QUA, 30/05/2018 - 17:54
ATUALIZADO EM 30/05/2018 - 17:55
Jornal GGN - A prisão do ex-diretor da Dersa e operador do PSDB, Paulo Preto, nesta quarta-feira (30) tem relação com a acusação de uma testemunha, que ligou para o Ministério Público Federal de São Paulo, chorando e afirmando que tinha medo de depor. Mas este é o terceiro episódio.
A testemunha é um homem que detalhou para os investigadores como funcionava o esquema de desvios em programas de reassentamento da Dersa. Ele prestou relatos ao MPF-SP em sala separada dos réus e teve a sua imagem protegida, sem divulgação.
Acusado de desviar R$ 7,7 milhões da estatal paulista, durante os governos tucanos de Geraldo Alckmin e José Serra (de 2009 a 2011), o ex-diretor era uma indicação que partia do PSDB e foi apontado como o operador dos esquemas ilícitos de propinas junto ao partido.
Nesta quarta-feira (30), por ordem da juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Paulo Preto foi novamente preso. Detido no dia 6 de abril, no âmbitos das investigações, ele passou apenas um mês na prisão até conseguir um habeas corpus do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que garantiu a sua liberdade.
A chamada telefônica da testemunha aos procuradores de República foi feita no dia 17 de maio. O homem ligou chorando, mostrando medo de depor. Mas essa não foi a única testemunha que relata se sentir ameaçada em prestar informações sobre as acusações que recaem contra Paulo Preto.
A primeira prisão, no dia 6 de abril, não se deu pela quantia que o operador teria desviado, pelos R$ 113 milhões repassados por Paulo a contas no exterior, nem pelos indícios levantados pela Lava Jato de depoimentos da Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez e do lobista Adir Assad. A urgência foi motivada pelas ameaças que o investigado fez a uma ex-funcionária da Dersa.
A testemunha, neste caso, admitiu inserir, a mando de Paulo Preto, falsos beneficiários nas planilhas que contabilizavam os pagamentos para desapropriações de casas devido às obras do trecho Sul do Rodoanel, da avenida Jacu-Pêssego e da ampliação da Marginal do Tietê, durante os governos tucanos de Alckmin e Serra, gerando um prejuízo de mais de R$ 7 milhões entre 2009 e 2011.
A ex-funcionária disse aos investigadores do MPF que recebeu ameaças de Paulo Preto pelo menos três vezes, de que sofreria represálias na Dersa e em sua vida pessoal caso levasse adiante as denúncias. Por causa disso, ela narra que mudou de casa com frequência, com medo. E, assim, a Lava Jato decidiu prender o investigado pela primeira vez em abril.
Agora, a mãe dessa colaboradora também narra que passou a receber trotes depois que a filha prestou depoimentos. A idosa, mãe da testemunha, disse que recebeu telefonemas com pessoas chorando. O caso também foi interpretado pelos investigadores como tentativa de Paulo Preto intimidar a colaboradora.
Com estes episódios, somado à ausência de Paulo em uma das audiências em que foi convocado, a Procuradoria da República pediu, novamente, a prisão do operador tucano, que foi aceito pela Justiça Federal de São Paulo, sendo concretizada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (30).
Nota do LT - O Ministro Gilmar Mendes já autorizou a libertação de Paulo Preto
Jornal GGN
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