Líder do MST afirma que a classe dominante "está atordoada, confusa e dividida, entre uma direita burra, que ainda aposta tudo no Bolsonaro, e uma direita gourmet, que está envergonhada dele e ainda não criou coragem para tirá-lo"
4 de maio de 2021
Para o líder do MST, as mobilizações contra o governo precisam crescer. (Foto: Valter Campanato/ABr)
247 – O líder do MST, João Pedro Stédile, concedeu uma importante entrevista ao jornalista Joelmir Tavares, na Folha de S. Paulo, em que explica por que Jair Bolsonaro ainda não foi derrubado, a despeito dos inúmeros crimes de responsabilidade já cometidos. "Bolsonaro é presidente não por força própria. É o espelho da burguesia brasileira. Quem botou ele lá foi a burguesia, a Globo, porque não queria o PT. Nas circunstâncias em que estamos vivendo, de crise econômica, social e sanitária, só uma coisa pode tirar o Bolsonaro de lá: a burguesia", diz ele.
"A burguesia percebeu que o Bolsonaro é um insano e não tem viabilidade, mas não decidiu ainda derrubá-lo porque a devolução dos direitos políticos do Lula colocou um bode na sala. O Lula está no segundo turno. Acho que a burguesia ainda não chegou a uma decisão de qual tática é melhor. Está atordoada, confusa e dividida, entre uma direita burra, que ainda aposta tudo no Bolsonaro, e uma direita gourmet, que está envergonhada dele e ainda não criou coragem para tirá-lo. Se fosse com a Dilma, ela já teria sido crucificada, não é nem afastada", pontua.
Stédile também explica por que vai apoiar Lula em 2022. Segundo ele, o ex-presidente é "o único líder político no país que consegue falar tanto com banqueiros quanto com trabalhadores de reciclagem."
Brasil 247
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