Na Folha de hoje o candidato da oposição à Presidência da República, José Serra (PSDB-DEM-PPS) se revela. Não é à toa, nem por acaso que em visita a Minas ele defendeu o mandato presidencial de cinco anos sem reeleição. Serra retomou a tese porque ela organiza a fila de candidatos tucanos ao Palácio do Planalto. Também porque ainda alimenta um sonho duplo: conquistar o ex-governador mineiro Aécio Neves para vice em sua chapa; e ser perdoado pelo eleitorado de Minas (segundo maior colégio eleitoral do país) pela forma autoritária como, junto com o tucanato paulista, alijou o colega da disputa presidencial desse ano.
Mas, o candidato da oposição não precisava distorcer a realidade e dizer que o presidente Lula era a favor dessa idéia do fim da eeleição e mudou de opinião. “Eu conversei com Lula, ele estava de acordo, mas depois mudou de idéia. Eu espero que ele mude de novo, porque Lula, mesmo fora do governo, vai ter um peso político muito grande e eu pretendo manter o diálogo com ele", assinalou.
Para repor a verdade dos fatos: a reeleição foi instituída no governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. O PT tem projeto pelo fim da reeleição e o presidente Lula sempre foi contra a medida. Quem a aprovou, então - e que isso fique bem claro - no final de seu primeiro mandato (1995-1998) foi FHC, num processo que hoje seria considerado um golpe pelo PSDB.
FHC aprovou a reeleição, inclusive, em meio a acusações de compra de votos e a indícios tão fortes de que isso ocorrera que os deputados denunciados renunciaram a seus mandatos para não serem investigados. Agora Serra querer se apresentar ao país - como se não tivéssemos memória - como defensor do fim da reeleição parece piada.
Ataque ao Bolsa Família que, eleito, extinguiria
Nessa visita a Minas o candidato presidencial da oposição conferiu maior importância a emprego, em comparação com programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.“Não sou contra. Criei programas de transferência de renda em vários momentos, mas o que sustenta o padrão de vida de uma família são os empregos", disse Serra comentando um dos principais programas sociais do governo Lula, o Bolsa Família que ele, através dos dirigentes de seu partido, já anunciou que extinguiria se fosse eleito presidente em outubro.
Serra falando de emprego, quando o governo de que ele participou, o de FHC, criou 800 mil vagas,colntra 13 milhões criadas pelo governo Lula! Não sei o que é pior, se isso ou o ataque violento que ele fez ao defender uma maior abertura da economia e cobrar uma reforma do MERCOSUL - bloco econômico que reúne Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. "É uma barreira para o Brasil fazer acordos [com outros países]. É uma farsa, só serve para atrapalhar", disse o candidato tucano sobfre o MERCOSUL.
Francamente, essa sua opinião sobre o MERCOSUL beira a irresponsabilidade. Ao dizer que ele é uma farsa e só serve para atrapalhar, o que se pode concluir é que caso fosse eleito ele iria revogar o MERCOSUL, por fim ao bloco econômico? Como vemos, Serra é um candidato bem tucano! Fora o fato de que os acordos bilaterais não estão impedidos e o MERCOSUL os tem feito, inclusive acabou de fazer com Israel.
Mas, o que Serra defende mesmo e escondeu na visita a Minas é um acordo com os Estados Unidos, como defendiam os tucanos. É a ressureição da famigerada ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), a nossa submissão a política externa dos Estados Unidos e à sua hegemonia. Daí a sua oposição também a política externa do presidente Lula e do governo do PT.
Do blog do Zé Dirceu
terça-feira, 20 de abril de 2010
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