sábado, 30 de abril de 2011

Novas medidas para baratear a produção no país


Ao participar ontem no Rio da versão para a América Latina do Fórum Econômico Mundial, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, deixou claro que o governo continua atento e aberto a novas medidas para baratear a produção no país. Uma das metas é a redução de impostos, por exemplo, na área da energia, especialmente para a indústria, vítima da expansão monetária norte-americana e da desvalorização do dólar. Outras, na área do crédito, e com incentivos a inovação, para além da melhora da infra-estrutura e das medidas já tomadas na área das tarifas antidumping.

Dai a importância do BNDES e da formalização imediata do EximBank, que já chega tarde como um instrumento decisivo para sustentar o crescimento de nossas exportações, particularmente com alto valor agregado, de serviços, capitais e tecnologia. Sem essas iniciativas, o país não poderá sustentar saldos comerciais num mundo com medidas cada vez mais protecionistas onde a manipulação do câmbio e da política monetária, que só agrava a queda do comércio internacional em conseqüência do baixo crescimento da Europa e dos Estados Unidos.

Blog do Zé Dirceu

Dutra, sinônimo de competência e espírito público


José Eduardo Dutra, presidente de nossa chapa, que apoiamos como candidato e depois como presidente, deixou o comando do nosso partido, por razões de saúde. Mas, com ele destacou, deixou a presidência, não o PT e nem a luta. Geólogo, sindicalista, construtor do PT, senador da República, presidente da Petrobras e da BR. Com Marcelo Deda, levou o PT de Sergipe a grandes vitórias, todas no primeiro turno – duas vezes a prefeitura de Aracaju, que ainda governamos com o PC do B, e duas vezes o Governo do Estado.

Sua passagem pelo Senado deixou lembranças e uma atuação marcante. Faz parte da geração de trabalhadores e profissionais que dedicam a vida à luta e sempre colocaram a CUT, o PT em primeiro lugar, contra a ditadura e em defesa dos trabalhadores. Atuou na construção do PT e da CUT e por fim exercendo, com competência e espírito público, mandatos e funções públicas, dedicou sua vida ao Brasil. Agora vai cuidar da saúde e esperamos, com o coração apertado de emoção, que o companheiro estará logo mais de volta conosco.

Blog do Zé Dirceu

Mais mentiras na grande imprensa - Por José Dirceu


Matéria publicada na Revista Época desta semana, sob o título “Com a Estrela no Bolso”, é claro exemplo de mau jornalismo: desconheço e nunca estive no escritório da sala 320 no complexo empresarial Brasil XXI, e, obviamente, nunca participei de “negociações obscuras” com grupos partidários ou sindicalistas ali. Também não tenho quaisquer relações com o escritório “Lobato Advocacia e Consultoria Jurídica”, localizado no mesmo endereço, onde também nunca estive. O próprio texto ressalta que eu não estava presente na única reunião que descreve, mas afirma que um grupo ligado a mim - repito: o que não é verdade - opera ali. Trata-se de mais um capítulo da luta política que, para atingir o PT, usa meu nome para espalhar desinformação.

Blog do Zé Dirceu

Inmet estima chuva acima da média no Norte e Nordeste em maio e temperaturas mais baixas no Sul


Da Agência Brasil

Brasília – O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) estima que, de maio até julho, vai chover acima da média no Norte e Nordeste do país. No resto do Brasil, o nível de chuva ficará próximo do normal esperado para esta época do ano, exceto nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, onde a previsão é que chova menos do que o registrado no ano passado.

Na Região Sul, as temperaturas ficarão baixas, intercaladas a períodos menos frios, segundo o Inmet. O mês começa com chuva e queda de temperatura no Sul do país. Neste fim de semana, deve chover forte com rajadas de vento de até 90 quilômetros por hora no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná.

No Centro-Oeste, o tempo fica claro amanhã (1º). No Sudeste, chove em áreas isoladas do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. A previsão é de chuva em toda a Região Norte e Nordeste. Há um alerta de chuva em Alagoas, Sergipe e na Bahia neste fim de semana.

De acordo com o Inmet, na segunda-feira (2), a tendência é que a temperatura registre declínio acentuado com possível formação de geadas na madrugada. A temperatura deve cair também em Mato Grosso do Sul e São Paulo, assim como no Espírito Santo, onde há possibilidade de fortes chuvas.

Agência Brasil

Fidel Castro recebe prêmio do Conselho Mundial da Paz


Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ex-presidente de Cuba Fidel Castro, que comandou o país de 1976 a 2008, recebeu hoje (30) o Prêmio Olivo da Paz, concedido pelo Conselho Mundial da Paz. O conselho concede prêmios a personalidades que contribuem para o desarmamento e a coexistência pacífica entre as nações. De uma organização brasileira, Fidel, de 84 anos, ganhou um quadro que reproduz imagens de trabalhadores e suas reivindicações no mundo.

A organização não governamental Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz prestou uma homenagem a Fidel. A entidade presenteou o ex-presidente com um retrato da pintora baiana Ediria Carneiro, que foi casada com o líder comunista brasileiro João Amazonas. O quadro retrata a luta e as reivindicações históricas dos trabalhadores no mundo.

As informações são da estatal Rádio Havana Internacional. Afastado do comando do Partido Comunista de Cuba (PCC) desde o último dia 19, Fidel se mantém atento às mudanças estruturais em curso no país. O ex-presidente afirmou ser favorável à decisão de abrir o mercado econômico cubano, assim como reduzir os mandatos públicos.

Cuba passa por um dos momentos mais críticos de sua economia. Sob embargo econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos há 49 anos, os cubanos sofrem com as limitações para exportar e importar vários produtos, inclusive, gêneros de primeira necessidade.

Agência Brasil

Neymar e Ganso brilham, Santos mantém sina de carrasco do São Paulo e vai à final


E mais uma vez o Morumbi lotado de são-paulinos sucumbiu diante dos Meninos da Vila. Em show de Neymar, Ganso e Elano na tarde deste sábado, o Santos ganhou por 2 a 0, manteve a sina de carrasco do rival tricolor em jogos de mata-mata neste século e está na final do Campeonato Paulista em busca do bi.

O técnico Muricy Ramalho teve papel fundamental na vitória. No intervalo realizou uma substituição surpreendente ao sacar Zé Eduardo para a entrada do zagueiro Bruno Aguiar. “A bola não para na frente, então vamos adiantar o Ganso e o Elano”, explicou. E foi da cabeça de Elano e dos pés de Ganso que saíram os gols.

Assim, o time da Baixada elimina pela quarta vez consecutiva os são-paulinos em duelos de mata-mata. Tudo começou no Brasileiro de 2002, com a geração de Diego e Robinho, passou pela Copa Sul-Americana de 2004, e mais recentemente no Paulista de 2010 e agora em 2011.

Mais do que isso, a equipe alvinegra garante vaga na final, para defender o título conquistado no ano passado, e viaja com moral para o México, onde enfrenta na terça-feira o América, pelas oitavas de final da Copa Libertadores.

Apesar da maratona de compromissos e da longa viagem neste domingo à América do Norte, Muricy mandou a campo força máxima.

“Consultei todas as pessoas, médicos, fisiologistas, e me deram um Ok. Perguntei para os jogadores também. Infelizmente o calendário é apertado, mas o futebol é dessa maneira”, justificou.

Em cinco minutos de bola rolando, duas falhas na saída de bola, uma para cada lado, e quase o placar foi inaugurado. Neymar foi o primeiro a roubar a bola, de Alex Silva, invadiu a área sozinho e chutou na trave. Na sequência foi Danilo quem perdeu a bola no meio, o time da casa puxou o contra-ataque, mas Marlos foi travado por Durval.

No primeiro tempo, os donos da casa tiveram mais domínio de bola, enquanto os visitantes da Baixada procuravam atacar na velocidade de Neymar.

“Estamos superiores na posse de bola, no toque de bola. As chances deles foram no começo do jogo. O São Paulo está querendo jogar”, opinou Rogério Ceni, na saída para o intervalo.

Dagoberto foi o principal nome do ataque são-paulino, e dos pés do camisa 25 surgiram as melhores chances de gol. O goleiro Rafael realizou duas importantes defesas por volta dos 30min. O avanço surpresa de Jean, pelo lado são-paulino, e de Léo, pelo lado santista, também resultou em lances de perigo.

“Estamos tocando a bola, é um jogo tenso, complicado, e podemos matar a partida em um lance de contra-ataque. Uma bola parada também pode decidir, são detalhes”, apontou Léo.

O Datafolha registrou equilíbrio na etapa inicial, com oito finalizações para cada lado, só que mais posse para os são-paulinos.

Muricy alterou a estratégia na volta para o segundo tempo. Passou a atuar com três zagueiros e fez a diferença.

Aos 16min, Justamente o trio Neymar, Ganso e Elano, que passaram a ter mais liberdade na frente, fizeram a jogada do gol pelo lado esquerdo. Ganso colocou a bola na cabeça de Elano, que só desviou de Rogério Ceni.

Aos 27min, Ganso tocou nas costas da zaga, Neymar invadiu a área e segurou a bola a espera do camisa 10, que recebeu e bateu para estufar as redes.

