29 de Maio de 2018
Por Mauro Lopes
Nem quando o cerco contra Dilma foi mais dramático, com toda a campanha das mídias e boicote do empresariado e dos banqueiros vivemos algo parecido com o que estamos passando agora com o governo do golpe.
A situação chegou a tal ponto que as elites, que puseram o miserável lá, já não suportam mais o des-governo (leia aqui reportagem do 247 sobre isso)
Há chance de virar o jogo, mas o refluxo dos movimentos sociais não ajuda. E o descolamento de parte das elites do projeto do golpe não nos ajudará em nada, sem essa força dos debaixo.
Eles já tramam saídas para a crise sem o povo. Não se trata de um golpe militar sangrento -mesmo porque, sem uma força popular organizada de resistência, o recurso à força fica dispensado.
Eles estão com dois projetos em andamento, como o 247 revelou hoje (aqui): 1. nesta tarde de terça (29) decretar a liquidação jurídica da candidatura de Lula no TSE, com chance de afastar Bolsonaro do páreo também; e 2. acabar com as eleições diretas pra presidente e instalar o parlamentarismo, como em 1961. Cármen Lúcia está operando neste sentido.
Essa turma tem nojo e medo do povo.
Não é à toda que o presidente do TSE, Luiz Fux, ameaçou ontem: "[a greve] acendeu um sinal quanto à própria realização das eleições" (aqui).
No colapso do golpe, as elites tramam novos golpes.
A saída democrática significa convocar eleições presidenciais livres, com a possível antecipação do pleito e o direito de Lula concorrer. Ela só acontecerá com base em muita pressão e numa mudança expressiva da correlação de forças.
Os dias à frente continuarão de alta tensão.
Brasil 247
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