O autor do livro "República das milícias: dos esquadrões da morte à Era Bolsonaro", Bruno Paes Manso, comentou na TV 247 sobre os laços da família Bolsonaro com as milícias do Rio de Janeiro. Ele mostra como Fabrício Queiroz auxiliou Adriano da Nóbrega na sua fuga e revela que Flávio Bolsonaro contratou a ex-mulher do miliciano para seu gabinete em 2016 com o objetivo de “organizar o esquema das rachadinhas”. Assista
30 de abril de 2021
Bruno Paes Manso e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | Isac Nóbrega/PR)
247 - Bruno Paes Manso, jornalista, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro "República das milícias: dos esquadrões da morte à Era Bolsonaro", em entrevista à TV 247, comentou sobre os laços da família presidencial com as milícias cariocas. Para ele, além da revelação de que Adriano da Nóbrega mantinha contato com Jair Bolsonaro, chamado de o “homem da casa de vidro”, em referência ao Palácio do Planalto, é necessário lembrar que Flávio Bolsonaro contratou a ex-mulher do miliciano para atuar no esquema das rachadinhas.
“Eu vi [o vazamento do grampo] com um olhar mais jornalístico e, digamos assim, mais cinematográfico pela imagem do ‘homem da casa de vidro’, que achei muito cinematográfica e interessante para se referir ao presidente. E para falar e trazer à tona uma informação que, no fundo, já é muito bem documentada e sabida, que é a relação do presidente com o Adriano Magalhães da Nóbrega e com o Fabrício Queiroz desde 2004-2005, quando o Queiroz foi preso e passou a fazer o lobby em favor do Adriano junto à família”, disse o pesquisador.
Ele ainda revela a relação dos advogados da família com as milícias: “Não só isso é bastante documentado, como agora, conforme se desenvolvem as investigações e vêm à tona as informações sobre as rachadinhas feitas no gabinete da família, fica evidente inclusive que existia um núcleo coordenado pelo Adriano da Nóbrega que envolvia sua ex-mulher e a mãe para organizar o esquema do Flávio. Sendo que a mãe dele foi contratada em 2016, quando ele já era um dos maiores bandidos do Rio de Janeiro. Quando o Queiroz foi preso na casa de seu advogado, o Frederick Wassef, em Atibaia, um dos advogados que tinha sido mediado para defendê-lo era o Paulo Catta Preta, que é um bom advogado de Brasília que passou a fazer a defesa do Adriano também. Vemos inclusive na decretação da prisão preventiva do Queiroz que existe uma permanente interferência e apoio dele na fuga do Adriano”.
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