Uol Esportes

Arenização do PSDB


Numa carta publicada esta semana na forma de artigo pela Folha de S.Paulo (leia a íntegra), os seis vereadores paulistanos que deixaram o PSDB atribuem a saída ao fato dos tucanos terem destruído as concepções originais que levaram à fundação do partido e deste estar sofrendo um processo de "arenização" - uma referência à ARENA, o partido de sustentação da ditadura militar (leiam, também, o post abaixo).

No documento, as ex-lideranças tucanas paulistanas dizem que o PSDB mudou e acusam o partido de adotar "caminhos que abominava e considerava nocivos ao país". Perde a credibilidade como defensor da democracia – já que nem sequer consegue praticá-la dentro de casa – e do debate político, visto que sugere resolver divergências de seus parlamentares "a peixeiradas".

Os seis se detêm, ainda, nas explicações sobre a richa com a facção tucana (do governador Alckmin) contrária a eles: "A crise que culminou com o afastamento de metade da bancada de vereadores de São Paulo começa em uma mistificação formulada em 2008 por uma facção do PSDB, que acreditava que o mais importante era uma candidatura própria (mal) sustentada por um programa elaborado pelo marqueteiro de plantão".

Um documento contra a facção tucana de Alckmin

Em 2008, a despeito do veto do então governador José Serra, Alckmin saiu candidato a prefeito de São Paulo e foi derrotado pelo prefeito Gilberto Kassab, reeleito com o apoio de Serra. Para os vereadores, se naquele ano o partido "tivesse sido capaz de aprofundar o debate interno, a unidade partidária fundada em princípios teria sido restaurada".

Não foi, conclui o documento e vejam só: "sem disfarces, [e com] uma postura de vingança" esta facção "em recente reunião do diretório municipal, chegou a pregar ameaças de violência física contra seus oponentes". A carta é encerrada com a denúncia da existência de espírito belicoso e de revanche no seio tucano.

"A substituição do debate político pelo facciosismo pessoal leva à pura intransigência (...) Que efeito esse conjunto de coisas terá sobre o cidadão-eleitor, a quem cabe legitimar os princípios que regem nossas ações? Engana-se quem acredita que a frágil cantilena de belas palavras será capaz de seduzir a todos e impor uma embriaguez coletiva", perguntam e advertem os autores da carta.

Como vocês podem ver, uma crítica e tanto...

Blog do Zé Dirceu

Turbulência na seara tucana e da oposição


É, meus caros, o céu dos tucanos está cada vez mais nublado. Frente à fundação do PSD pelo prefeito paulistano Gilberto Kassab e a debandada no ninho tucano, eles estudam até a fusão PSDB-DEM-PPS. Pudera, sem programa e sem propostas, distantes das verdadeiras discussões que interessam ao país e em guerra interna, como mostra a saída de várias de suas lideranças - inclusive de metade da bancada da Câmara Municipal de São Paulo - a oposição vive uma de suas maiores turbulências.

Ela está muito bem retratada numa carta que os seis vereadores paulistanos, que deixaram o partido na semana passada, publicaram na Folha de S.Paulo sob forma de artigo, e numa entrevista que o ex-deputado e ex-secretário de Estado Ricardo Montoro concedeu esta semana ao Estadão. Ricardo é filho do ex-governador Franco Montoro, fundador e decano do tucanato. Eu gostaria que vocês lessem estes dois documentos.


A situação chegou a tal ponto que os deputados Sérgio Guerra (PE), presidente nacional do partido, e ACM Neto (BA), líder do DEM na Câmara, até já se reuniram para discutir a possibilidade de que a fusão se dê já, ainda este ano. Ela agora ganhou o apoio, também, do governador tucano paulista Geraldo Alckmin.

Uma fusão já em discussão

"É uma medida que pode ser muito boa. Mas, deve ser tratada pelos partidos e eu não vejo urgência nisso", afirmou sobre a fusão o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Mas, enquanto Alckmin a aprova, o presidenciável deles derrotado no ano passado, José Serra é contra, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) só a quer depois das eleições municipais de 2012.

"Não sei qual a tendência, se vai haver fusão ou não (mas), aconteça o que acontecer, vamos nos manter unidos com certos objetivos maiores" afirma o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, já quase em desespero. Fusão ou não, o óbvio ululante desta história toda é que a oposição perdeu o eixo e não tem o que apresentar como alternativa para o país.

Leiam, ainda, nota acima, Arenização do PSDB, uma análise da carta dos seis vereadores que abandonaram o partido - todos, obviamente, próximos de José Serra - e que constitui um retrato perfeito e acabado do que é hoje o partido dos tucanos em São Paulo.

Blog do Zé Dirceu

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O "fast track" e os aeroportos


Chega em boa hora esta confirmação do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, de que o governo confere prioridade à solução dos problemas dos aeroportos brasileiros. “Temos ações rápidas para os aeroportos. Estamos concentrados diretamente nisso”, reiterou.

Coutinho usou a expressão "fast track" e o BNDES esclareceu que ele a utilizou no sentido da rapidez a ser imprimida à questão dos aeroportos, à agilidade na aprovação de reformas e obras.

O presidente do BNDES, também, reafirmou o compromisso do governo em relação aos investimentos para as reformas. “A presidente Dilma está decidida em investir na macroestabilidade, com regras confiáveis para os financiamentos e planejamento em longo prazo", garantiu.

Procedimentos mais rápidos e eficientes



Ele fez um alerta importante sobre a urgência de cuidarmos da inovação tecnológica e do impacto ambiental durante essas obras. E concluiu: “não menos importante: é preciso fazer tudo isso com bom preço e competitividade”.

As declarações de Coutinho e a urgência de novas medidas foram referendadas pela Autoridade Pública Olímpica, o ex-presidente do BC, Henrique Meirelles, para quem, em relação aos aeroportos e demais obras relacionadas à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016 “é preciso fazer um projeto onde não se perca tempo. Por isto o ‘fast track’ é importante: são procedimentos mais eficientes e rápidos”.

O fato é que estamos atrasados - e muito - em relação aos aeroportos. E, vejam, o atraso não é em relação e nem por conta da Copa do Mundo ou das Olimpíadas, mas sim no que se refere ao crescimento da demanda no nosso país e pela crise de gestão na INFRAERO. Já era hora de medidas legais institucionais e de gestão no setor. A concessão pura e simples é a solução sem prejuízo de outras modalidades.

Blog do Zé Dirceu

A nova descoberta na Bacia de Campos


Por esquiber

Do Estadão.com.br

Petrobrás anuncia nova descoberta no pré-sal da Bacia de Campos

Estimativas indicam potencial na ordem de 350 milhões de barris de óleo de boa qualidade

28 de abril de 2011 | 19h 53

Agência Estado


SÃO PAULO - A Petrobrás comunicou nesta quinta-feira, 28, a descoberta de uma nova acumulação de óleo no pré-sal da Bacia de Campos, através do poço 6-AB-119D-RJS perfurado no campo de Albacora, a 107 km da costa e 3,2 km da plataforma de produção P-31. Segundo nota da estatal, estimativas preliminares de volume indicam potencial de volume economicamente recuperável da ordem de 350 milhões de barris de óleo de boa qualidade (leve).

Conforme a nota, perfurado em lâmina d'água de 380 m, o poço atingiu a profundidade total de 4.835 m, constatando uma coluna de óleo de 241 m, dos quais 104 m são dos reservatórios carbonáticos da Formação Macabu, com porosidade em torno de 10%.

A estatal informa ainda que a descoberta será objeto de Plano de Avaliação a ser oportunamente submetido à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). "A realização de Teste de Longa Duração para investigar o comportamento de produção dessa nova acumulação será decidida após a avaliação de testes de formação a poço revestido (TFR's) programados para dois intervalos selecionados", acrescenta.

Blog do Luis Nassif

Para onde irá a energia de Belo Monte


Por Calvin

O biólogo americano Philip Fearnside acompanha os planos do governo para explorar o potencial hidrelétrico da Amazônia desde os anos 70, quando morou em Altamira, no Pará. Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), órgão federal, Fearnside afirma que a Usina de Belo Monte, vendida como solução para evitar o apagão no País, terá boa parte de sua energia usada pela indústria de eletrointensivos, em especial a de alumínio. Para ele, o Brasil vai exportar produtos primários, criando empregos no exterior. “E os impactos vão ficar aqui, com os ribeirinhos e os índios.”

O projeto de Belo Monte mudou muito nesses 30 anos?

Mudou e não mudou. Lembro de, em 1976, ter entrado no escritório do Incra e ter conseguido o mapa com as hidrelétricas que iam inundar uma parte da área da colonização idealizada pelo Estado e terras indígenas. Na época ninguém podia fazer nada porque era uma ditadura. Hoje, temos o sistema do EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental), mas a tomada de decisões não mudou, continua no mesmo círculo, e todo o resto parece que vira formalidade. Para tomar uma decisão dessas, você tem de olhar todos os impactos, não só os do EIA-Rima.

E o que há de importante que não está no EIA-Rima?

