quinta-feira, 20 de maio de 2021

Escritório de advocacia de Salles teve movimentação atípica de R$ 14 milhões, segundo investigação da PF


Ministro do meio ambiente de Jair Bolsonaro foi apontado como facilitador da venda de madeira ilegal da Amazônia

20 de maio de 2021
Ministro Ricardo Salles (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino | USP Imagens)


247 – Apontado por especialistas do Brasil e do mundo como um dos maiores inimigos globais do meio ambiente, e também ligado a madeireiros e grileiros, o ministro Ricardo Salles foi apontado pela Polícia Federal como facilitador de um esquema de madeira ilegal aos Estados Unidos – o que teria acarretado movimentações financeiras atípicas em seu escritório de advocacia. "No centro da operação da Polícia Federal que atingiu o ministro Ricardo Salles (Ambiente), está o despacho da presidência do Ibama de 25 de fevereiro de 2020, que elimina a exigência de autorização de exportação de madeira por parte do órgão ambiental federal, com a exceção de espécies sob risco de extinção", aponta reportagem da Folha desta quinta-feira.

"A PF descreve a apreensão de três contêineres com madeira brasileira no porto da Savannah (EUA), embarcados no Pará, em 10 de janeiro de 2020, exportados sem a autorização do Ibama. A empresa responsável é a Tradelink Madeiras", relata a reportagem, citando ainda a reação negativa de autoridades dos Estados Unidos. “À luz do exposto, o FWS [Serviço da Vida Selvagem e Pesca, órgão ambiental americano] tem preocupações com relação a possíveis ações inadequadas ou comportamento corrupto por representantes da Tradelink e/ou funcionários públicos responsáveis pelos processos legais e sustentáveis que governam a extração e exportação de produtos de madeira da região amazônica”, informou a embaixada à PF.

"A PF também detectou uma 'movimentação extremamente atípica' nas contas bancárias do escritório de advocacia no qual o ministro Salles é sócio, com 50% de participação. De janeiro de 2012 a junho de 2020, foram movimentados R$ 14,1 milhões, segundo dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Salles classificou a operação de exagerada e negou irregularidades. Os crimes investigados pela PF incluem corrupção passiva e ativa, facilitação de contrabando, prevaricação, contrabando, lavagem de dinheiro e crimes contra a administração ambiental", aponta a reportagem.


Brasil 247

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