sexta-feira, 29 de junho de 2018

“Queremos mais”: ninguém desmoraliza tanto a Justiça quanto os juízes

POR FERNANDO BRITO · 29/06/2018


Na coluna Painel, da Folha, o que preocupa suas excelências, enquanto se dedicam esforçadamente para deixar o país numa barafunda:

A cúpula do Judiciário começou a se mobilizar para tentar convencer o Planalto a –em meio a cortes de verbas até da saúde e da educação-– conceder um aumento de 12% para o seu funcionalismo. Segundo dados preliminares, o reajuste teria um impacto de cerca de R$ 12 bilhões nas contas do Tesouro. O movimento ocorre em meio à pressão para a criação de compensações à eventual suspensão de verbas indenizatórias pagas a todos os juízes, como o polêmico auxílio-moradia.

O famoso placar de 6 a 5 do Supremo também se repete, ma mesma forma que para manter Lula preso, no “tira daqui, mas bota de lá”:

Integrantes de entidades que defendem os interesses da magistratura dizem que, hoje, ao menos 6 dos 11 ministros do Supremo são favoráveis à tese de que o auxílio-moradia só deve ser extinto se houver a aprovação de uma compensação que recomponha os salários.

Como os salários são “em cascata”, para “recompor” os vencimentos dos magistrados, necessário aumentar os dos ministros do Supremo, porque este é o teto constitucional mais furado que o do barracão de zinco de Orestes Barbosa. E vão, de batelada, deputados, senadores, juízes e desembargadores estaduais, e o “valoroso” (as aspas são uma literalidade) Ministério Público.

A questão do auxílio-moradia abusivo, burlando a lei e os impostos, ilustra à perfeição o sentido ético da magistratura brasileira: o de entender-se uma casta, que tudo pode e que nada deve em solidariedade aos sofrimentos da população.

É a “meritocracia” em estado puro: “somos os melhores entre todos e, por isso, tudo nos é permitido”.

Se alguém ganha, alguém paga e, diante do que se soube esta semana sobre o salário dos executivos dass grandes empresas, ganhado milhões de reais por mês, dá para entender que tipo de modelo essa gente tem do que é “mérito”.


Tijolaço

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