O que chama atenção é que 30% da energia (de Belo Monte) vai para a indústria de eletrointensivos, basicamente alumínio. Será a fonte de energia para novas unidades de grandes produtoras de alumínio no Pará e no Maranhão. Vai haver expansão das usinas de alumina e de alumínio primário. Belo Monte é apresentada como uma iniciativa contra o “apagão”. O brasileiro médio é levado a pensar que vai ficar sem ver TV se não forem feitas as hidrelétricas do Madeira, de Altamira, mas o País tem grande margem de flexibilidade. Tem toda essa energia sendo exportada, boa parte em forma de lingote de alumínio. Algo muito diferente de exportar um avião de alumínio feito pela Embraer, que gera empregos. O importante no valor do lingote não é o minério ou a mão de obra: é a energia. Exportamos energia elétrica e, com ela, empregos.

Os impactos se justificariam, então, se os objetivos da geração fossem “mais nobres”?

O Brasil não enfrentou ainda a questão mais crítica: o que fazer com essa energia. Mas está importando os impactos ambientais para gerá-la. Ninguém quer fazer hidrelétrica nos Estados Unidos, na Europa, para fazer alumínio. A solução é fazer isso na Amazônia e deixar os impactos aqui e os benefícios no Hemisfério Norte. Lá vão gerar empregos para transformar esse lingotes em produtos acabados e os impactos vão ficar com ribeirinhos e índios. No caso de Belo Monte, está se deixando quase seco um trecho de mais de 100 quilômetros do Rio Xingu com duas áreas indígenas e comunidades de ribeirinhos.

O que é “quase seco”?

No EIA-Rima, a “vazão ecológica” é o mínimo necessário para passar para essas comunidades. Uma dos condicionantes foi aumentar esse volume, o que foi feito. Belo Monte tem duas casas de força e duas barragens. Em Volta Grande do Xingu gera-se pouca energia, correspondente à vazão ecológica. O grosso da água vai ser desviado para o Reservatório dos Canais, onde está a casa de força principal, com 11 mil megawatts. Isso deixa na Volta Grande uma quantidade de água mínima. O impacto de uma hidrelétrica em geral é inundação, aqui é a falta de água.

E quanto seria inundado para a construção da usina?

A soma dos reservatórios dos Canais e da Calha (o da Volta Grande) estava calculada em 400 quilômetros quadrados de inundação. Subiu para 516 km² e depois saiu o edital com o número em torno de 615 km². O reservatório de Belo Monte é pequeno se comparado à energia gerada. Agora, cerca de 11 km acima da Volta Grande ficaria, pelos planos do governo, a barragem de Altamira. Ela é um lago de 6.140 km². Mais que duas vezes Balbina (usina inaugurada nos anos 80 que é considerada o maior desastre ambiental do País). Em 2008, o Conselho Nacional de Política Energética disse que só iria fazer Belo Monte, e não as outras hidrelétricas. Mas o conselho muda de um governo para outro.

Existe esse risco?

O projeto de só uma hidrelétrica é inviável. Durante quatro meses, na seca do Rio Xingu, não se conseguirá movimentar uma turbina sequer da grande casa de força. O governo e as empresas planejam com outros cenários. O plano inicial previa seis hidrelétricas no Xingu. Depois, diminuiu para quatro. Quando Marina Silva era ministra, tentou criar uma Reserva Extrativista na área que seria inundada pelas hidrelétricas, e isso foi vetado pela Dilma, na época na Casa Civil. A cúpula não tem intenção de ter só uma hidrelétrica.

Quanto de metano Belo Monte emitiria?

Belo Monte e o reservatório da barragem de Altamira juntos, para os primeiros dez anos, uma média de 11,2 milhões de toneladas de carbono equivalente ao ano. É mais do que a cidade de São Paulo emite em um ano.

Você contesta a geração de energia por hidrelétricas?

Não. Para cada uma você tem de avaliar os impactos e as alternativas a elas. E tem de saber para que vai servir essa energia.

Blog do Luis Nassif

Rui Falcão é escolhido presidente do PT até 2013


Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente interino do PT, Rui Falcão, foi eleito hoje (29) presidente nacional do partido. Ele assume o lugar do ex-senador José Eduardo Dutra, que renunciou ao cargo por motivo de saúde.

Único nome na disputa, Falcão será presidente do PT até 2013, concluindo o mandato iniciado por Dutra no ano passado. Rui Falcão é deputado estadual por São Paulo e foi eleito por unanimidade.

“Nossa presidência será de direção coletiva. Com a executiva, com o Diretório Nacional, com o conjunto das bancadas, os deputados estaduais, prefeitos, governadores. É isso que pode garantir o avanço partidário”, disse Falcão, deputado estadual pelo PT em São Paulo.

O Diretório Nacional se reúne, até amanhã ( 30), para discutir a atual conjuntura política, econômica e social do país e do exterior. O documento com as conclusões do partido será divulgado ao final da reunião

Agência Brasil

Por que caem as exportações e sobem as importações?


Com o quadro visto na economia global, a queda de nossas exportações não se dá apenas por falta de competitividade, mas pela desvalorização do dólar e pelas medidas protecionistas e/ou cambiais adotadas na maioria dos países. Isso sem falar na recessão americana e européia.

Já o crescimento de nossas importações acompanha o ciclo histórico de subir com o crescimento do PIB. Sem falar que elas crescem nos setores de importação de máquinas e equipamentos tecnológicos, o que é positivo para a nossa economia.

Desta forma, estão certos o Comitê de Política Monetária (COPOM) do nosso Banco Central (BC) quando dá por encerrado o aumento da taxa Selic, e o governo quando recusa a estratégia ortodoxa da oposição de continuar a elevar as taxas de juros.

Eu gostaria que vocês lessem, também, a reportagem BC indica correção de rota e novas altas na taxa de juros e a análise Ajustes a conta-gotas deixam economia exposta a choques externos e domésticos (ambos para assinantes) , do Tony Volpon - chefe de pesquisas de mercados emergentes da corretora Nomura - ambas publicadas na Folha de S.Paulo de hoje.


Blog do Zé Dirceu

A crise não é no Brasil


A grande crise econômica global é na Europa e nos Estados Unidos, e nós estamos sofrendo seus efeitos. Sem entender e sem assumir isso, o Brasil vai continuar atendendo aos apelos - na verdade, pressões - dos articulistas do tucanato e da mídia (em sua maior parte de oposição), e subindo os juros para alegria dos rentistas e do sistema financeiro e bancário. Para eles - oposição, mídia e sistema financeiro - não há nada de imediato a fazer em relação ao câmbio. Só a médio prazo e aí, como sabemos, estarão todos mortos na expressão de Keynes.

Para que vocês tenham uma ideia do tamanho da crise econômica fora do nosso país, na Europa, países de PIB parecido com o Brasil têm os seguintes déficits e dívida pública: Grã Bretanha, 10,4% de déficit e 80% de dívida pública; França, 7% e 81,7%; Itália, 4,6% e 119%; Espanha, 9,2% e 60,1%; e Portugal, 9,1% e 93%. Outros países, como a Holanda, com 1/3 de nosso PIB, tem 5,4% de déficit e 62,7% de dívida pública. Mesmo a Alemanha - é, ela mesma! - tem 3,3% e 83,2%% respectivamente.

Na Ásia, o déficit do Japão é de 9,8% e sua dívida pública corresponde a 225.8% de seu PIB. A própria Índia (economia emergente e BRIC como nós) tem 5,1% de déficit e 55,9% de dívida pública.

Medidas adotadas pelo governo Lula foram fundamentais

Finalmente, para fechar a série de exemplos, os Estados Unidos tem 9,8% de déficit e 56,9% de dívida pública. E vejam: a despeito desses percentuais, esses países continuam tomando medidas monetárias para estimular o emprego e o crescimento, inundando o mundo de dólares cada vez mais baratos.

Aliás, não podemos esquecer das próprias medidas que o governo passou a adotar a partir da vitória de Lula, e que foram fundamentais para que nos encontremos hoje na situação em que estamos, apesar de sentirmos os efeitos da crise internacional.

Medidas, é bom que sempre nos lembremos, nas áreas de infra-estrutura, política industrial, inovação, redução tributária para investimentos e produção, redução dos juros e crédito dirigido

Blog do Zé Dirceu

A disputa fora dos campos do Brasileirão


O Campeonato Brasileiro de Futebol, tudo indica, será disputadíssimo este ano dentro e fora dos campos. Como o campeonato nem começou ainda, refiro-me, obviamente, ao protocolo da RedeTV! apresentado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), documento em que alerta para vantagens que a Rede Globo obteve para transmitir o nacional.

Segundo a RedeTV!, a Globo esperou a divulgação do resultado da licitação do Clube dos 13 - clubes de futebol - para negociar com os seus dissidentes. Com isso, obteve vantagens e pode fazer frente aos R$ 516 milhões apresentados na licitação, segundo o departamento jurídico da emissora paulista.

Segundo o presidente do CADE, Fernando Furlan "de fato, isso [negociar após a licitação do C13] criou um conforto para a Globo, assim como ela tinha nos contratos anteriores. Mas não acho que isso possa ser visto como preferência". Outro argumento contra a Globo foi pela forma de negociação dos direitos que ela obteve de transmissão de todas as mídias: por pacote, o que é proibido pelo CADE.

