Faltando apurar apenas cinco porcento das urnas, o atual presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, obteve cerca de 26 milhões de votos (53%) e foi reeleito para os próximos cinco anos; os resultados das eleições parlamentares também dão vantagem ao partido de Erdogan, o Partido da Justiça e Desenvolvimento, no poder, que obteve 43% dos votos e elegeu 295 deputados em um parlamento com 600 cadeiras
24 DE JUNHO DE 2018
247, com agências - Era uma vitória esperada de Erdogan, que liderou as pesquisas eleitorais, com 55% de intenção de votos.
O concorrente que mais se aproximou, sem ameaçar a reeleição de Erdogan, foi Muharrem Ince, que obteve 30% dos votos. Sua legenda, o Partido Republicano do Povo (CHP, sigla em turco) também ficou em segundo lugar no parlamento, com 22%, elegendo 146 parlamentares.
Foram as primeiras eleições desde que a Turquia mudou para o sistema de governo presidencialista após o referendo constitucional de abril de 2017. O plebiscito dividiu a sociedade turca pela metade.
A vitória permite que Erdogan consolide ainda mais seu poder político e implemente as reformas constitucionais. Os poderes em questão incluem a capacidade de escolher ministros de fora da legislatura, aprovar leis por decreto, declarar sozinho um estado de emergência e lançar eleições extraordinárias. O posto de primeiro-ministro também deve ser abolido.
A oposição turca e os países ocidentais encaram com desagrado os resultados das eleições na Turquia, alegando reforço do autoritarismo. O pano de fundo é a alteração da posição geopolítica do país, um aliado dos Estados Unidos e membro da Otan que tem mantido excelentes relações com a Rússia e combatido as posições de Israel.
Erdogan responde aos seus críticos de dentro e fora do país dizendo que "a Turquia está promovendo uma revolução democrática". Sobre as mudanças constitucionais, afirma: "Com o sistema presidencial, a Turquia está elevando seriamente seu nível, acima do de civilizações contemporâneas."
Erdogan, o líder mais popular, mas também mais polêmico, da história moderna da Turquia, argumenta que os novos poderes permitirão que ele enfrente melhor os problemas econômicos do país – a lira perdeu 20 por cento contra o dólar neste ano – e lidar com os rebeldes curdos no sudeste da Turquia e nos vizinhos Iraque e Síria.
A mudança no sistema político turco ocorreu na sequência da tentativa fracassada de golpe em julho de 2016. Erdogan acusou seu antigo aliado e agora inimigo, o clérigo Fethullah Gülen, baseado nos EUA, de planejar o golpe. O clérigo rejeitou firmemente as acusações.
Após o golpe fracassado, a Turquia está em estado de emergência há quase dois anos.
Brasil 247
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