do país e nada aconteceu.
Ladrão-geral, termo que nunca antes foi usado que eu tivesse visto para qualificar um presidente brasileiro, quer dizer “o maior ladrão” se o procurador-geral é “o maior procurador” e grampeador-geral quer dizer “o maior grampeador”, novo epíteto que Temer arrumou para o seu acusador.
A agravante é que quem o acusa manteve negócios escusos com ele ao menos desde 2010 – apesar de ser somente o acusador o empresário - e foi recebido extra-agenda agora em maio por ele, em sua residência oficial, para uma conversa que vazou para toda a população.
Dias depois do encontro - em que Temer indicou um emissário de confiança ao empresário Joesley – o mesmo foi filmado correndo numa rua de São Paulo com uma mala de 500 mil reais fornecida por esse empresário.
Quando o escândalo explodiu, o homem de confiança de Temer devolveu a mala – não deixando dúvida, portanto, que aquilo aconteceu mesmo, não era filmagem de “A Lei é para Todos”.
Claro que eu não considero políticos pessoas normais, como eu ou você, e quanto mais poder eles detêm, menos normais são.
O caso Temer é ilustrativo. Enquanto foi deputado tinha até um ar respeitável. Enquanto vice presidente era só "decorativo". Foi subir um degrau e deu no que deu.
Ele não tem a menor vergonha de ser chamado de ladrão e nem ao menos processa o "difamador". É chamado de ladrão-geral e ninguém reage, nem contra, nem a favor. Um presidente deve ser, no melhor hipótese, amado pela população. Na segunda hipótese, respeitado. E, em último caso, odiado. mas Temer quebrou o paradigma. Nem odiado ele é mais.
Temer é desprezado pelos brasileiros. Os brasileiros fingem que ele não existe. É um fantasma. Não o consideram presidente do Brasil.
Daí a falta de reação e de indignação.
Só apoiam Temer, se tanto, 267 deputados, praticamente todos também investigados por corrupção.
E que o apoiam não por seus lindos olhos, nem por seus magníficos projetos, mas por sua insuperável ousadia em usar os cofres públicos em seu favor.
São apoiadores podres, que hoje o sustentam e amanhã podem derrubá-lo.
Até numa ditadura o chefe supremo precisa ser aclamado pelo povo, que dirá na democracia.
Temer já caiu e não sabe.
Brasil 247
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