Independente do resultado da briga, vale lembrar que no ano passado, o CADE determinou que não houvesse cláusula de preferência para a Globo. Foi neste sentido: os times não estão proibidos de negociar individualmente com emissoras, mas, se a negociação for de forma coletiva significa sim cartelização.

Por este motivo, recentemente, o CADE intimou a Globo e o Clube dos 13 a prestarem informações sobre as negociações para a transmissão do Campeonato Brasileiro. Agora, vamos acompanhar...

Blog do Zé Dirceu

Usuários de planos de saúde poderão mudar de operadora sem novos prazos de carência


Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Mais 12 milhões de usuários de planos de saúde passarão a ter direito de mudar de plano sem precisar cumprir novos prazos de carência. A norma da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foi publicada hoje (29) no Diário Oficial da União e começará a valer a partir do dia 27 de julho. As operadoras de planos de saúde têm 90 dias para se adequarem à nova resolução.

Desde abril de 2009, clientes de planos individuais contratados desde janeiro de 1999 já são beneficiados por essa norma. Agora a ANS ampliou esse benefício para usuários de planos individuais, familiares ou coletivo contratado por uma entidade de classe ou profissional após janeiro de 1999. No entanto, a norma não vigora para planos coletivos contratados por empresas para seus funcionários, os chamados planos empresariais.

Segundo a resolução da ANS, os usuários poderão fazer a portabilidade independente da abrangência do pacote de serviços ser municipal, estadual ou nacional. Outra mudança é a redução no prazo de permanência mínima no plano que caiu de dois para um ano, contando a partir da segunda portabilidade.

As operadoras do plano de origem deverão também informar aos clientes sobre as datas inicial e final para solicitar a migração levando o período de carência cumprido por meio do boleto de pagamento ou em comunicado enviado aos titulares.

Para fazer a portabilidade, o cliente precisa estar com o pagamento das mensalidades em dia e migrar para um pacote de serviços do mesmo padrão ou superior.

A ANS criou também uma portabilidade especial para cliente de planos extintos por causa da morte do titular e usuário de plano coletivo contratado por uma entidade representativa de uma profissão ou setor, como conselhos profissionais ou sindicatos. Esse tipo de portabilidade vale também para clientes de operadora que esteja sem condições de cumprir os contratos por dificuldade financeira e sob intervenção da ANS.

Agência Brasil

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Doações irregulares de empresas para as eleições de 2010 somam R$ 142 mi


Levantamento da Receita entregue ao TSE revela que 3.996 das 19.658 empresas fizeram doações irregulares, desrespeitando limites impostos pela lei

BRASÍLIA - Um cruzamento de dados feito pela Receita Federal a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostrou que R$ 142 milhões foram doados ilegalmente para financiar as campanhas eleitorais do ano passado. O Estado campeão em doações acima do limite legal foi São Paulo: R$ 46 milhões. No Rio, segundo colocado nesse ranking, as empresas doaram R$ 13 milhões acima do que poderiam.

Porcentualmente, Tocantins e Paraíba foram os campeões de doações acima do limite permitido. Somente em Tocantins, o valor corresponde a 2.494% acima do teto legal. Na Paraíba, as doações foram 1.868% maiores do que o permitido.

Do total de 19.658 empresas que fizeram doações em todo o País, foram identificados 3.996 doadores em situação considerada irregular pela Receita.

As doações feitas por outras 1.743 pessoas jurídicas estão sob análise. As demais 13.919 empresas fizeram doações dentro dos parâmetros da lei. Os nomes das empresas não foram divulgados porque as informações, justificou o TSE, são sigilosas.

Entretanto, o TSE montou uma lista com o nome das dez empresas com maior volume de doações acima do limite. Na listagem, conforme ministros do tribunal, há nomes de grandes empresas. Encabeçando a lista estaria uma empresa de São Paulo.

"Pela primeira vez temos a colaboração da Receita na apuração do descumprimento dos limites de doações", disse o presidente do TSE, Ricardo Lewandowski. "Agora temos instrumentos para coibir excessos."

Limites. A legislação eleitoral (Lei 9.504/1997) permite que as empresas doem para as campanhas políticas até 2% do equivalente ao faturamento bruto informado à Receita no ano anterior às eleições - no caso, as doações de 2010 estavam limitadas a 2% do faturamento bruto registrado em 2009.

Os dados entregues nesta semana ao TSE, conforme revelou nesta quarta-feira, 27, o Estado na coluna de Dora Kramer, foram repassados aos tribunais regionais eleitorais, à Procuradoria-Geral da República e aos ministérios públicos eleitorais.

Nos próximos dias, o TSE deve divulgar a quantidade de doações feitas por pessoas físicas acima do limite legal - 10% do rendimento informado à Receita no ano anterior às eleições. Essa listagem também será encaminhada aos ministérios públicos eleitorais.

A Lei Eleitoral prevê que a empresa ou a pessoa jurídica que desrespeitar esse limite poderá ser multada. A pena varia entre cinco e dez vezes o valor da quantia doada acima do limite legal. Os doadores que extrapolaram os limites também estarão sujeitos à proibição de participar de licitações públicas e de fechar contratos com o poder público pelo período de cinco anos.

Com base nesse levantamento, os procuradores eleitorais poderão propor ações contra aqueles que doaram acima dos valores permitidos pela legislação eleitoral. O Ministério Público Eleitoral terá prazo de 50 dias, iniciado ontem, para acionar as empresas e pessoas físicas. Se ultrapassado esse prazo para proposição de ações, as empresas e doadores pessoas físicas não mais poderão ser processados pelas doações irregulares.

Os candidatos que receberam recursos dessas empresas não podem ser processados. A legislação eleitoral prevê apenas punição para o doador e não estabelece responsabilidade para os candidatos beneficiados. Além disso, o prazo para que os eleitos sejam processados é de até 15 dias após a diplomação.

O Estado de São Paulo

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Previdência tem em março melhor resultado desde dezembro de 2003


Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Previdência Social teve, em março deste ano, o melhor resultado desde dezembro de 2003 – arrecadação de R$ 18 bilhões e despesas de R$ 21 bilhões. Foi o menor déficit no período, de R$ 3,3 bilhões. O ministro Garibaldi Alves Filho (foto) afirmou hoje (27), ao anunciar os resultados do Regime Geral de Previdência, que o aumento da arrecadação na área urbana, de 6,7% em relação ao mesmo mês de 2010, deve-se aos bons resultados da economia.

Entre esses resultados, ele citou o reajuste do salário mínimo, que entrou em vigor em janeiro, o crescimento do mercado de trabalho formal, o empenho gerencial na expansão da arrecadação como um todo e a elevação do teto da Previdência, que motivou também o aumento da cobrança do percentual pago por empregados e empregadores.

A arrecadação da Previdência foi superavitária na área urbana e negativa na área rural. A diferença nesse caso é coberta pelo Tesouro Nacional. Nos três primeiros meses do ano, a arrecadação foi de R$ 53 bilhões contra despesas de mais de R$ 62 bilhões, resultando em déficit de R$ 9,5 bilhões. No mesmo período do ano passado, a diferença entre receita e despesa ficou na casa dos R$ 15 bilhões.

Em março passado foram arrecadados R$ 17,6 bilhões na área urbana (mais 0,7% sobre fevereiro e mais 7% sobre janeiro) e R$ 383 milhões na área rural (mais 12,4% sobre fevereiro e mais 4,3% sobre janeiro).

Em março de 2010, a Previdência fez pagamentos de R$ 3,9 bilhões em passivos judiciais, enquanto em março deste ano a conta ficou em apenas R$ 281 milhões.

Agência Brasil

STF decide por maioria que suplência da Câmara dos Deputados é da coligação


Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil


Brasília – Com uma surpreendente reviravolta, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (27), por um placar de 10 a 1, que a vaga de suplente na Câmara dos Deputados é da coligação. No ano passado, a maioria dos ministros achava que a suplência era do partido, mas a Corte estava incompleta – na época, a decisão teve o placar de 5 votos a 3 para o partido.

Hoje, o STF se posicionou em definitivo ao analisar o mérito de dois mandados de segurança ajuizados por Carlos Victor da Rocha Mendes (PSB-RJ) e Humberto Souto (PPS-MG). Eles pretendiam assumir as vagas deixadas por seus correligionários ao assumirem outras funções públicas no início do mandato.

A reviravolta começou com o voto da ministra Cármen Lúcia, relatora das duas ações. Anteriormente, tanto no plenário quanto em decisões liminares individuais, a ministra foi uma das defensoras da tese de que a suplência era do partido. Ao justificar a mudança, ela afirmou que a suplência fica definida no momento da proclamação dos resultados, quando está em vigor a aliança formada pela coligação partidária.

“A figura política da coligação é um superpartido, uma superlegenda, que se sobrepõe no processo eleitoral aos partidos. É a união de esforços, ideologias e projetos para aumentar a competitividade e representa uma conjugação indissociável para fins eleitorais”, disse a ministra.

