O presidente Lula chegou na manhã de hoje a Washington para participar da Cúpula de Segurança Nuclear mundial ao lado de chefes de Estado, Governo e de líderes de outros 43 países.
O chefe do Estado brasileiro participa desse cúpula não por pressão dos Estados Unidos, como quer fazer crer a grande mídia nacional, mas pelo lugar que o Brasil conquistou hoje no mundo - particularmente sobre essa questão de segurança nuclear - como interlocutor do Irã e de seu presidente Mahmoud Ahmadinejad.
O presidente vai à Cúpula Nuclear porque o Brasil proíbe em sua Constituição o uso da energia nuclear para fins militares, firmou o Tratado de Não Proliferação (TNT), desenvolve o ciclo completo para enriquecer urânio e, portanto, tem autoridade para discutir a questão. Além disso, nosso país já tem duas centrais nucleares, está construindo uma terceira e tem mais quatro planejadas.
O Brasil não abre mão de sua autonomia nuclear e tem medidas de prevenção e segurança contra ataques ou roubos de material nuclear em suas instalações. Assim, meus caros, se o presidente Lula não assina o protocolo adicional - que permite visitas de surpresa não programadas e não autorizadas, a chamada intrusão - é porque entende que as potências nucleares não avançam numa política de desarmamento.
Apenas para refrescar a memória dos críticos da política externa brasileira: essa é a postura correta de um governo que sabe que as potências nucleares fazem vistas grossas ao acesso militar à bomba atômica por diversos países. Como, por exemplo, os Estados Unidos fazem com a Índia, de forma pública; com o Paquistão, de modo conivente e omisso; e com Israel, de forma clandestina.
Blog do Zé Dirceu
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