A taxa de transmissão da Covid-19 ultrapassou o teto em todas as regiões do país, indicando uma nova aceleração da pandemia. A terceira onda está se aproximando e deverá ser mais terrível que as anteriores
26 de maio de 2021
Sepultador com trajes de proteção abre covas no cemitério de Vila Formosa em São Paulo em meio à pandemia de Covid-19 08/08/2020 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)
247 - Pela primeira vez em dois meses, a taxa de contágio (Rt) da Covid-19 ultrapassou o teto em todo o Brasil. Isso indica que a terceira onda da pandemia está chegando e ela pode ser mais terrível que as anteriores, segundo o presidente do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde), Carlos Lula. Os dados sobre a taxa de contágio são da Info Tracker, pesquisa da Unesp e USP que monitora a pandemia.
O teto da taxa de contágio é o índice 1, quando cada pessoa pode contaminar uma outra. Se for maior do que 1, cada doente poderá contaminar mais de uma pessoa. A taxa está agora em 1,12 em todas as regiões do Brasil. Isso indica que a cada grupo de 100 doentes, 112 pessoas podem ser infectadas. Essas, por sua vez,infectam ao menos 125 numa progressão exponencial.
Para que a transmissão do novo coronavírus seja contida e caia o risco de uma terceira onda de infecção, a taxa de Rt precisaria ficar abaixo desse patamar de 1.
O aumento da Rt "reflete as consequências da vacinação lenta, da flexibilização do isolamento social e das novas cepas do coronavírus", diz Marco Aurélio Sáfadi, infectologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, entrevistado pelo UOL.
Segundo o médico, o país está "muito longe de ter a população imune. Se essa tendência de aumento no Rt se mantiver, é esperado na sequência aumento de novos casos e, em 20, 30 dias, aumento dos mortos". Ele prevê UTIs novamente cheias em breve.
Graças ao avanço da Rt e à manutenção de internações em alto patamar, o presidente do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde), Carlos Lula, teme que "a terceira onda seja mais virulenta do que a do começo do ano", embora ela ainda pudesse ser evitada com uma aceleração da vacinação e adoção de medidas de restrição de circulação e incentivo ao uso de máscara e álcool gel. No entanto, a velocidade da vacinação está estagnada e corre o risco de diminuir nas próximas semanas, as medidas de restrição de circulação foram suspensas em quase todo o país e não há campanha governamental efetiva pelo uso de máscara e álcool gel.
Brasil 247
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