Também mudaram de opinião os ministros Joaquim Barbosa, Cezar Peluso e Gilmar Mendes. Mendes foi, inclusive, quem lançou a tese, no ano passado, de que a suplência era do partido. Os ministros do STF estão, agora, autorizados a decidir individualmente os casos semelhantes que aguardam julgamento na Corte, seguindo entendimento do plenário.

A decisão de hoje não altera em nada a situação de 25 deputados federais empossados, todos suplentes de coligação, que aguardavam posicionamento definitivo da Corte. Isso porque a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados não obedeceu nenhuma das cinco liminares favoráveis ao partido, emitidas pelo Supremo. Uma das explicações para a desobediência da Mesa Diretora é que a Câmara estaria esperando posicionamento definitivo do plenário completo, uma vez que, nesse meio tempo, houve outras cinco decisões favoráveis à coligação.

O único voto contrário foi o do ministro Marco Aurélio Mello. “O eleitor não vota em coligação, eu mesmo não teria como definir os candidatos em que sufraguei [votei] nas eleições passadas”, disse o ministro. Ele também criticou o fato de a Câmara não ter cumprido as liminares do STF em favor do partido, uma delas de sua autoria.

“Aprendi que o exemplo vem de cima e fico pensando o que pensa o cidadão quando vê que a Câmara dos Deputados, em uma situação individualizada, e não coletiva, deixa de cumprir uma decisão do Supremo”, disse o ministro.

A maioria dos votos contou com críticas ao sistema político brasileiro, especialmente ao sistema proporcional e às coligações. “As coligações são sopas de letras que nada significam para o eleitorado e nem fazem com que os eleitos se sintam vinculados a qualquer programa partidário”, criticou a ministra Ellen Gracie, enquanto Gilmar Mendes afirmou que “a coligação é um sistema de erosão no sistema proporcional”. Já o ministro Antonio Dias Toffoli afirmou que o mal maior não está na coligação, “mas, sim, no sistema proporcional", que, segundo ele, não tem obtenção majoritária "dos votos populares”.

Agência Brasil

Reforma Política: Financiamento público e voto em lista são consenso no PT


A direção nacional do PT realizou na noite de ontem (26) um debate sobre a reforma política, no auditório do PT nacional, em Brasília.

Dois ministros de estado, um secretário-executivo de ministério, senadores, deputados federais, dirigentes nacionais e regionais, e militantes participaram das discussões sobre como o PT deve defender suas bandeiras.

Os líderes do PT na Câmara e no Senado explicaram quais são os limites na negociação com os outros partidos. No debate houve consenso de que o voto em lista é o melhor instrumento para fortalecer os partidos e acabar com o vício do personalismo na política. Mas todos concordaram também que esta proposta só passa no Congresso se o PT mobilizar a sociedade, a começar dentro do PT.

Além disso, o voto em lista partidária exige a aprovação de outro ponto fundamental: o financiamento público das campanhas eleitorais.


PT

Com Pelé na Vila, Ganso honra a 10 e deixa Santos em vantagem contra o América


João Henrique Marques
Em Santos (SP)

Na primeira vez de Pelé na Vila Belmiro em 2011, o atual camisa 10, Paulo Henrique Ganso, brilhou. O meia foi o autor do gol da vitória do Santos por 1 a 0 contra o América-MEX, na noite desta quarta-feira, e deixou o alvinegro em vantagem no confronto das oitavas de final da Libertadores. Agora, o time comandando por Muricy joga por um empate no México.

Ganso furou a barreira mexicana na Vila aos 38 minutos do primeiro tempo após receber passe de Neymar. O jovem atacante acredita na influência do Rei do futebol na partida.

“Deu sorte (a presença do Pelé) porque saiu gol do camisa 10, agora tomara que saia do 11 também”, disse Neymar no intervalo da partida à TV Globo.

Uol.com

Filha de Brizola morre aos 56 anos no Rio


FÁBIO GRELLET
DO RIO


Neusa Maria Goulart Brizola, a Neusinha, morreu na tarde desta quarta-feira aos 56 anos. Ela era filha do ex-governador do Rio Leonel Brizola (1922-2004).

Internada desde domingo na Clínica São Vicente, na Gávea (zona sul do Rio), Neusinha morreu por complicações pulmonares decorrentes de uma hepatite.

Ela tinha dois filhos --Laila e Paulo César-- e foi casada três vezes.

"Neusinha, que com todos os desentendimentos que a imprensa sempre explorou, foi sempre objeto de um carinho especial de meus avôs e será sepultada ao lado deles em São Borja", afirmou o deputado Brizola Neto (PDT-RJ) em seu blog.

Na década de 1980, ela chegou a ser lançar como cantora e teve como sucesso a música "Mintchura".

Na época, Neusinha teve desentendimentos públicos com o pai por causa de seu envolvimento com drogas.

Ela posou nua para revista Playboy antes das eleições municipais de 1983, mas Brizola, que era governador do Rio, impediu a publicação das fotos.

Segundo a família, o corpo de Neusinha será velado no Cemitério São João Batista, no Rio, e amanhã será levado para São Borja, onde será enterrado no Mausoléu dos Gourlart.

Uol.com

terça-feira, 26 de abril de 2011

É melhor enfrentar problemas de crescimento do que os de depressão, diz Dilma


A presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil enfrenta dificuldades, mas são "bons problemas". Segundo ela, "é sempre melhor enfrentar os problemas do crescimento do que os do desemprego, da falta de investimento, da falta de renda e da depressão econômica".

Dilma se referia ao combate à inflação, que tem preocupado o governo. Ela fez a declaração durante o primeiro encontro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de seu governo.

O conselho reúne grandes empresários que discutem temas de relevância para o país e propõem sugestões ao governo.

Dilma considerou o problema da inflação de certa forma positivo porque isso indica que mais pessoas estão com dinheiro para consumir. A inflação ocorre quando muita gente tenta comprar bens e não há produtos suficientes.

As pessoas aumentam suas compras quando há crédito fácil e barato. Se os juros sobem, as prestações do crediário ficam mais difíceis de pagar e, em tese, há redução do consumo e controle da inflação.
Dilma diz que vai cumprir compromisso de combater inflação.

"Tenho compromisso com o controle da inflação. Disse isso no meu discurso de posse e durante a campanha. E cumpro meus compromissos. Também tenho compromisso com crescimento econômico e social. É isso que gera empregos e inclui cidadãos", declarou Dilma.

A presidente também rebateu críticos que pedem mais medidas econômicas contra a inflação. Ela disse que a política econômica tem de ser conduzida com "serenidade", e o governo não pode "aquecer" o cenário da economia. "mais do que o necessário".

"Compreendo que alguns tenham dúvidas a respeito [da política econômica do governo], cobrem diariamente novas medidas contra tal ou qual desequilíbrio. Mas compreender calor e paixão não podem significar para o governo aquecê-lo mais do que o necessário", afirmou.

Uol.com

Presidenta Dilma analisa os "bons problemas" do país


Na primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social - que vem sendo chamado pela mídia de "Conselhão" - em seu governo, a presidenta Dilma Rousseff deu um recado claro aos catastrofistas de plantão: o que eles apontam como grandes dificuldades do país são, na verdade, "bons problemas".

A chefe do governo mostrou serenidade frente ao que considera "bons problemas" da economia brasileira. Segundo a presidenta, - e concordo plenamente com ela - "é sempre melhor enfrentar os problemas do crescimento do que os do desemprego, da falta de investimento, da falta de renda e da depressão econômica".

Os problemas do Brasil hoje dizem respeito ao crescimento e se analisarmos o contexto mundial em que grassam o desemprego e a crise, realmente é bom que assim seja. A presidenta Dilma, reafirmou a determinação de seu governo de controlar a inflação: "Tenho compromisso com o controle da inflação. Disse isso no meu discurso de posse e durante a campanha. E cumpro meus compromissos".

Compromisso com o povo brasileiro

Com a inflação e também com o povo brasileiro, como bem reiterou ela: "também tenho compromisso com crescimento econômico e social. É isso que gera empregos e inclui cidadãos". A chefe do Estado brasileiro explicou que a política econômica requer "serenidade" e alertou para o fato de o governo não poder "aquecer" o cenário econômico mais do que o necessário.

Ela também afirmou que o país "mudou os caminhos do desenvolvimento econômico", ao assumir "que não há contradição entre crescimento e desenvolvimento social". A presidenta também respondeu aos críticos de plantão que cobram diariamente mais medidas de combate à inflação - não importa a que preço - e juros cada vez mais altos.

"Compreendo - tranquilizou a presidenta Dilma - que alguns tenham dúvidas a respeito [da política econômica do governo] e cobrem diariamente novas medidas contra este ou aquele desequilíbrio. Mas compreender calor e paixão não podem significar para o governo aquecer (a economia)".

Blog do Zé Dirceu

Os nomes do PT para 2012 em São Paulo


Do Valor

Haddad intensifica agenda em SP

Paulo de Tarso Lyra | De Brasília

26/04/2011

A entrada oficial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no debate para definir o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo pode impulsionar o nome do ministro da Educação, Fernando Haddad. Haddad está sendo pressionado por aliados do ex-presidente na legenda a se candidatar, mas sabe que enfrenta resistências no partido. Reclama a amigos que sempre que se aventura em uma agenda política - como a realizada há duas semanas na Assembleia Legislativa de São Paulo - torna-se alvo de críticas de petistas que não querem ver seu nome na disputa.

A grande ameaça aos planos de Lula e Haddad é a senadora Marta Suplicy. Ela controla o diretório municipal de São Paulo. "Se a Marta resolver candidatar-se, acabou. A vitória dela na convenção será avassaladora", confirmou um analista que acompanha de perto a disputa pela pré-candidatura do PT à Prefeitura de São Paulo.

Antes da visita à Assembleia Legislativa, Haddad esteve na capital paulista em duas outras agendas políticas, ambas no segundo semestre do ano passado. Foram reuniões com vereadores que desejavam duas extensões de campi da Unifesp - uma na Zona Leste e outra na Zona Oeste. Haddad não se manifesta publicamente sobre uma possível candidatura, mas, a pessoas próximas, acrescenta que é um "soldado" e se for necessário poderá ir para o sacrifício.

Marta, ao contrário, já disse que pretende ser candidata. Arrependeu-se no fim de semana, avaliando que lançar o nome com tanta antecedência traz mais prejuízos do que vantagens em uma disputa tão acirrada. Procurada pelo Valor, a assessoria da senadora não quis divulgar a agenda política da petista em São Paulo.

Setores do PT, ainda que timidamente, afirmam que o ideal para o partido seria lançar um nome novo - além de já ter sido prefeita, Marta perdeu a disputa para o tucano José Serra em 2004 e para o ex-demista Gilberto Kassab em 2008. Mas o poder que ela tem sobre a base partidária não é desconsiderado nessas avaliações. "Não adianta apenas ter o apoio de Lula. Tem que ganhar o coração do militante", acrescentou um petista aliado da senadora paulistana.

Ciente de que existe um vácuo nessa disputa, o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, também tem interesse em apresentar seu nome na disputa. Integrantes do PT lembram que ele abriu mão de uma reeleição até certo ponto tranquila para o Senado para ser candidato ao governo de São Paulo em 2010. Mesmo com toda a máquina tucana pró Geraldo Alckmin - o PSDB sabia que seria péssimo para o presidenciável José Serra não eleger o sucessor no maior Estado brasileiro - Mercadante quase conseguiu forçar um segundo turno, repetindo o desempenho de José Genoino em 2002.

Mas algumas questões sensíveis pesam contra Mercadante. A exemplo de Marta Suplicy, ele não é um nome novo no cenário político, o que engessa o espírito de renovação defendido por setores do partido. Mercadante também não tem nenhuma garantia de que poderá retornar ao governo caso não consiga eleger-se prefeito de São Paulo, o que o deixaria com pouca visibilidade política até 2014. Marta é senadora, foi eleita para um mandato de oito anos. E Haddad já é ministro desde 2005, quando Tarso Genro deixou a Pasta para ser presidente do PT no auge do escândalo do mensalão.

O mais grave, contudo, é a pouca disposição de Lula de apoiá-lo novamente para uma disputa majoritária. Mercadante não era o nome de Lula no ano passado - até o último instante, o ex-presidente esperou para que Ciro Gomes (PSB) abrisse mão da disputa presidencial para concorrer ao governo paulista em 2010.

Outros dois ministros aparecem com menos chances de viabilização. O da Justiça, José Eduardo Cardozo, tem uma boa avaliação junto ao eleitorado paulistano, especialmente entre os formadores de opinião. Duas vezes eleito deputado federal, sua carreira no Ministério Público rende-lhe dividendos até hoje. Também dá aulas em universidades, o que pode garantir eleitorado entre os estudantes.

Cardozo é próximo da presidente Dilma Rousseff. Durante a disputa eleitoral do ano passado, dividiu com o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e o presidente licenciado do PT, José Eduardo Dutra (SE), a coordenação da campanha, no grupo que foi batizado pela própria presidente de "os três porquinhos". Mas a relação com o ex-presidente Lula é distante.

Outro nome cogitado, mas ainda considerado pouco experiente em disputas eleitorais, é o do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Até 2009 era subchefe de Assuntos Federativos da Presidência da República, acostumado a negociar agendas e verbas para prefeituras de todo o país. Guindado ao posto de coordenador político com a saída de José Múcio Monteiro para o Tribunal de Contas da União (TCU), começou a destacar-se até ser convidado para uma das Pastas mais delicadas do governo federal.

Blog do Luis Nassif

Requião defende regulamentação do direito de resposta


Por Gilberto Cruvinel

26/04/2011 - 18h48

Em discurso, Requião defende regulamentação do direito de resposta

Camila Campanerut
Do UOL Notícias
Em Brasília

Ao comentar em plenário o episódio de desentendimento com um jornalista, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou nesta terça-feira (26) que reapresentou à Mesa Diretora do Senado um projeto de lei que dispõe sobre o direito de resposta ou retificação do ofendido por matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social.

“Estou reapresentando o projeto para garantir a parte que, se julgar lesada, [tenha] acesso rápido aos meios de comunicação para o restabelecimento da verdade. A falta de um instrumento como este tem me deixado, e a tantos brasileiros, impossibilitados de defesa quando vítimas de informações não verdadeiras”, disse Requião.

No texto do documento, apresentado no último dia 5, Requião propõe que, em casos de ofensa e direito de reposta, o “juiz poderá, a qualquer tempo, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, bem como modificar-lhe o valor ou a periodicidade, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva”. O projeto foi apresentado pela primeira vez quando Requião também era senador, entre 1995 a 2002.

"Perdi a paciência", afirma senador

“Ao ofendido em matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social fica assegurado o direito de resposta ou retificação, gratuito e proporcional ao agravo”, diz o artigo 2 da proposta do peemedebista, com base no artigo 5º da Constituição Federal.

Durante o discurso, o senador ainda criticou a Câmara dos Deputados –que classificou como um local onde as propostas legislativas costumam ficar “emperradas”. “Em meu outro mandato como senador apresentei, e esta Casa aprovou, por unanimidade, projeto neste sentido. Foi aprovado aqui e arquivado na Câmara, como costuma acontecer com frequência”, afirmou.

Lei de imprensa

Requião ainda ressaltou que a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de derrubar a lei de imprensa, em abril de 2009, descobriu a atividade dos veículos de comunicação e seus profissionais de uma regulamentação. “Oh, Deus, senhoras e senhores senadores, desde que o Supremo fulminou, em boa hora, a lei de imprensa, não se dispõe no país de um instrumento hábil que regule e assegure o direito de resposta.”

Apesar de defender o direito de resposta, Requião é réu, segundo sua assessoria de imprensa, em cerca de dez processos referentes a ações, em sua maioria, ligadas à ofensa à honra e danos morais.

Ainda de acordo com o advogado Luiz Fernando Delazari, assessor de Requião, um dos processos se deve ao fato de o senador ter chamado de “ladrões” supostos envolvidos em corrupção e danos aos cofres públicos do Paraná, onde foi governador por três vezes.

Blog do Luis Nassif

A política brasileira para a África


Por Luiz Carlos Fabbri

Caro Nassif,

Penso que a discussão se tornou um tanto quanto superficial e maniqueista e por isso queria solicitar que você postasse o texto abaixo, que é parte de um estudo sobre as relações Brasil-Africa que preparei. O período anterior ao governo Lula trata das vicissitudes e da complexidade dessas relações desde o Império. Se quiserem poderei enviar posteriormente a parte relativa ao governo Lula, que representa sem dúvida o salto de qualidade de uma política construída com uma visão abrangente.

Eis o texto:

As relações Brasil-África na atualidade

A política africana do Presidente Lula e as perspectivas de evolução

(excertos)

1. Antecedentes

O período republicano até o golpe de 1964

Embora sob o impulso da escravatura e do tráfico negreiro, o Império desenvolvera um expressivo comércio exterior com a África ao longo do século XIX, algumas vezes, guardando uma importante autonomia com respeito às metrópoles européias, sendo marcante a este respeito o caso de Angola.

A expansão colonialista européia na África, após a Conferência de Berlim em 1984/5, trouxe, porém, como efeito indireto, a descontinuidade histórica dessas relações. Com a ocupação colonial o Brasil se viu confrontado ao monopólio que as potências européias estabeleceram sobre suas colônias.

As elites brasileiras acomodaram-se, no entanto, ao desígnio das metrópoles européias, o que, aliás, se coadunava com o seu desprezo pelo passado como nação e pela composição étnica do povo brasileiro. Manter o país alheio ao que sucedia na África convinha às suas aspirações de branqueamento da sociedade brasileira, que emergiam no processo da abolição da escravatura.

Essa visão distorcida permaneceu durante a República, até os anos 60 do século XX. A política externa brasileira foi caudatária de alinhamentos com a Europa e, posteriormente, com os Estados Unidos e a OTAN, enquanto mantinha uma subordinação particular a Portugal com respeito à África. Serve como ilustração o fato de que cerca de 90% do comércio com o continente africano durante este período se concentrava na África do Sul.

O alheamento com respeito à África estava tão assentado que fez o Brasil praticamente ignorar a primeira fase de independências africanas que deu origem a 17 novos países no ano 1960, chamado por isso “Ano da África”. Na época, o governo Kubitschek (1956-1961) esboçava os primeiros passos no sentido de uma visão mais universalista da política externa, porém a África continuava muito distante das preocupações diplomáticas.

A mudança de postura começa a ocorrer somente no curto governo Jânio Quadros (janeiro a agosto de 1961), quando este lança a Política Externa Independente. Pela primeira vez, o país assumia uma posição pragmática, calcada em interesses nacionais e sem considerações de cunho ideológico. A percepção que tinha o governo desses interesses próprios o levava a reafirmar o Brasil como país ocidental, porém reconhecendo, pela sua história e situação periférica, o direito à autodeterminação dos povos coloniais.

Contudo, no caso das colônias portuguesas o discurso oficial ainda padecia de ambigüidade, pois continuava exaltando os laços históricos com Portugal. Isso, por exemplo, levou o Brasil a abster-se na votação da importante Resolução 1.514 das Nações Unidas de dezembro de 1960 sobre a descolonização, que condenava a política colonial portuguesa.

Com a ascensão de João Goulart (setembro de 1961 a abril de 1964), após a renúncia de Jânio em agosto de 1961, a Política Externa Independente foi reafirmada e levada à prática, conduzindo pela primeira vez a uma aproximação, embora ainda incipiente, com o continente africano, num quadro de grande instabilidade. Cabe destacar que a polêmica que se instaurou em torno das posições pragmáticas e universalistas em temas externos, contribuiu para o golpe de 1964.

A ditadura militar: realinhamento e inflexão

A ditadura militar promoveu no governo Castelo Branco (abril de 1964 a março de 1967) um retrocesso na política externa, voltando ao realinhamento com os Estados Unidos, que havia apoiado o golpe militar. O tema da segurança coletiva, caro à geopolítica da Guerra Fria e sua visão de um mundo bipolar, era resgatado pela ditadura e tomava corpo com a proposta de criação de uma Organização do Tratado do Atlântico Sul (OTAS), nunca materializada, porém recolocando em seu bojo o reforço da aliança com o Portugal colonialista e a África do Sul racista, vivendo então o auge do regime do apartheid.

Porém, o elevado crescimento econômico brasileiro de 1968 a 1973 recolocou rapidamente a necessidade da busca do interesse nacional, tendo em vista alcançar objetivos de desenvolvimento e ter acesso a tecnologias estratégicas, frente a resistências dos EUA. Iniciada com Costa e Silva (março de 1967 a agosto de 1969), e prosseguida por Garrastazu Médici (outubro de 1969 a março de 1974), a nova política externa da ditadura aspirava fazer do Brasil uma grande potência, com maior poder nas decisões internacionais, o que implicava também em aproximar-se do Terceiro Mundo.

Embora precedida pelo périplo pela África Ocidental de Mário Gibson Barboza, Ministro de Relações Exteriores de Médici, motivada pela descolonização dos países africanos de expressão portuguesa, a primeira inflexão se produziria realmente com o governo Ernesto Geisel (1974-1979) e a diplomacia do “pragmatismo responsável”. Até então, a autonomia crescente da política externa com respeito aos Estados Unidos não tivera grande impacto com relação à África.

A Revolução dos Cravos de 25 de abril de 1974 em Portugal e a concordância do novo governo de transição com a autodeterminação das colônias portuguesas concediam maior margem de manobra com respeito aos compromissos anteriores da diplomacia brasileira.

Além disso, razões econômicas impeliam o governo brasileiro a mudar seus alinhamentos tradicionais: a crise do petróleo em 1973, com o brutal aumento do preço desta commodity e a deterioração das contas externas brasileiras, obrigavam o país, ainda dependente de importações, a procurar alternativas para o seu aprovisionamento

Havia mesmo certo sentido de urgência para uma nova postura com respeito à África. A política pretensamente conciliatória entre Portugal e suas colônias tinha provocado uma grande desgaste ao Brasil, correndo o risco de inviabilizar, no curto prazo, relações mais estreitas com os países africanos de expressão portuguesa e com o próprio continente. O Brasil chegara mesmo a constar de uma lista elaborada pelos novos países independentes da África, entre os quais alguns importantes produtores de petróleo, como passível de sofrer sanções por seu apoio a Portugal e ao regime racista da África do Sul.

De fato, isso já começava a ocorrer. Ao solicitar o estabelecimento de Representações Especiais, durante o período de transição, previamente às independências das ex-colônias portuguesas, o governo brasileiro obteve uma negativa da FRELIMO, que manifestou oficialmente que o país deveria aguardar a independência de Moçambique. A Representação Especial em Luanda, que havia sido criada, tornava-se assim um laboratório para as decisões do novo governo moçambicano e talvez para as relações com o continente como um todo.

Embora o governo brasileiro já tivesse reconhecido a independência da Guiné Bissau, antes da firma do acordo de transferência de poder com Portugal, o passo que marcou efetivamente a reviravolta da diplomacia africana no Brasil foi o reconhecimento do governo do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), em novembro de 1975, logo após a Independência daquele país. O MPLA era o movimento de esquerda que havia conduzido a luta de libertação nacional contra o colonialismo português e que viria a adotar o marxismo-leninismo como doutrina em 1977. Com este passo, o governo reconhecia a irreversibilidade do processo de descolonização e selava definitivamente o fim da conivência com o colonialismo português.

A política do “pragmatismo responsável” adotada por Geisel era pragmática na busca do interesse nacional, porém responsável porque dependia para execução da correlação de forças no país. Com respeito à África, a situação era, no reduzido círculo de poder da ditadura militar, bastante complexa, refletindo pontos de vista contraditórios[1]. Embora houvesse uma corrente que valorizava a formação étnica do Brasil, exaltando o mito da democracia racial e propondo um maior protagonismo brasileiro na África, outra corrente defendia que as relações com aquele continente teriam que ocorrer sob a coordenação de Portugal, tendo em vista uma suposta peculiaridade integradora de raças e culturas do colonialismo português e a perspectiva da criação de uma comunidade luso-afro-brasileira.

Num outro plano, mais pragmático, havia os que defendiam o potencial dos mercados africanos para a indústria brasileira e a necessidade de uma aliança nas instâncias internacionais em favor do desenvolvimento econômico, o que requeria uma maior aproximação do Brasil com a África. Para esta corrente, o alinhamento com o bloco ocidental afastava o Brasil dos países do Terceiro Mundo, tornando o país um parceiro de segunda categoria, incapaz de superar seu atraso econômico.



Porém, os setores mais conservadores do regime postulavam que os nossos interesses eram indissociáveis dos Estados Unidos e da Europa Ocidental como parte da aliança ocidental contra o comunismo. O subdesenvolvimento brasileiro resultava de um atraso conjuntural e, portanto, qualquer identificação com o Terceiro Mundo e com a África seria falaciosa. Uma variante militarista desta corrente via na África um interesse geoestratégico, porém como plataforma de avanço do comunismo e de apoio a movimentos subversivos no Brasil e na América Latina, o que exigia do Brasil, como país aliado ao campo ocidental, um papel na preservação da segurança no Atlântico Sul, não descartando inclusive a formação de uma comunidade luso-brasileira com este propósito.



A política do pragmatismo impôs-se finalmente em meio a todas essas disputas, mantendo-se na sequência com Figueiredo, o último dos presidentes militares (1979-1985). O novo enfoque possibilitou a abertura de novas embaixadas em países considerados prioritários, enquanto se melhorava a articulação com as jovens nações nos fóruns multilaterais. Além disso, o Brasil passou a importar quantidades crescentes de petróleo de países africanos e, ao mesmo tempo, dispor de novos mercados para sua economia em expansão, exportando alimentos e produtos industriais, especialmente automóveis, e desenvolvendo projetos de infraestrutura.





A redemocratização: neoliberalismo e crise



A aproximação se aprofunda com Sarney (1985-1990), que visita os países africanos de expressão portuguesa e promove o I Encontro dos Chefes de Estado e de Governo dos Países de Língua Portuguesa tem lugar no Brasil em 1989, um primeiro passo na criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Além disso, o governo brasileiro adotava uma posição clara em favor da paz na África Austral, apoiando a independência da Namíbia e condenando a política racista da África do Sul.



Ainda sob o impulso do governo Sarney, as Nações Unidas aprovaram o acordo que estabeleceu a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZoPaCAS), seguindo-se a I Conferência do Atlântico Sul em 1988 no Rio de Janeiro, na qual participaram 19 países africanos.



Após o interregno do governo Collor (março de 1990 a dezembro de 1992), que adere às políticas neoliberais e toma distância com respeito à África, seu sucessor, Itamar Franco (1993/4), retoma a política anterior, com ênfase particular na participação brasileira nos processos de paz em Angola e outros países.



No governo FHC (1995-2002), esta orientação prosseguiu com a firma de acordos comerciais e a participação do exército brasileiro em missões de paz em Angola e Moçambique. Contudo, a retomada das políticas neoliberais conduzia a um maior alinhamento com as potências ocidentais e a uma perda de vigor da independência na política externa. Em seu segundo mandato, porém, produziu-se uma certa inflexão, espelhada na visita de Nelson Mandela ao Brasil e o estreitamento das relações com a nova África do Sul.



Datam também dos anos 1990 a penetração crescente da televisão brasileira e das igrejas evangélicas na África, especialmente nos países de expressão portuguesa, ao mesmo tempo em que proliferam as redes de contrabando, tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro, em conexão com o crime organizado no Brasil.



Um aprofundamento qualitativo das relações do Brasil com a África só iria ocorrer efetivamente com o novo impulso proporcionado pelo governo Lula (2003-2010) sob o forte assédio da direita, da mídia e das elites brasileiras em geral.

Blog do Luis Nassif

Líder do governo não acredita em adiamento da votação do Código Florestal


Iolando Lourenço e Luana Lourenço
Repórteres da Agência Brasil



Brasília - O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), não acredita em adiamento da votação do Código Florestal, prevista para os dias 3 e 4 de maio, conforme definido pelo presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS).

Para Vaccarezza, apesar da falta de acordo sobre algumas das mudanças propostas para o novo Código Florestal, até a semana que vem, muitos desse pontos poderão ser acertados entre o governo, os ruralistas e os ambientalistas. E, mesmo que não haja acordo, a decisão, segundo ele, será tomada em votação pelo plenário da Câmara.

Entre os pontos até agora sem consenso, de acordo com o líder, está a isenção de reserva legal para pequenas propriedades rurais, defendida pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator do projeto que altera a atual legislação. O governo defende a manutenção da exigência para todas as propriedades, não importa o tamanho.

Vaccarezza participa da reunião com os líderes partidários, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo e os ministros da Agricultura, Wagner Rossi, do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e de Relações Institucionais, Luiz Sérgio. Eles buscam um entendimento para a votação do novo código.

“No começo tínhamos divergências em mais de 20 pontos, depois chegamos a 11 pontos. Agora temos quase consenso em três e duas divergências. Então, vai ser fácil chegar a um acordo”, disse Vaccareza.

Em relação à pressão feita pela comunidade científica para adiar a votação do Código Florestal por pelo menos dois anos, para que fossem estudados os impactos das mudanças propostas, o líder do governo disse que isso não mudará a decisão do Parlamento de votar na próxima semana. “A ciência não é absoluta. O fato de a ciência falar não quer dizer que seja a última palavra”.

Agência Brasil

Obras em aeroportos serão feitas em regime de concessão, diz Palocci


Luciana Lima, Pedro Peduzzi e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil


Brasília – O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, disse hoje (26) que três aeroportos começarão a passar por reformas e que essas obras serão feitas em regime de concessão. A decisão foi tomada ontem (25) pelo governo, segundo Palocci.

Serão reformados os aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos (em Campinas, SP) e Brasília. Palocci informou que o governo ainda estuda promover investimentos nos aeroportos de Confins, em Belo Horizonte, e do Galeão, no Rio de Janeiro.

“Acabamos de constituir a Secretaria de Aviação Civil. Ontem, a presidenta definiu medidas para essa secretaria já definir o critério de concessão de serviços para Guarulhos, Viracopos e Brasília. Teremos obras em regime de concessão nesses três aeroportos", disse.

De acordo com Palocci, o governo quer começar logo as obras, combinando ações privadas e públicas. "Vamos articular a expansão de aeroportos com recursos públicos e fazer concessões ao setor privado".

A preocupação com a infraestrutura aeroportuária também foi manifestada pela própria presidenta Dilma Rousseff, que ressaltou que o gargalo existente hoje é um "bom problema" a ser administrado pelo governo. De acordo com a presidenta, é preciso lembrar que os aeroportos lotados são consequência do aumento do poder de consumo da população nos últimos anos, que passou a viajar mais de avião.

"Sabemos que muitos dos problemas que vivemos hoje, e que temos o compromisso de enfrentar e resolver, podem ser chamados de bons problemas. Por exemplo: os aeroportos que temos de expandir estão cheios porque o aumento das viagens aéreas superam, em muito, o crescimento do país. Isso não significa que não temos a consciência e a dedicação necessárias para resolver esse problema", disse a presidenta.

Dilma ressaltou, ainda, na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que as obras nos aeroportos não podem ter como único foco a realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.

"O fato de ele [o crescimento do movimento dos aeroportos] resultar do crescimento da demanda do país exige não que eles estejam prontos para a Copa e as Olimpíadas, mas para atender ao crescimento da demanda da população brasileira por viagens de avião, devido à extraordinária melhoria da sua renda. É isso que faz com que estejamos olhando os aeroportos não só como uma questão relativa à Copa e às Olimpíadas. Os aeroportos são muito importantes para a Copa e as Olimpíadas quando olharmos a curto prazo. Também faremos o planejamento de médio e longo prazo deles [dos aeroportos]", disse Dilma.

Agência Brasil

Exemplo do Brasil no combate à pobreza poderá servir de referência para o Bird


O exemplo brasileiro da adoção de programas de transferência de renda, principalmente o Bolsa Família, deverá ser tomado como referência pelo Banco Mundial (Bird) que organiza um plano internacional para a próxima década. O foco do banco é a a renovação das estratégias de atuação nas áreas de proteção social e trabalho. O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Rômulo Paes de Sousa, representará o Brasil nos debates.

“É necessário observar que que os programas de cooperação não se baseiam em venda de bens e serviços”, afirmou o secretário. “É uma abordagem integrada [reunindo vários setores em níveis federal, estadual e municipal] e mais mecanismos diretos. Vamos mostrar o que deu certo e o que não deu certo no Brasil", acrescentou.

Sousa apresentará o “modelo brasileiro” à direção do banco amanhã (27) e sexta-feira (28), em reuniões em Paris. Além do Brasil, foram convidadas autoridades da Costa Rica, Libéria, China, do Bahrein, dos Estados Unidos e da Rússia.

O secretário disse que quatro pilares sustentam a política social do governo brasileiro: o tratamento geopolítico e não comercial do tema, o envolvimento de setores distintos dos governos federal, estadual e municipal, um cadastro eficiente com os nomes dos beneficiados e seus históricos, a integração entre os programas e a ssociação desses elementos com o “Estado forte e sólido”.

“O Brasil não se pauta por interesses geopolíticos ou comerciais para implantar os programas, o exemplo disso é o apoio dado à África. Não há um vínculo comercial para a transferência da nossa tecnologia”, afirmou Paes de Sousa. “Ao fazer isso, o Brasil mostra que o problema das cooperações [muitas vezes] é a relação de venda de bens e serviços. Estimulamos os financiamentos e há lugar para as instituições multilaterais.”

Pelos dados do MDS, de 2003 a 2008 aproximadamente 24,1 milhões de brasileiros deixaram a linha de pobreza. Os programas de transferência de renda condicionada, como o Bolsa Família, atendem a cerca de 12,9 milhões de famílias no Brasil. De 2003 a 2010, mais de 13 milhões de empregos formais foram criados.

Agência Brasil

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Ronald Golias e Pelé



Por Fernando Menezes

A batalha de Ollanta Humalla contra "La Prensa"


Autor:
Cláudio Ribeiro
Blog Palavras Diversas


De férias em Cuzco pude fazer a trilha inca, de dois
dias apenas, afinal o percurso completo de quatro dias é muito penoso para um blogueiro sedentário como eu.
Pude constatar, nas conversas com meu guia do
percurso, Hernán, que o parque histórico de Machu Pichu é somente destinado para turistas e que a grande maioria dos cuzquenhos não conhecem, pelos preços altos e pela falta de incentivo governamental, uma maravilha da humanidade, em sua própria cidade.
Fujimori tentou privatizar o patrimônio peruano, mas o povo cusquenho reagiu e impediu tamanho absurdo.

Paralelo a isso, ocorre uma grande campanha eleitoral no Peru, em que Ollanta Humalla e Keiko Fujimori disputarão o segundo turno em junho próximo. Cheguei a Cuzco após a realização
do primeiro turno, Ollanta foi o vencedor neste turno, mas há hoje uma campanha
de disseminação do medo impressionante nas TV's locais. Me lembra 1989 no
Brasil onde Lula foi demonizado pela imprensa brasileira, o mesmo que ocorre
contra Ollanta no Peru de Hoje.

Assisti na TV RPP, um programa que debate contextos e cenários da atualidade peruana, uma discussão sobre "as incertezas de um governo Ollanta". Haviam quatro participantes no programa, todos pendendo para um só lado: Ollanta representa perigo para a "estabilidade peruana". Havia
um ex-ministro da economia, algo como se o Pedro Malan fosse convidado para explanar sobre o governo Dilma, um editor de um grande jornal de economia, imaginem a Miriam Leitão, além do apresentador do programa, uma espécie de William Waack, e o editor de política e economia da emissora, quem sabe um "Alexandre Garcia peruano".
Todos foram unânimes em afirmar que uma vitória de Ollanta representa o atraso, a incerteza e o alinhamento ao "eixo do mal" sulamericano, Chávez, Evo e Kirchner.

Blog do Luis Nassif